Parte da elite da indústria e do mercado financeiro tem articulado a construção de uma candidatura de centro na tentativa de derrotar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2022. O grupo inclui nomes de peso, como Pedro Passos (Natura), Fábio Barbosa (ex-Santander e exFebraban), Jayme Garfinkel (Porto Seguro) e Pedro Wongtschowski (Ultra).
A movimentação teve início há quatro meses, mas ganhou força com o recrudescimento da pandemia, as incertezas sobre a economia e a recuperação dos direitos políticos de Lula. Desde então, vários encontros com lideranças partidárias e potenciais candidatos já foram realizados. Participam das reuniões cerca de 30 pessoas. Não há consenso sobre nomes, mas os que surgem com mais frequência são os dos governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, e do apresentador e empresário Luciano Huck, que pode não efetivar sua candidatura. A maioria considera que o ex-juiz Sérgio Moro não deve ser cabeça de chapa.
Já houve encontros com Doria, com o líder do PSD, Gilberto Kassab, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia. Também foram feitas reuniões com Mandetta e Paulo Hartung, exgovernador do Espírito Santo que busca articular uma candidatura de Huck. O diálogo não estaria acontecendo somente entre empresários e potenciais presidenciáveis. Três ou quatro possíveis candidatos já conversaram entre si e colocaram na mesa de discussões a ideia de concentrar esforços em apenas um nome que represente esse centro político, afirma uma fonte próxima às articulações.
VALOR ECONÔMICO