Microsoft lança plataforma para integrar trabalho e desenvolver carreira

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Após dominar o universo estudantil nas aulas online e o mercado de trabalho no home office por meio da plataforma Teams, a Microsoft lança um braço corporativo para integrar áreas e ajudar os profissionais a organizarem sua carreira e sua rotina, além de navegar num só lugar, com menos telas e menos aplicativos abertos. Com lançamento global nesta quinta-feira, 4, a plataforma Microsoft Viva será hospedada dentro do Teams e vai combinar quatro áreas-chave para a experiência do funcionário e o desenvolvimento da carreira: engajamento, bem-estar, aprendizado e troca de conhecimento. Para acessar a Viva, a empresa deve ter acesso ao Teams, que não é gratuito. Em abril do ano passado, no começo do isolamento social por conta do coronavírus, o Teams registrou mais de 200 milhões de pessoas em reuniões em um único dia no mundo inteiro. Até o fim do ano, a média era de 115 milhões de usuários por dia na plataforma. Dentro da Viva, empresas podem oferecer ferramentas para desenvolvimento profissional, desenvolvimento de cultura corporativa e aprendizado contínuo (lifelong learning), de olho em suprir as necessidades diárias de um profissional em sua jornada de trabalho. Na área de bem-estar, por exemplo, a plataforma pode avisar sobre o risco de o profissional sofrer burnout (esgotamento pelo trabalho) de acordo com dados que ele mesmo vai incluir no sistema. Os quatro ambientes da plataforma são: Viva Connections. Focado no desenvolvimento do engajamento e da cultura corporativa, é um ambiente voltado para comunicações internas, lista de benefícios e políticas da empresa.Viva Insights. Focado no bem-estar e no desenvolvimento pessoal, possui área para controle de horas e comunicação com colegas, visível apenas para o funcionário. O ambiente pode ser customizado para líderes terem feedback e entenderem os principais gargalos e reclamações. Possibilita integração com plataformas como Zoom.Viva Learning. Focado no aprendizado contínuo, inclui conteúdo de Microsoft Learn, LinkedIn Learning, além de parceiros como Coursera.Viva Topics. Focado no conhecimento dos profissionais e na troca entre eles, ajuda funcionários a achar os experts dentro da sua própria corporação. Também consegue integrar conteúdo e expertise de parceiros, como Salesforce.De acordo com o anúncio da Microsoft, num mercado fragmentado em que muitas plataformas são usadas para o trabalho, a integração dos sistemas e dos afazeres ajuda a organizar a rotina longe do escritório. Além disso, ajuda também a reduzir o tempo de tela e o chamado zoom fatigue (cansaço de tela). “Funcionários estão trabalhando longas horas, sentindo-se frequentemente desconectados de seus colegas. Algumas vezes eu também não sei se estou trabalhando de casa ou dormindo no trabalho”, diz o CEO global da Microsoft, Satya Nadella, em vídeo de divulgação do lançamento. “Sabemos que o bem-estar do funcionário pode ser um indicador da saúde geral da organização. As empresas podem responder a isso dando às pessoas ferramentas para reconstruir o capital social focados em estarem saudáveis”, completa o executivo. Quer receber notícias e debater assuntos sobre Carreiras e Empreendedorismo? Entre para o nosso grupo no Telegram pelo link ou digitando @gruposuacarreira na barra de pesquisa do aplicativo. O ESTADO DE S. PAULO

Pandemia ‘força’ brasileiro a empreender e abertura de empresas bate recorde

Em plena pandemia, o Brasil registrou um recorde no número de novas empresas abertas e no saldo de empresas em atividade, aponta o boletim Mapa de Empresas, divulgado pelo Ministério da Economia. Foram 3,36 milhões de novas empresas abertas, o maior volume registrado desde 2010. Com isso, o estoque chegou a 19,9 milhões, também um recorde. Dados parciais dão conta que, em janeiro, o país atingiu a marca dos 20 milhões de empresas oficialmente em atividade. Os números mostram ainda que o Brasil é um país de microempresas e microempresários. Ao final do ano passado, eram 14,4 milhões empresas com esse perfil em operação, das quais 2,84 milhões foram criadas no ano passado. Cerca de 77% das empresas abertas em 2020 eram Microempreendedores Individuais (MEIs). “São evidências de que o Brasil passa por uma crise”, avaliou o coordenador do curso de Economia da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (EESP-FGV), Joelson Sampaio. “Num período como o que temos vivido, as pessoas que perderam o emprego ou tiveram problemas nos negócios se reinventam.” Uma fonte da área econômica dá essa mesma explicação. Atribui o movimento ao chamado “empreendedorismo forçado.” O professor avalia que a perspectiva do mercado de trabalho é melhor neste ano, a depender do sucesso do plano de vacinação e do controle da crise sanitária. A mobilidade, comentou, é o coração da economia. Há nesse universo um grande número de negócios embrionários, disse o secretário de Governo Digital, Luis Felipe Monteiro. Pessoas optam por abrir MEIs ou microempresas para começar a empreender, principalmente no comércio e nos serviços. “Quem acaba carregando o pais nas costas são os micro e pequenos”, afirmou a subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas, Empreendedorismo e Artesanato, Antonia Tallarida. Para ela, é correto afirmar que somos um país de microempresas e microempreendedores. O governo atribui o crescimento no número de empresas às medidas de facilitação para abertura de empresas. Outra explicação é a exigência de formalização para contratar os empréstimos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). O mapa mostra que a crise também tem afetado o perfil das empresas em operação no Brasil, disse o secretário especial adjunto de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Gleisson Rubin. No ano passado, o setor que mais concentrou abertura de novas empresas, com 200,7 mil, foi o de comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios. Foi onde também houve maior número de empresas encerradas, com 73,7 mil. “Há um movimento sendo captado, de substituição de lojas físicas por empresas que só funcionam no ambiente virtual”, disse. “Vestuário, calçados, eletrônicos, objetos para o lar, objetos cuja logística de transporte não seja muito onerosa.” No ano passado, as vendas pelo e-commerce cresceram 40%, informou. O boletim destaca também que o tempo médio para abertura para abertura de uma empresa no Brasil ficou em 2 dias e 13 horas ao fim de 2020. É uma redução de 8 horas (11,6%) em relação ao segundo quadrimestre de 2020 e de 1 dia e 22 horas (43,0%) na comparação com o fim de 2019. A implantação do balcão único deverá reduzir o tempo ainda mais e “certamente impactará positivamente a posição do Brasil no próximo ranking Doing Business que retratar essas medidas”, disse Rubin. A meta é reduzir a demora a menos de um dia. O Balcão Único reúne quatro diferentes portais e sete etapas do processo de abertura das empresas. Começou a funcionar em São Paulo no último dia 15 e entrará em operação no Rio ainda neste mês. Essas são as duas praças pesquisadas pelo Banco Mundial para elaborar o ranking Doing Business. VALOR ECONÔMICO