Empresas mudam seus escritórios com adoção do trabalho híbrido

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Novos ambientes favorecem interação e criatividade Por Jacilio Saraiva, Para o Valor Escritórios de grandes empresas reabrem com cara nova em 2022. Com o impacto da pandemia e a adoção de expedientes que mesclam o trabalho remoto com o presencial, os espaços apostam em layouts que estimulam novas formas de interação e colaboração entre funcionários. Pesquisa da consultoria KPMG com 361 companhias no Brasil, de setores como varejo, energia e https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg, indica que 38% reduziram o tamanho do ambiente de produção durante o confinamento – e pretendem mantê-lo mesmo após a vacinação em massa –, enquanto 14% passaram por uma redução nas lajes, mas esperam retomar as metragens anteriores. Para a maioria dos gestores, a mudança é mais relevante na forma como as áreas são usadas do que na quantidade de pavimentos que deixam de ser ocupados pelas organizações. Como repensar o sucesso pautado só por resultados, segundo o guru dos CEOsO que é felicidade corporativa e como as empresas estão abordando o temaComo o Mercado Livre gerencia 80 turnos de trabalho “Desde o início do nosso projeto de reforma, queríamos proporcionar aos funcionários um espaço onde eles e elas quisessem ficar, que potencializasse a criatividade e a conexão, além de transmitir uma sensação de estar em casa”, diz Fábio Barbagli, vice-presidente de RH da PepsiCo Brasil. “Hoje, temos um escritório mais eficiente, que promove o bem-estar por meio de elementos de decoração, paisagismo e cores.” Com mais de 12 mil empregados – sendo cerca de 10% da área administrativa que atuam de forma flexível, sem obrigatoriedade de dias de presença no escritório –, a dona de marcas como Doritos e Toddy reabriu as portas em março, com um novo visual nas salas. A proposta contempla cinco andares que a empresa ocupa no edifício JK 180, no bairro paulistano da Vila Olímpia, em uma área de 4,2 mil metros quadrados. Com a reformulação, passou a oferecer no local pouco mais de 600 postos de trabalho. Anteriormente, eram dez andares ocupados, com capacidade para 1,2 mil pessoas. “Mesmo antes da pandemia, já estimulávamos o home office pelo menos uma vez por semana.” Mais do que simples “liberação” dos escritórios, Barbagli diz que o momento marca uma nova forma de trabalhar, com mais autonomia e poder de decisão para as equipes. “Elas podem escolher o ambiente em que vão trabalhar e a experiência que querem ter.” O planejamento para “pensar” o espaço e os formatos de uso durou 18 meses, enquanto a execução da obra aconteceu em menos de um ano. Os ambientes foram desenhados para serem colaborativos, com áreas para criação, conexão, colaboração e celebração. Por meio de um aplicativo, os funcionários reservam mesas e pontos de reunião. Há zonas de convívio, espaços para cafés, sofás para pequenos grupos, além de salas para reuniões internacionais, com estrutura para videoconferências. “Sem espaços predeterminados, o intuito é transmitir uma companhia mais ágil e menos hierárquica”, afirma. “Muitos executivos têm aproveitado o espaço para conhecer seus times, pois várias pessoas entraram na companhia no período em que o escritório estava fechado.” Na Loft, startup de compra e venda on-line de apartamentos com 1,2 mil funcionários, a nova sede do Itaim Bibi, na capital paulista, foi apresentada em novembro de 2021. “O tamanho se manteve”, diz a diretora de RH Renata Feijó. A área do prédio, de 3 mil metros quadrados, se distribui em cinco andares, com um rooftop. Com a reforma, ganhou 42 ilhas para interações, 19 cabines de videoconferências, três salas para encontros rápidos e outras 16 para reuniões, além de zonas para eventos e 200 mesas. “No total, são mais de 600 espaços de trabalho.” Feijó diz que o investimento foi feito para facilitar a “troca” entre quem está em casa e quem opera no local – há 13 ilhas de mesas com https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg adequada para interações. A transformação também foi pautada com os valores da companhia, que indicam os pavimentos do edifício: orientado para o cliente, orgulho de construir, vencer juntos, seja adaptável e seja você mesmo. A executiva explica que o QG da Loft agora é, principalmente, para construções colaborativas e eventos de integração. “Existe para eliminar qualquer fricção entre o remoto e o presencial”, diz. Desde o ano passado, o grupo adotou um modelo de trabalho em que o funcionário, junto à liderança, define o modelo de atividades: presencial, a distância ou híbrido. Com o escritório reformado, a retomada da presença dos funcionários foi aos poucos, conforme a vacinação avançava no país e as regras de isolamento eram flexibilizadas, destaca. “Todos os colaboradores que vão ao local precisam cadastrar o comprovante de vacina.” Também foram feitas pesquisas com o quadro para saber o que seria importante ter nos novos corredores. “O escritório passou a ser um símbolo da nossa cultura.” Na esteira da operação virtual da marca, a recepção tem recursos digitais: funcionários, clientes e parceiros fazem “check-in” por meio de um tablet. Nas salas de reunião, lousas interativas permitem que as audiências, presenciais e remotas, vejam o que está sendo escrito; enquanto telões de LED nos saguões compartilham conteúdos internos. “As reuniões de alinhamento são transmitidas, ao vivo, do terraço. Quem está em casa pode encaminhar perguntas para os líderes, em tempo real.” Marco Castro, sócio-presidente da consultoria PwC Brasil, com cerca de 5 mil profissionais, diz que o conceito de escritório foi redefinido com uma palavra: colaboração. “Na realidade, o que fizemos foi ‘reconceituar’ totalmente os espaços”, diz. “Não há sequer um ponto para trabalhos individuais. O local passa a cumprir o papel de integrar pessoas em momentos de criação.” A PwC Brasil inaugurou, entre dezembro de 2021 e maio de 2022, dois espaços em São Paulo: em Barueri, município da região metropolitana; e no novo edifício B32, na Avenida Faria Lima, complexo corporativo com praça, restaurante e teatro. Na capital paulista, o grupo contava com uma operação no bairro da Água Branca, em um prédio de 20 andares. Após a adoção do trabalho híbrido em dezembro de 2021, migrou para os novos endereços. A redução de área ocupada ultrapassou 50%,

