‘Há dez anos não opero com banco comercial’, afirma empreendedor

Dono de uma empresa de consultoria e treinamento, Mauri Pimentel maneja toda a sua vida financeira pelo aplicativo do Sicoob. Há dez anos já não opera com nenhum banco comercial. “As taxas são muito mais competitivas”, comenta. O empresário lembra que muito antes de o Banco Central impor um limite às cobranças de juros do cheque especial, as cooperativas de crédito já ofereciam taxas acessíveis.

No meio da pandemia, quando viu seu faturamento desabar 80%, Pimentel recorreu ao Sicoob e teve acesso ao Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), lançado pelo governo). Com R$ 50 mil em mãos, e com juros de 3,5% ao ano, Mauri irrigou seu negócio no pior momento e pôde respirar.

No caso dele, a ida a uma agência é raridade. “Apenas em uma emergência”, conta. Todas suas necessidades, tanto como pessoa física quanto jurídica, são resolvidas pelo aplicativo ou internet banking.

Clóvis Amaral, dono de uma loja de peças, acessórios e serviços para motocicletas em Goiânia, é cooperado a uma das cooperativas do Sicoob há 17 anos. Logo no começo da pandemia, quando ficou com seu negócio com as portas fechadas por 30 dias, recebeu a visita do gerente da cooperativa para oferecer uma linha emergencial para capital de giro, que foi prontamente aceita. Clóvis pegou, assim, um empréstimo de R$ 80 mil, com juros de 0,7% ao mês.

Quando o governo lançou o Pronampe, o pequeno empresário recebeu mais uma ligação e visita de seu gerente. Recebeu a proposta de um empréstimo de R$ 200 mil. Clóvis pegou o crédito e aproveitou para pagar a dívida mais cara. “Se não fosse a cooperativa eu teria tido muitos problemas, como vi outras pessoas tendo”, ressalta o empreendedor.

Crédito corporativo

Foi a carteira do Sicoob para micro e pequenas empresas, setor carente de crédito nos grandes bancos, justamente a que mais expandiu no ano passado: 60%. Essa foi a grande alavanca para a carteira de crédito total do Sicoob crescer cerca de 30%, para um saldo de R$ 89 bilhões.

Segundo Almada, do Sicoob, a presença física é crucial. É com ela que a cooperativa conhece melhor as empresas, para entender o seu risco, uma vez que muitas dessas empresas não têm balanços organizados. “A cooperativa olha para o retorno social”, diz.

O ESTADO DE S. PAULO

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