O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar na quarta-feira sobre uma antiga promessa de campanha, ainda não cumprida: um ajuste na tabela do Imposto de Renda (IR). Bolsonaro afirmou que “dá para dar uma mexidinha” na tabela, mas não falou em valores. Antes, já havia prometido aumentar a isenção para R$ 3 mil ou R$ 5 mil.
A declaração ocorreu na noite de quarta, quando Bolsonaro conversou com apoiadores ao chegar no Palácio da Alvorada. Uma apoiadora perguntou se haveria uma atualização do IR e o presidente disse que não foi possível em 2020 devido aos gastos com a pandemia de Covid-19:
— No ano passado, não mexi porque gastamos R$ 700 bilhões. Então não foi possível.
A apoiadora, então, questionou se seria possível uma mudança neste ano. Bolsonaro afirmou que alguma alteração é possível, mas não no mesmo nível que ele “queria que chegasse” e voltou a culpar medidas de distanciamento social, tomadas para diminuir o contágio do novo coronavírus. Atualmente, o limite de isenção é de R$ 1.903,98.
— A economia parece que tá voltando, né? Dá pra dar uma mexidinha nela, sim. Dá pra dar uma mexida… Não dá pra onde eu queria que chegasse, porque o ano passado foi um baque muito grande, foram R$ 700 bilhões de endividamento. Mas sei que tá difícil. Assim como o preço de combustível subiu, cesta básica, mas são as consequências do “fique em casa”.
Duranta a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro prometeu aumentar a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Em dezembro de 2019, após o primeiro ano de governo, o presidente defendeu passar a faixa para R$ 3 mil, apesar de ressaltar que continuava considerando o limite de R$ 5 mil como “ideal”.
No início de janeiro, o presidente chegou a afirmar que o Brasil ”está quebrado” e que ele não conseguia ”fazer nada”. Na ocasião, Bolsonaro citou a alteração da tabela como uma das suas promessas que não consegue cumprir. Além disso, colocou a culpa na pandemia de Covid-19 e na imprensa, que, segundo ele, teria “potencializado” o coronavírus.
Dias depois, em uma transmissão ao vivo, voltou a propor o aumento da isenção para R$ 3 mil, e insistiu que o objetivo é chegar a R$ 5 mil até o fim do mandato.
O GLOBO