Sucessão empresarial: nova geração encontra barreiras para promover mudanças em negócios familiares

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Levantamento feito pela PwC apontou, ainda, que mulheres se sentem menos propensas a ocupar cargos de liderança que os homens nessas companhias Por Fernanda Gonçalves A expansão para novos setores e mercados, a adoção de novas https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpgs e a pauta ESG estão entre as principais preocupações das novas gerações de líderes em empresas familiares. No entanto, esses mesmos gestores têm tido dificuldades para colocar mudanças em prática. É o que mostra a pesquisa NextGen sobre sucessão familiar obtida com exclusividade pelo Valor e conduzida pela empresa de consultoria e auditoria PwC, que ouviu 1.306 companhias em todo o mundo. Como repensar o sucesso pautado só por resultados, segundo o guru dos CEOsO que é felicidade corporativa e como as empresas estão abordando o temaEntrevista: “Talentos deixarão de trabalhar onde não há flexibilidade?” O estudo revelou que, embora a nova geração esteja ávida por promover mudanças na gestão das empresas, mais de um terço desses novos líderes afirma se deparar com certa resistência às transformações nas corporações. Nas palavras de Helena Rocha, sócia da PwC Brasil, estar preparado para a sucessão na prática é algo sobre o qual raramente se fala e, na ausência dessa discussão, muitos herdeiros acreditam que devem seguir o exemplo das gerações anteriores, em vez de forjar um caminho diferente. “Isso explica o porquê da convicção dos futuros líderes de que, apesar de o ESG estar vinculado ao crescimento, ainda não tenha sido traduzida em ação”, relata. Além disso, o levantamento apontou que, entre as mulheres ouvidas, 43% entendem que podem ocupar cargos de liderança, em comparação aos 59% dos homens, e que 25% das mulheres acreditam que precisam de mais entendimento sobre o negócio; índice que é de 13% entre os homens. Ao mesmo tempo, 35% das mulheres percebem que há uma expectativa maior de que os homens sejam responsáveis pela administração das organizações. “Se as empresas familiares estão em busca de resultados rápidos na ampliação da diversidade de seu pensamento, elas devem começar analisando o papel relativo dos gêneros”, destaca Rocha. Ela lembra que as mulheres, assim como os homens, enxergam o crescimento dos negócios como prioridade máxima, mas estão ligeiramente mais preocupadas com os aspectos ESG. “Melhorar as condições de trabalho e a sustentabilidade são questões mais importantes para elas do que para eles”, pontua. Na visão da sócia da PwC Brasil, um dos principais desafios que os novos líderes enfrentarão nos próximos anos ao comandar as empresas reside na aquisição do direito de alterar o status quo. “Conquistar a confiança da geração atual e demonstrar que o negócio vai prosperar sob seu comando exigirá trabalho. O mundo está mudando e as técnicas de negócios do passado não bastam”, enfatiza. Segundo ela, para manter a estabilidade e alcançar o crescimento, os novos líderes terão de superar limites e desafiar mentalidades arraigadas dentro das companhias. “Manter a abordagem de negócios habitual da empresa familiar não será suficiente para lidar com o cenário atual de incerteza. Os futuros líderes terão que desenvolver seu próprio plano de sucesso”, comenta. Nesse sentido, Rocha aconselha os herdeiros a formular e negociar contratos geracionais. “Novos tempos exigem novos tipos de líderes. Para que as empresas familiares tenham sucesso em um ambiente em rápida mudança, elas precisam de líderes visionários. O momento é decisivo”, completa. https://valor.globo.com/carreira/noticia/2022/07/04/sucessao-empresarial-nova-geracao-encontra-barreiras-para-promover-mudancas-em-negocios-familiares.ghtml

Indicador Antecedente de Emprego da FGV sobe 1 ponto

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Ele atingiu 81,9 pontos, maior nível desde novembro (83 pontos) Por Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro O Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve alta de 1 ponto de maio para junho. Com isso, ele registrou a terceira alta consecutiva e atingiu 81,9 pontos, o maior nível desde novembro do ano passado (83 pontos). Em médias móveis trimestrais, o Iaemp avançou 2,3 pontos e atingiu 80,8 pontos. O indicador busca antecipar tendências do mercado de trabalho nos próximos meses, com base em entrevistas realizadas com consumidores e com empresários da indústria e dos serviços. Cinco dos sete componentes do Iaemp contribuíram para a alta, com destaque para tendência dos negócios da indústria. Pelo lado negativo, a principal contribuição veio do indicador de situação atual dos negócios de serviços. https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2022-07/indicador-antecedente-de-emprego-da-fgv-sobe-1-ponto

Salário médio de contratação com carteira assinada cai 5,6% em 1 ano; veja remuneração por setor

