Folha de S.Paulo – 03/02/2022 –
O governo de esquerda espanhol conseguiu nesta quinta-feira (3) uma aprovação muito apertada de sua reforma trabalhista na Câmara dos Deputados. A medida foi exigida por Bruxelas e busca reduzir a precariedade no mercado de trabalho.
Com o não de vários de seus aliados habituais, o governo de coalizão recebeu o apoio dos liberais do Ciudadanos e de alguns deputados de direita, o que permitiu que o texto fosse aprovado por apenas um voto de diferença: 175 a favor e 174 contra.
Em vigor desde 1º de janeiro, após acordo entre governo, empregadores e sindicatos, alcançado em dezembro, a reforma precisava receber luz verde da Câmara sob pena de se tornar letra morta.
Minoritário no Parlamento, o executivo do socialista Pedro Sánchez, que governa em coalizão com a esquerda radical do Podemos, não conseguiu obter o sim de vários de seus apoios tradicionais, como o partido nacionalista basco (PNV) ou os independentistas catalães do ERC.
Isso obrigou Sánchez a se unir ao Ciudadanos (centro-direita) e pequenas formações regionais como o PDeCAT (independentistas catalães), que geralmente permanecem na oposição.
A reforma trabalhista foi exigida pela Comissão Europeia, que condicionou a sua aprovação à entrega de parte dos recursos do grande plano de recuperação pós-Covid.
A Espanha será um dos principais beneficiários, com 140 bilhões de euros.