Valor Econômico
Estudo ouviu 20 mil funcionários de diferentes níveis hierárquicos e detectou que 53% estão angustiados com as contas a pagar
Por Jacilio Saraiva
A preocupação com as contas no final do mês está afetando mais da metade ou 53% dos profissionais, com fortes impactos na saúde mental – 1,4% dos empregados de grandes empresas mencionou até ideias suicidas. É o que aponta uma pesquisa da HSPW, startup da área de saúde, realizada entre julho de 2021 e maio de 2022. O estudo ouviu 20 mil funcionários de diversos níveis hierárquicos, do operacional a áreas estratégicas, em organizações com mais de mil empregados no Brasil.
“O que mais chama a atenção no levantamento é que a saúde mental e a financeira estão relacionadas e precisam ser melhor estudadas pelos gestores”, diz Lúcio Júnior, CEO da HSPW. Se um funcionário está preocupado com dinheiro, isso vai afetar o bem-estar e a produtividade dele, afirma.
Uma das orientações do executivo para evitar o agravamento desse cenário é a criação de programas corporativos de educação financeira, como parte do pacote de benefícios dos empregados. Isso deveria ser uma das principais prioridades das empresas hoje, destaca.
“É preciso atenção, pois cada vez mais pessoas desenvolvem transtornos que geram afastamentos no trabalho, sem falar nos riscos para elas e os próprios colegas, durante as atividades laborais”, explica.
Outra sugestão do CEO para atenuar quadros de estresse agravados pelo aperto financeiro é identificar as chefias “negativas” no ambiente de trabalho. “Lideranças tóxicas podem levar as equipes a desenvolverem mais ansiedade”, afirma. “Uma vez identificado o foco dessa ‘disseminação’, deve-se tratar a causa do problema. Não fazer nada não é mais uma opção.”