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Em maio, salário médio real de admissão foi de R$ 1.898 – em maio do ano passado, foi de R$ 2.010. Inflação de dois dígitos e desemprego ainda elevado pressionam valores pagos pelos empregadores. Por Darlan Alvarenga, g1 O salário médio de contratação no país em empregos com carteira assinada voltou a cair em maio e acumula uma queda de 5,6% em 1 ano, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Previdência. Em maio, o salário médio real de admissão foi de R$ 1.898, contra um valor de R$ 1.916 em abril, e de R$ 2.010 em maio do ano passado, em valores corrigidos pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Nos cinco primeiros meses de 2022, apenas em abril o salário de admissão registrou aumento real. O valor médio de R$ 1.898 registrado em maio é o mais baixo desde dezembro de 2021. De acordo com os dados do governo federal, foram criados 277 mil empregos com carteira assinada em maio no Brasil. No ano acumulado no ano, foram 1,05 milhão de vagas formais a mais. Os números do Caged mostram, porém, que os salários médios iniciais continuam encolhendo. Em outras palavras, a recuperação do mercado de trabalho e a queda do desemprego ainda não refletem em uma melhora da renda – que segue sendo corroída pela inflação nas alturas e pelo elevado número de brasileiros em busca de uma ocupação. “Essa queda no salário de admissão já foi até pior. Mas isso não significa que o salário daqui a pouco vai começar a apresentar ganho. Provavelmente, não vai. Quem está entrando no mercado de trabalho, está predominantemente aceitando um salário menor do que se pagava 12 meses atrás”, afirma Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), destacando que o país ainda reúne 10,6 milhões de desempregados em busca de uma vaga no mercado de trabalho. Levantamento feito recentemente pela CNC mostrou que, entre as 140 profissões com maior volume de contratações, em apenas 8 o salário de admissão conseguiu bater a inflação no último ano. Maiores e menores salários iniciais Entre os 21 principais grupamentos de atividades econômicas, os menores salários de contratação em maio foram em vagas em serviços domésticos, alojamento e alimentação e no comércio. Já as maiores remunerações iniciais foram pagas em ocupações em atividades financeiras, no setor de eletricidade e gás e em organismos internacionais. Veja quadro abaixo: Os salários iniciais também seguem menores que as remunerações médias dos profissionais que saíram das vagas. Em maio, o salário médio real dos trabalhadores demitidos foi de R$ 1.957. Ou seja, 3,15% acima do salário médio de contratação (R$ 1.898). Setor de serviços é destaque na criação de vagas O setor de serviços, o mais atingido pela pandemia e o que mais emprega no país, segue como o principal destaque na geração de novas vagas formais do país, sendo responsável por 62,6% do saldo de empregos criados nos 5 primeiros meses do ano, de acordo com os dados do Caged. No ano, o saldo é positivo em praticamente todas as atividades econômicas, com destaque para a indústria de transformação, construção, educação e atividades administrativas. Veja quadro abaixo: A expectativa dos economistas é de uma desaceleração do ritmo de criação de vagas de emprego em razão do aperto das condições monetárias e financeiras, em meio à alta da taxa básica de juros para tentar frear a inflação. O Banco Central admitiu oficialmente que a meta de inflação será descumprida em 2022 pelo segundo ano seguido – a estimativa é que o IPCA feche o ano em 8,8%. Diante desse cenário, é pouco provável uma inversão da rota de queda real dos salários de contratação no curto prazo. “O desemprego está caindo, mas o nível de desocupação ainda é muito alto. Superar o sarrafo de uma inflação ainda perto dos dois dígitos, que tende a ser o cenário do final do ano, é difícil, o que faz com que seja pouco provável alcançar algum ganho real nos salários”, diz Bentes. https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/07/05/salario-medio-de-contratacao-com-carteira-assinada-cai-56percent-em-1-ano-veja-remuneracao-por-setor.ghtml

