“Inclusão racial com resultado precisa estar no planejamento estratégico da empresa”

O enfrentamento real do racismo no mercado de trabalho exige ações que transformem o núcleo das empresas. Não basta apenas contratar profissionais negros e promover eventos de conscientização dos funcionários. “A inclusão racial, com resultado, precisa fazer parte do core, tem de estar no planejamento estratégico da empresa”, afirma o coordenador da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, Raphael Vicente, de 34 anos.

O movimento criado em 2015 atua em grandes empresas, com uma estratégia estruturada para o crescimento profissional do negro. Age em três pilares – desenvolvimento de pessoas, cultura e governança, cadeia de valor – para haver de fato uma transformação.

“No Brasil, as iniciativas das empresas contra o racismo têm um atraso de 80 anos”, diz Raphael. “O que Florestan Fernandes e Roger Bastide escreveram em 1940 no livro ‘Brancos e Negros em São Paulo’ poderia ser escrito hoje. Nossas políticas públicas de enfrentamento do racismo e ações afirmativas começaram a ganhar corpo somente na década de 2000, em decorrência Conferência de Durban”, comenta.

A Terceira Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, conhecida como Conferência de Durban, foi patrocinada pela Organização das Nações Unidas (ONU) entre 31 de agosto e 8 de setembro de 2001 na cidade de Durban, na África do Sul. Resultaram desse evento uma declaração e um programa de ação, dos quais o Brasil é signatário.

Expectativas para 2021 – “Pela primeira vez, temos informações concretas, que revelam o cenário real, reunidas nos últimos três anos no ‘Índice de Igualdade Racial na Empresas’, lançado no ano passado”, afirma o coordenador da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial.

“É a nossa principal ferramenta porque dá base para mexer na estrutura, mostra onde está o negro, quais são as áreas de ações prioritárias e o que a empresa precisa fazer”, explica Raphael Vicente, que também é coordenador acadêmico da Faculdade Zumbi dos Palmares.

O Índice de Inclusão Racial Empresarial (IIRE), estudo da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial com o Instituto Data Zumbi da Universidade Zumbi dos Palmares, mapeou ações afirmativas de 23 grandes empresas nacionais e multinacionais.

Informações concretas – A pesquisa revelou que apenas 29% dos profissionais negros ocupam cargos de gerência, 18,7% participam de conselhos de administração e 6,6% estão nas diretorias.

O estudo também faz uma comparação entre dois cenários e atribui nota para cada. Na Conscientização, que destaca ações afirmativas mais fáceis e menos custosas de serem implementadas, como palestras e debates, a nota das empresas chegou a 7. Na Ascensão, que reúne medidas mais ambiciosas e resulta no crescimento profissional do negro na corporação, a nota foi 3.

O enfrentamento real do racismo no mercado de trabalho exige ações que transformem o núcleo das empresas. Não basta apenas contratar profissionais negros e promover eventos de conscientização dos funcionários. “A inclusão racial, com resultado, precisa fazer parte do core, tem de estar no planejamento estratégico da empresa”, afirma o coordenador da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, Raphael Vicente, de 34 anos.

O movimento criado em 2015 atua em grandes empresas, com uma estratégia estruturada para o crescimento profissional do negro. Age em três pilares – desenvolvimento de pessoas, cultura e governança, cadeia de valor – para haver de fato uma transformação.

“No Brasil, as iniciativas das empresas contra o racismo têm um atraso de 80 anos”, diz Raphael. “O que Florestan Fernandes e Roger Bastide escreveram em 1940 no livro ‘Brancos e Negros em São Paulo’ poderia ser escrito hoje. Nossas políticas públicas de enfrentamento do racismo e ações afirmativas começaram a ganhar corpo somente na década de 2000, em decorrência Conferência de Durban”, comenta.

A Terceira Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, conhecida como Conferência de Durban, foi patrocinada pela Organização das Nações Unidas (ONU) entre 31 de agosto e 8 de setembro de 2001 na cidade de Durban, na África do Sul. Resultaram desse evento uma declaração e um programa de ação, dos quais o Brasil é signatário.

Expectativas para 2021 – “Pela primeira vez, temos informações concretas, que revelam o cenário real, reunidas nos últimos três anos no ‘Índice de Igualdade Racial na Empresas’, lançado no ano passado”, afirma o coordenador da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial.

“É a nossa principal ferramenta porque dá base para mexer na estrutura, mostra onde está o negro, quais são as áreas de ações prioritárias e o que a empresa precisa fazer”, explica Raphael Vicente, que também é coordenador acadêmico da Faculdade Zumbi dos Palmares.

O Índice de Inclusão Racial Empresarial (IIRE), estudo da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial com o Instituto Data Zumbi da Universidade Zumbi dos Palmares, mapeou ações afirmativas de 23 grandes empresas nacionais e multinacionais.

Informações concretas – A pesquisa revelou que apenas 29% dos profissionais negros ocupam cargos de gerência, 18,7% participam de conselhos de administração e 6,6% estão nas diretorias.

O estudo também faz uma comparação entre dois cenários e atribui nota para cada. Na Conscientização, que destaca ações afirmativas mais fáceis e menos custosas de serem implementadas, como palestras e debates, a nota das empresas chegou a 7. Na Ascensão, que reúne medidas mais ambiciosas e resulta no crescimento profissional do negro na corporação, a nota foi 3.

O ESTADO DE S. PAULO

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