Comitê pede a Doria prorrogação de fase vermelha

Preocupado com o colapso do sistema de saúde em diversos municípios do Estado de São Paulo, o comitê de contingência ao coronavírus pediu hoje ao governador João Doria (PSDB) que prorrogue por ao menos duas semanas a atual fase vermelha do plano São Paulo. A avaliação dos 21 integrantes do comitê, que depende do aval de Doria para fazer valer suas recomendações, é que o sistema de saúde do Estado entrou em falência no meio da semana passada, conforme apurou o Valor com fontes a par das discussões que ocorrem no órgão. Parte dos integrantes do comitê insiste na realização de um lockdown de ao menos uma semana como única medida eficaz para diminuir a transmissibilidade do vírus da covid-19.

Não há consenso sobre o tema, no entanto, e o governador Doria tem afirmado a interlocutores que a medida é inexequível. Pesa também o dano político que um lockdown provocaria ao governador. Inicialmente, a previsão era de que a atual fase vermelha, a mais restrita, acabasse em 30 de março. Segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, os pacientes internados em estado grave em UTIs de São Paulo para tratar da Covid-19 estão morrendo mais rápido. O tempo médio para que uma vítima vá a óbito caiu de 14,1 para 10,7 dias no último trimestre, segundo dados compilados pela Secretaria de Estado da Saúde e pelo Centro de Contingência do Coronavírus.

De acordo com o infectologista Carlos Magno Fortaleza, que integra o Centro de Contingência, o quadro pode ter se agravado por duas razões: a entrada da variante P1 do coronavírus no Estado, que parece ser mais transmissível e também pode ser mais agressiva, e a demora no acesso à terapia intensiva.

VALOR ECONÔMICO

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