Empresas investem em universidade e escola própria para formar profissionais

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Carência de mão de obra especializada leva empregadores a criar instituições de ensino, replicando uma estratégia bem-sucedida em países como os EUA e a Alemanha; movimento é descrito como employer U Juliana Pio, O Estado de S.Paulo A escassez de mão de obra em algumas áreas, como a de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg, tem levado grandes empresas a apostar numa nova estratégia para formar seus profissionais de acordo com suas necessidades. Seguindo uma tendência bem-sucedida nos Estados Unidos, na Alemanha e na Áustria, elas investem em iniciativas próprias de educação, como faculdades ou escolas técnicas, certificadas pelo Ministério da Educação (MEC). Na lista de companhias que aderiram a esse conceito estão o Hospital Israelita Albert Einstein, BTG, Weg e XP, que lançou na semana passada a Faculdade XP. O objetivo é criar programas de formação que integram o aprendizado ao trabalho, na tentativa de ampliar a qualificação profissional e atrair talentos. Esse movimento é crescente e tem nome, Employer U ou employer university (na tradução livre, universidade conectada ao empregador). Sua origem converge, porém, com o conceito de educação corporativa à medida que o ensino entra para o leque de benefícios das empresas e figura entre os compromissos ESG (na sigla em inglês, princípios ambientais, sociais e de governança).  Enquanto os empregadores capacitam pessoas já integradas à sua cultura organizacional, os alunos colocam em prática o que aprendem em sala de aula e têm acesso mais cedo ao mercado de trabalho. Foi o que ocorreu com Kaymon de Paula Rodrigues Silva, de 19 anos, que conquistou seu primeiro emprego em maio, após integrar a turma inicial do ensino médio integrado à Escola Técnica de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein. Quando completou o terceiro ano do curso, em 2021, o jovem iniciou estágio em unidades administradas pelo Einstein. Hoje, formado e registrado no Conselho Regional de Enfermagem (Coren), é funcionário do centro cirúrgico, no bairro do Morumbi. “Pretendo cursar medicina. Me vejo em vantagem, porque já sei como é atuar dentro de um hospital”, destaca.  Entre os formandos do Curso Técnico de Enfermagem do Ensino Einstein em 2020, 84% foram empregados até o final do ano passado, sendo 80% deles contratados internamente nos locais onde a organização faz a gestão. Ao todo, o sistema administra 27 unidades públicas e 13 no setor privado, onde os alunos dos cursos de formação profissional têm estágios garantidos pela escola. “Num ensino integrado ao empregador, as necessidades das empresas e competências, como habilidades comportamentais (soft skills), são valorizadas. O profissional se forma dentro da cultura da instituição ou do universo em que vai ser inserido, o que aumenta a empregabilidade”, diz Blaidi Sant’Anna, gerente do ensino médio e técnico do Ensino Einstein.  Para esse ano, o sistema vai dobrar a oferta de cursos de graduação. Além das formações em Medicina, Enfermagem e Fisioterapia, entram na grade Administração de Organizações de Saúde, Engenharia Biomédica e Odontologia. “Não é uma competição com universidades e, sim, uma contribuição do setor que emprega para a educação. Formamos pessoas para o mercado”, comenta Sant’Anna.  https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,empresas-investem-em-escola-propria-para-formar-profissionais,70004107890

Brasil ganha 1,4 milhão de informais em apenas 2 anos

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Taxa de trabalho sem carteira só não cresceu no Centro-Oeste Douglas GavrasSÃO PAULO Vendedor de acessórios para celular e óculos no centro do Recife, Cristiano Silva, 36, só queria planejar os próximos anos —mas ao ver sua renda despencar com a pandemia e precisando voltar à informalidade, ele já não consegue se programar nem para as contas do mês. “Nunca mais houve uma volta à normalidade. Antes, já havia uma queda nas vendas. Assim que voltamos, o movimento foi bom por algumas semanas, acho que era demanda reprimida, mas durou pouco”, conta. A falta de direitos trabalhistas e de perspectivas de se aposentar ou ter um auxílio, em caso de acidentes, são as principais preocupações do pernambucano hoje. “Tinha inscrição como MEI [Microempreendedor Individual], mas a queda nas vendas fez com que a taxa ficasse pesada no orçamento. Tenho medo de que algo aconteça comigo e minha família fique desprotegida.” A história de Silva não é um caso isolado. O Brasil ganhou 1,42 milhão de trabalhadores informais entre o começo da pandemia, no primeiro trimestre de 2020, e os três primeiros meses de 2022. De janeiro a março, o total de informais bateu em 38,203 milhões —o maior número de pessoas nessa situação em um primeiro trimestre