O comércio, que faz parte do setor de serviços, fechou 2020 com perdas de R$ 24,6 bilhões, calcula o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). No entanto, algumas atividades específicas saíram ganhando, impulsionando negócios como supermercados, mercadinhos, farmácias e as grandes empresas de comércio eletrônico.
Com boa parte das famílias trancadas em casa, o faturamento do e-commerce no País saltou 41% em 2020, aponta pesquisa da Ebit/Nielsen e do Bexs Banco, somando R$ 87,4 bilhões. A taxa de crescimento foi quase três vezes maior do que a alta de 16% no faturamento de 2019.
A alta chama a atenção, mas o comércio eletrônico ainda responde por apenas 6% do volume vendido pelo varejo ampliado no País, diz Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Esse movimento é mais relevante em alguns segmentos, como o de aparelhos de comunicação e informática (28% das vendas já são online), livraria e papelaria (9,5% do volume vendido em 2020 foi por meios digitais), móveis e eletrodomésticos (8,7%) e comércio automotivo (6,6%).
“Combustíveis e lubrificantes não têm nada de venda online, claro. Em supermercados ainda é baixo, só 1,2% das vendas foram online no ano de 2020. Outro setor com dificuldades estruturais de vencer essa barreira do e-commerce é o de vestuário, que tem só 5,4% do faturamento proveniente do comércio eletrônico”, diz Bentes, que projeta novo avanço do comércio eletrônico no País neste ano.
Segundo ele, a participação das vendas online no faturamento do varejo ampliado deve subir para 6,8% em 2021.
O ESTADO DE S. PAULO