Produção industrial cresce 0,1% em abril, aponta IBGE

G1

Embora tenha sido a 3ª alta mensal seguida, no ano a indústria acumula perda de 3,4%. Já o indicador acumulado em 12 meses teve a primeira variação negativa desde março do ano passado.

A produção industrial brasileira cresceu 0,1% em abril, na comparação com março, conforme divulgado nesta sexta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a abril do ano passado, no entanto, houve queda de 0,5%.

Esta foi a terceira alta mensal seguida, com crescimento de 1,4% acumulado no período, mas ainda insuficiente para recuperar a perda de janeiro – no ano, o setor industrial acumula queda de 3,4%.

Com o resultado, a produção industrial do país ainda se encontra 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia e 18% abaixo do nível recorde, alcançado em maio de 2011.

“Essas duas comparações dão a dimensão de um setor industrial que, embora venha mostrado um maior dinamismo nos últimos três meses, está muito aquém de dois anos atrás e com muito espaço para crescer”, avaliou o gerente da pesquisa André Macedo.

Embora próximo da estabilidade, o resultado foi o melhor para um mês de abril, na comparação com março, desde 2019, quando houve crescimento de 0,3% – em abril de 2020, houve queda recorde de 19,7%, e em 2021 foi registrado recuo de 1,8%.

Já o indicador acumulado em 12 meses, que vinha desacelerando desde setembro do ano passado, despencou para -0,3% em abril, primeira variação negativa desde março do ano passado, quando ficou em -3,1%.

Estagnação frente a conjuntura econômica

De acordo com o gerente da pesquisa do IBGE, a atual conjuntura econômica do país segue sendo entrave para a retomada da indústria brasileira. O aumento do custo de produção e a escassez de algumas matérias-primas são os principais fatores que justificam, a menor intensidade do ritmo da produção industrial no país.

“Pelo lado da demanda doméstica, os juros elevados dificultam o acesso ao crédito e inibem os investimentos, a inflação em patamares elevados diminui a renda das famílias, o mercado de trabalho ainda não se recuperou e a massa de rendimentos não avança. Assim, há menor recurso por parte das famílias para que a demanda doméstica alavanque o consumo e a produção”, explicou Macedo.

Perspectivas

A indústria brasileira continua sendo impactada pela alta dos preços das matérias-primas, falta de insumos e restrições de oferta. A piora do cenário externo, devido a guerra na Ucrânia, tem atrapalhado as perspectivas para o ano, em razão das preocupações com a desaceleração da economia e maior inflação global.

Ao divulgar o Produto Interno Bruto (PIB) do 1º trimestre, o IBGE apontou para a estagnação da indústria do país, que crescer apenas 0,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior, mas recuou 1,5% ante igual período do ano passado.

https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/06/03/producao-industrial-cresce-01percent-em-abril-aponta-ibge.ghtml

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