desde o início da série histórica, em 2015. Os cálculos foram feitos a partir dos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, pelos pesquisadores do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) Janaína Feijó e Paulo Peruchetti. O mercado de trabalho até conseguiu voltar ao patamar pré-pandemia mais cedo do que se antecipava, mas a qualidade dos postos gerados ainda é motivo de preocupação entre os especialistas, contam eles. “Muitos desses novos postos foram gerados por meio do trabalhado informal, é uma recuperação impulsionada por funções que exigem menor escolaridade e geram rendimentos menores. Estamos vendo uma recomposição do mercado de trabalho que é preocupante”, diz Feijó. Nessa conta, entram os trabalhadores do setor privado sem carteira assinada, empregadores sem CNPJ e quem trabalha por conta própria e também não tem registro de pessoa jurídica. Além de ressaltarem as diferenças de condições entre trabalhadores formais e informais, os últimos dois anos também marcaram as diferenças regionais. No período, houve um aumento de 527,1 mil trabalhadores na informalidade nos estados do Sudeste, enquanto 370,7 mil pessoas no Nordeste entraram nessa situação. As duas regiões concentram o maior número de trabalhadores ocupados do país. Ao se olhar para a taxa de informalidade, os dados são mais preocupantes no Nordeste —onde ela aumentou 1,2 ponto percentual e chegou a 53,62% no primeiro trimestre— e no Norte (+0,13 p.p.), onde bateu em 56,61%. Nessas regiões, portanto, mais da metade dos trabalhadores está na informalidade. “A recuperação do mercado de trabalho pode estar atrelada a uma recuperação sazonal que a Pnad registrou, mas a tendência para o ano não é boa. A economia está estagnada e a perspectiva para o segundo semestre é a pior possível”, avalia Gustavo Casseb Pessoti, presidente do Conselho Regional de Economia da Bahia. O economista lembra que, nos momentos em que a economia brasileira estimulava as políticas de crédito e aumento real do salário mínimo, as regiões Norte e Nordeste apresentaram taxas de crescimento acima da média do país. “A piora nesse ambiente levou o Norte e o Nordeste para o fundo do poço, já que a maior parte dos municípios tem forte dependência do setor público.” A partir de 2019, a taxa de informalidade cresceu muito no país, justamente por essa dificuldade de gerar empregos de qualidade, acrescenta Feijó. “Passado o que a gente espera ser o pior momento da pandemia, o Brasil ainda precisa encarar as dificuldades de crescimento e de fraqueza do mercado de trabalho.” No período, a taxa de informalidade só teve uma leve queda nos estados do Centro-Oeste, de 0,6 p.p., chegando a 36,9%, ainda assim, a pequena diminuição não deve ser comemorada. Morador de Campo Grande (MS) há apenas dois meses, o paraense Rodrigo Nogueira, 36, não se arrepende da mudança. “Sempre carrego um pouco da minha terra comigo, mas estava sem emprego fixo havia mais de dois anos e resolvi tentar a sorte aqui. Consegui um trabalho em menos de um mês”, diz o contador. “Só que o Centro-Oeste apenas voltou para o nível em que estava em meados de 2020. É um pouco melhor do que no resto do país, mas ainda é um patamar alto para a região, o que liga um alerta sobre a baixa qualidade da recuperação do mercado de trabalho”, diz Peruchetti. Ele lembra que os informais foram os mais afetados no pico da pandemia, com as medidas consideradas necessárias de distanciamento e a proibição de atividades que provocavam aglomerações. “Com o início da recuperação, o desemprego foi voltando ao patamar anterior à crise sanitária, mas pelo fato de os informais estarem retornando às suas atividades.” PROBLEMAS REGIONAIS AINDA SÃO IGNORADOS Fantasma entre os trabalhadores que tentam voltar ao mercado de trabalho, sobretudo desde a crise de 2015 e 2016, o desemprego de longo prazo também tem sotaques regionais. Entre 2020 e 2022, a desocupação de longa duração (a partir de dois anos) cresceu 23,1% no Nordeste e 12,8% no Norte, caindo, novamente, apenas no Centro-Oeste (-14,8%). No Brasil como um todo, o aumento foi de 11,3%. Parte da alta da informalidade também se explica pelo aumento da chamada taxa de participação na força de trabalho. Esse indicador aponta a porcentagem de pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais) que estão empregadas ou em busca de trabalho. A taxa de participação teve uma queda brusca durante a pandemia, com as medidas de isolamento, e foi se recuperando com a reabertura e o avanço da vacinação, quando as pessoas puderam voltar à força de trabalho. Ela era de 62,1% no primeiro trimestre deste ano —só que ainda abaixo do primeiro trimestre de 2019 (63,4%) e do mesmo período de 2020 (62,7%). Os pesquisadores avaliam, ainda, que existem muitas incertezas quanto à dinâmica da eleição em outubro e como indicadores importantes da economia —como inflação

