Anfitrião do encontro que reuniu nesta semana nomes como Abilio Diniz, Flavio Rocha e Luiz Carlos Trabuco com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, o empresário Washington Cinel diz que o foco do setor privado agora é vacinar os funcionários. Ele defende ideia semelhante à da dupla Luciano Hang e Carlos Wizard, mas seria preciso alterar a lei que permite aos empresários comprar vacinas desde que as doses sejam doadas ao SUS.
“O que nós não queremos é ir para o plano de vacinação. Queremos vacinar direto. Esse é o objetivo, porque, se vai para o plano, aí entra na burocracia novamente. O grande lance é a gente começar a vacinar, porque o objetivo é vacina. Tudo é muito moroso. O objetivo é acelerar isso”, diz Cinel, que tem negócios em diferentes setores como Gocil, de segurança, e Broto Legal, de alimentos.
Para Cinel, a escassez não seria um problema. “Não é que não tem vacina. O objetivo é deixar a gente procurar. Eu tenho condições de pegar dois ou três empresários e trazer um bom número de vacinas para os funcionários, familiares deles e outras coisas mais. Agora, a gente fica: ‘não tem vacina’. Aí atrasa. É liberar para que a gente possa agir”, ele afirma.
Cinel é um empresário que tem, ao mesmo tempo, o diálogo próximo com a elite do setor privado e um acesso a grandes nomes da política, como Bolsonaro e Doria. Depois de assistir ao pronunciamento do presidente nesta terça-feira (23), avaliou que ele está se enquadrando.
“Eu acho, ele está enquadrando no plano nacional. Acho que é o mínimo que tem de ser feito. Agora, todos nós, independentemente de partido, ideologia, direita, temos de buscar vacinar a população e passar a régua nisso. A partir do momento em que a gente vacina, as coisas voltam ao normal. Está todo mundo imbuído dessa solução. É o mais importante”, diz.
FOLHA DE S. PAULO