Apesar do alto desemprego, falta gente habilitada para postos-chave nas empresas

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Escolas tradicionais não têm acompanhado o ritmo de mudança nas empresas, afirma o presidente da XP Educação; empresas apostam em ensino que aliam conhecimentos técnicos, comportamentais e experiência prática Juliana PIo, O Estado de S.Paulo Apesar do alto desemprego, falta gente habilitada para postos-chave nas empresasEmpresas investem em escola própria para formar profissionais‘Guerra global por talentos está alimentando tendência de employer u’, diz especialista em educação O Brasil vive um contrassenso. Ao mesmo tempo em que o País soma cerca de 10,6 milhões de desempregados, as empresas reclamam da dificuldade para conseguir preencher vagas essenciais devido à escassez de talentos com as habilidades necessárias. A leitura do mercado é que o ritmo de mudança das empresas tem sido mais acelerado do que as instituições educacionais têm conseguido captar, afirma o CEO da XP Educação, Paulo de Tarso. O relatório Tendências de Gestão de Pessoas em 2022 do Great Place to Work (GPTW) indica que 59,5% dos 2.654 entrevistados afirmaram que as organizações pretendem aumentar o número de pessoas esse ano. Entretanto, 68,3% sentem dificuldade para contratar profissionais. Ainda segundo a pesquisa, entre as habilidades apontadas pelas empresas como as mais importantes estão a capacidade de resolver problemas complexos, de liderar e influenciar, e a resiliência. “Talvez seja essa a dificuldade ao contratar: encontrar pessoas com o pacote completo, ou seja, com habilidades técnicas exigidas pela rotina de trabalho somadas às comportamentais necessárias para lidar com os novos desafios do mercado”, sugere Tatiane Tiemi, Co-CEO do Great Place to Work Brasil. É nesse cenário que emerge o conceito ‘employer U’, descrito pelo especialista em educação Brandon Busteed. Ele explica à reportagem que a ideia é combinar um diploma com experiências e habilidades relevantes para a carreira. “O futuro de toda a educação envolve o aprendizado integrado ao trabalho. Quando as universidades e os empregadores colaboram no currículo, é, em geral, pedagogicamente mais sólido e relevante para a carreira do que quando feito individualmente”, diz o diretor de parcerias e líder global de inovação do aprendizado do trabalho da Kaplan, empresa global de serviços educacionais.  O modelo serviu de inspiração para a criação da Faculdade XP. “Queremos que a empresa seja o grande campo de prática dos alunos”, ressalta Paulo de Tarso. Com foco na formação de talentos tanto para o quadro interno quanto para o mercado de trabalho, a iniciativa, que teve investimento de R$ 100 milhões, prevê cinco graduações em https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg de graça, além de cursos de pós-graduação e de curta duração pagos. Ao final, o aluno sai com diploma licenciado pelo Ministério da Educação (MEC). A expansão acontece sete meses depois da compra da faculdade IGTI (Instituto de Gestão e Tecnologia da Informação). “O conceito de employer U não é tão recente quando olhamos para outros benchmarks, mas tem ficado mais forte por meio do setor de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg devido ao grande desequilíbrio entre oferta e demanda de mão de obra”, destaca Tarso. Em sua visão, hoje, um dos maiores problemas corporativos é a falta de profissionais recém-formados realmente capacitados para a realidade do trabalho. Aprendizado com desafios reais  Não por acaso, o Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), localizado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo, estreou as atividades letivas em fevereiro deste ano com quatro tipos de graduação superior na área de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg, orientadas por projetos e que integram ao currículo acadêmico competências de computação (70%), negócios (20%) e liderança (10%). A faculdade, sem fins lucrativos, é fruto de idealização de sócios do banco BTG Pactual, incluindo Roberto Sallouti, e de doação de R$ 200 milhões da família de André Esteves. A aprendizagem é focada no desenvolvimento de competências a partir de desafios propostos por parceiros de mercado. Entre os selecionados no primeiro semestre, estão: Ambev, BTG Pactual, Hotel Urbano, Yamaha, Falconi, Faculdade de Medicina da USP, além das ONGs Projeto Constituição na Escola, Projeto Revirar e do próprio Inteli. “Ao longo de quatro anos, os alunos desenvolvem projetos para solucionar problemas reais de diferentes empresas, por meio de protótipos funcionais de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg, unindo a experiência acadêmica às demandas do mundo corporativo”, conta a CEO do Inteli, Maíra Habimorad.  Atualmente, a Inteli conta com 170 alunos matriculados de 63 cidades de todas as regiões do País. Desses, 50% recebem bolsas, viabilizadas a partir de doações de empresas, fundações e pessoas físicas. Alguns estudantes ainda contam com auxílios de moradia e alimentação, curso de inglês e equipamentos (notebook), de acordo com a necessidade.  Os estágios começam a partir do terceiro ano. “Mas já temos estudantes sendo requisitados desde o primeiro período”, comemora Maíra. Ao final, é possível escolher entre três trilhas para definição do plano de carreira: empreendedora, acadêmica ou mercado. “Queremos formar futuros líderes para o Brasil independentemente das suas escolhas”, garante a especialista.  Empregabilidade e negócio de valor Precursora de modelos corporativos de desenvolvimento, a Embraer tem 96% de empregabilidade no Programa de Especialização em Engenharia (PEE), que prevê um Mestrado Profissional do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). A formação completou 20 anos em 2021 e já contemplou 1.600 pessoas. Este ano, a empresa iniciou a primeira turma do novo Programa de Especialização em Software, uma parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).  O índice de contratação também é alto entre programas de formação com foco em jovens em situação de vulnerabilidade, tais como Programa Formare, CentroWEG e Alpha Edtech, os quais garantem, respectivamente ao final da capacitação, certificação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Instituto Alpha Lumen. Cerca de 45 empresas em todo o Brasil, como 3M, L’oréal, Siemens, Maxion, Suzano e Volkswagen, investem no Formare. A taxa de empregabilidade do programa é de 93% e 65% dos participantes ingressam em uma graduação posteriormente. Já a Weg, fabricante de motores elétricos, absorve 100% dos seus alunos, assim como a Alpha Edtech, por meio das empresas parceiras, como Stone, Hash, Brex, Vitta e Farfetch.  Entre as companhias que investem em educação, há as que já observam efeitos externos, tais como: melhoria na qualidade dos produtos, serviços e atendimento (90%); melhoria da imagem institucional (84%); atração de talentos (73%); e expansão dos negócios da empresa (51%). Os dados são da 5ª Pesquisa Nacional de Práticas

TST avalia resultados e impactos da reforma trabalhista para propor mudanças

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Por Rayane Fernandes e Arthur Gandini *Reportagem publicada no Anuário da Justiça Brasil 2022, lançado nesta quinta-feira (30/6) na TV ConJur. A publicação está disponível gratuitamente na versão online (clique aqui para ler) e à venda na Livraria ConJur, em sua versão impressa (clique aqui para comprar). “Não teremos tabus e não nos fecharemos a aprimoramentos. Mas não aceitaremos qualquer discurso que pretenda diminuir a importância da Corte Trabalhista ou que defenda sua extinção”, afirmou o ministro Emmanoel Pereira, em entrevista à ConJur, ao tomar posse na Presidência do Tribunal Superior do Trabalho, em fevereiro de 2022. Entre suas prioridades estão o fortalecimento da Justiça do Trabalho e de políticas públicas que sejam inclusivas e que respeitem a diversidade e a pluralidade dos trabalhadores. Ao lado de Pereira, assumiu a ministra Dora Maria da Costa, como vice-presidente da corte, e o ministro Guilherme Caputo Bastos, como corregedor-geral da Justiça do Trabalho. O ministro Vieira de Mello permanece como representante do TST no Conselho Nacional de Justiça. Com a aposentadoria do presidente Emmanoel Pereira em outubro de 2022, quando completa 75 anos, a nova direção do tribunal terá um mandato mais curto. A escolha da próxima direção depende de nova eleição, que pode ser convocada pelo ministro Emmanoel antes de deixar o cargo, podendo ele mesmo empossar os novos membros; ou a ministra Dora Maria assume a Presidência e tem até 60 dias para convocar o novo pleito. O ministro Lelio Bentes Corrêa deve ser o próximo presidente do TST, se mantida a tradição de eleição do mais antigo que ainda não presidiu a corte. É proibida a reeleição para presidente, segundo o Regimento Interno da corte. Quando for eleita a nova direção, um novo mandato, de dois anos, será iniciado. A corte tem quatro novos ministros. Amaury Rodrigues e Alberto Balazeiro ingressaram em julho de 2021, ocupando as vagas abertas com as aposentadorias de Márcio Eurico Vitral Amaro e João Batista Brito Pereira, respectivamente. Morgana Richa ingressou em dezembro de 2021 na vaga deixada por Walmir Oliveira da Costa, que morreu. E Sergio Pinto Martins chegou em maio de 2022 para ocupar a vaga decorrente da aposentadoria de Alberto Bresciani. Logo no início de sua gestão, Emmanoel Pereira instituiu um grupo de trabalho para estudar os impactos da Reforma Trabalhista – a Lei 13.467/2017 – na Justiça do Trabalho. “O objetivo é buscar base empírica para nos proteger de qualquer contaminação ideológica no debate. As alterações promovidas pela reforma foram profundas. A avaliação será condizente com seus resultados e reais impactos na sociedade. O texto de uma lei nunca está pronto e não deve se fechar a possíveis aprimoramentos, precisa avançar junto com os anseios e as necessidades sociais”, destacou. O ano de 2021, ainda sob a Presidência da ministra Cristina Peduzzi, foi marcado por investimentos em https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg e aumento da produtividade no tribunal. A plataforma Zoom foi usada oficialmente para as audiências e as sessões da corte. Além disso, foi instalado o Balcão Virtual, para atendimento ao público por videoconferência. Em 2022, as sessões voltaram a ser presenciais, mas com parte dos ministros e da equipe de servidores, além de advogados, em videoconferência. Dois acordos de cooperação técnica firmados com o CNJ pretendem levar a corte a outro patamar em termos de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg. Em um deles o TST se comprometeu a integrar e compartilhar os sistemas de ferramentas desenvolvidas pela Justiça do Trabalho com o CNJ no Programa 4.0, que impulsiona a transformação digital e o uso de inteligência artificial para tornar a prestação de serviços de Justiça mais eficiente, eficaz e acessível à sociedade. O seu objetivo é otimizar a gestão processual nos tribunais com a ampliação da automação do processo eletrônico, conciliar e aprimorar as estratégias já usadas pelo sistema de Justiça para registrar e gerir dados e informações. No outro acordo, TST e CNJ pretendem implementar a Plataforma Digital do Poder Judiciário Brasileiro nos órgãos da Justiça do Trabalho. Ela armazena em nuvem novos sistemas, módulos e serviços para uso colaborativo dos órgãos de Justiça. Ou seja, os desenvolvimentos passam a ser feitos de forma colaborativa, impedindo a duplicação de iniciativas para atender às mesmas demandas. De acordo com o relatório Justiça em Números 2021, do CNJ, a Justiça Trabalhista é o segmento com o maior índice de virtualização de processos, com 100% dos casos novos eletrônicos no TST e 99,9% nos Tribunais Regionais do Trabalho, sendo 99,8% no segundo grau e 100% no primeiro grau. Um acordo com a Universidade de Brasília pretende desenvolver ferramentas de inteligência artificial para o sistema Bem-te-vi, que gerencia os processos distribuídos aos gabinetes dos ministros. Foi implementado ainda o uso do Sistema Eletrônico de Informações para gerir os processos administrativos e o reconhecimento facial por aposentados e pensionistas para prova de vida. Dados do Relatório de Movimentação Processual do TST mostram que houve redução de 1,5% na quantidade de processos distribuídos na corte em 2021, se comparado com 2020. Por outro lado, a quantidade de julgamentos aumentou 6,5% no período: foram 21.831 processos a mais julgados. A maior parte (70%) foi decidida monocraticamente. Além disso, o TST atingiu 88% da Meta 1 do CNJ, segundo a qual o tribunal deve julgar no ano o equivalente a 100% dos casos novos recebidos no período. A 5ª Turma foi a mais produtiva em 2021, com quase 48 mil decisões: 8,5 mil colegiadas e 39,5 mil monocráticas. A 3ª Turma foi a que mais julgou de forma colegiada, com 20.096 acórdãos assinados ao longo do ano. Números do TST também mostram que o índice de provimento das ações que conseguem chegar os ministros da corte é muito pequeno e está diminuindo. Quase 50% dos casos não foram conhecidos; outros 34,4% não foram providos. Apenas 13,2% dos pedidos foram atendidos, índice que foi de 19,8% em 2020. O tempo de espera por uma resposta, ao menos, caiu 51 dias de um ano para o outro. Em média, é de 498 dias. Para analisar as tendências de julgamento do TST, o Anuário da Justiça elaborou um Placar de Votação para cada colegiado, com cinco temas em cada um, em que

Segurança e Saúde no Trabalho passa a figurar como o quinto Direito de Todos os Trabalhadores

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A inclusão deste princípio fundamental na Declaração representa um significativo e histórico avanço no mundo do trabalho Na sexta-feira (10/06), durante a plenária da 110ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, foi adotada por unanimidade a inclusão da Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho no rol dos princípios fundamentais presentes na Declaração de 1998, que trata dos Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho. A partir de agora, portanto, além da liberdade de associação e livre negociação, da abolição do trabalho forçado e do trabalho infantil e da igualdade de oportunidades no ambiente de trabalho, a segurança e saúde no trabalho passa a integrar como um quinto direito. A inclusão deste princípio fundamental na Declaração representa um significativo e histórico avanço no mundo do trabalho e traz em seu bojo o compromisso de todos os 187 países membros da OIT, ainda que não tenham ratificado as respectivas convenções, de implementá-las, pelo simples fato de serem membros da Organização. E transcorre por meio da ratificação e implementação no ordenamento jurídico brasileiro das convenções 155 (Segurança e Saúde dos Trabalhadores) e 187 (Marco promocional para a Segurança e Saúde no Trabalho). A primeira já foi ratificada pelo Brasil e a última encontra-se plenamente implementada em nosso país. https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/noticias-e-conteudo/trabalho/trabalho/seguranca-e-saude-no-trabalho-passa-a-figurar-como-o-quinto-direito-de-todos-os-trabalhadores?utm_campaign=clipping_de_noticias_-_01072022&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

Desafios dos Executivos de Valor vão do home office à cadeia global de produção

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Profissionais ganhadores do prêmio de 2022 vivem hoje rotinas que incorporam novas demandas em múltiplas frentes Por Valor — São Paulo Após mais de dois anos de pandemia e em meio a um conflito bélico que reforça a desorganização das cadeias produtivas globais, a rotina dos ganhadores do prêmio “Executivo de Valor” passou a incorporar novas demandas em múltiplas frentes. As mudanças começam no próprio ambiente de trabalho e chegam a pontos distantes do globo, onde é preciso reformular as operações e refazer negócios. Inflação e questão social lideram as preocupações de executivos “Acredito que o novo mundo é híbrido”, diz Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil. “Criamos novos hábitos e incorporamos experiências ao nosso dia a dia das quais não queremos mais abrir mão. Mas também sentimos saudades da relação entre as pessoas, da conexão e da relação presencial. Se não promovermos uma mudança da nossa mentalidade, dificilmente vamos conseguir atender a esse novo mundo”, explica a vencedora na categoria TI & Telecom. Além de híbrido, o novo mundo corporativo requer o reforço de habilidades e talentos dos gestores. “O executivo no Brasil precisa, desde cedo, aprender a trabalhar com a incerteza. Ser adaptável e saber moldar o negócio às condições do mercado será crucial”, diz Andrea Salgueiro, presidente da Whirlpool Brasil, vencedora na categoria bens de consumo. Ao lado de novos hábitos surgem desafios, como buscar alternativas às cadeias globais, ao mesmo tempo em que persistem problemas conhecidos de longa data, como a inflação. Gerenciamento de custos, geração de caixa, reorganização de processos para elevar a produtividade e aceleração das transformações digitais fazem parte do arsenal dos líderes de negócios para fazer frente a preocupações como o efeito dos juros altos, tanto no aumento do custo dos recursos financeiros e dos investimentos, como na demanda dos consumidores. Cerimônia do Executivo de Valor, que voltou a ser presencial após dois anos de pandemia — Foto: Silvia Costanti / Valor O CEO da Ânima Educação, Marcelo Bueno, diz que a manutenção do cenário de elevadas taxas de juros no Brasil para combater a inflação acima do esperado coloca como foco da gestão a consolidação da integração das unidades adquiridas e a “priorização dos projetos que tenham maior potencial de geração de caixa para contribuir com a desalavancagem”, processo que também será acompanhado de outras medidas que reduzam o peso das despesas financeiras. Também no setor de serviços, o CEO da AHI (Atlântica Hotels), Eduardo Giestas, lista como um objetivo a “recuperação de preços para recompor os valores pré-pandemia e compensar a pressão inflacionária nos custos”, como os de energia elétrica e alimentos e bebidas, entre outros custos diretos enfrentados pela rede. Para superar esse momento, Giestas aponta a aceleração do processo de transformação digital como um dos focos da gestão nesse período. Já fortemente digital, o Mercado Livre espera manter o crescimento contínuo no Brasil e em toda a região, gerando rentabilidade. Segundo Fernando Yunes, vice-presidente sênior da empresa e líder da operação no Brasil, o início de 2022 foi muito forte e estabeleceu uma base sólida para os próximos meses. “Apesar do atual cenário desafiador, o crescimento do marketplace vem se mantendo consistente, sobretudo devido ao comportamento e aumento da nossa base de compradores.” Essa forte digitalização dos negócios fez a estrutura logística crescer aceleradamente, o que impulsionou as operações da Loggi, um dos primeiros unicórnios do país. A empresa criada em 2013 teve que intensificar investimentos em estrutura e https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg, conta Fabien Mendez, fundador e presidente da Loggi, vencedor na categoria serviços digitais. Embora conscientes dos desafios, os executivos entendem que o cenário traz oportunidades, como observa Cristina Junqueira, cofundadora e CEO do Nubank, premiada na categoria serviços financeiros. “O maior desafio é atravessar a tempestade em meio a vários fatores globais, como alta de juros, inflação, guerra. Em meio a esse cenário, permanecem intactas nossas convicções de que uma crise também traz grandes oportunidades para aqueles que estão bem posicionados, bem capitalizados e resolvendo problemas reais com soluções inovadoras.” Com muitos planos para este ano e o futuro, a CEO da Gupy, Mariana Ramos Dias, destaque como startup de sucesso, alerta para a necessidade de avaliações criteriosas. “No cenário econômico instável em que estamos vivendo, é importante sermos cautelosos e responsáveis com os investimentos financeiros para viabilizar um crescimento de forma sustentável.” https://valor.globo.com/carreira/noticia/2022/06/30/desafios-dos-executivos-de-valor-vao-do-home-office-a-cadeia-global-de-producao.ghtml