Com crise, microempreendedores individuais crescem em 2,6 milhões no país em 2020

O Brasil registrou um saldo positivo de 2,3 milhões de empresas abertas em 2020, de acordo com o relatório “Mapa das Empresas” divulgado pelo Ministério da Economia nesta terça-feira.

O número é resultado das 3,3 milhões de empresas abertas menos 1 milhão de empresas fechadas durante o ano de pandemia. De acordo com o ministério, a quantidade de empresas abertas em 2020 supera em 6% o número de 2019.

O secretário de Governo Digital do Ministério da Economia, Luis Felipe Monteiro, disse que o governo trabalha para que o número de empresas fechadas no país não aumente nos próximos meses.

— As medidas voltadas para o fortalecimento de empresas, facilitação de crédito e postergação de dívidas foram empreendidas pelo governo federal em 2020 e com isso a gente espera que não ocorra uma mudança nesse padrão de encerramento de empresas no Brasil.

O comércio e os serviços correspondem por 81,2% das empresas ativas do país e, em 2020, foram os setores com mais empresas abertas. Durante o ano, foram 200 mil comércios varejistas abertos, 149 mil empresas de promoção de vendas e 135 mil cabeleireiros, manicures e pedicures, por exemplo.

“Há uma forte predominância das atividades do setor terciário da economia, relativas ao comércio e prestação de serviços, na relação de empresas em funcionamento, representando mais de 80% dos empreendimentos ativos”, diz o relatório.

A maior parte desse resultado é devido ao movimento do Microempreendedor Individual (MEI), que representa 56,7% das empresas ativas no país. São brasileiros que criaram seu prório emprego.

Foram 2,6 milhões de MEIs abertos em 2020, 8,4% a mais do que em 2019. De outro lado, 625 mil foram fechados durante o ano, uma queda de 14,1% em relação a 2019.

Tanto a abertura quanto o encerramento de MEIs tem trâmite simplificado pela internet.

A subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas, Empreendedorismo e Artesanato, Antonia Tallarida, explica que na visão do Ministério, o crescimento de MEIs têm dois aspectos, a facilitação da abertura e a melhora no ambiente de negócios.

— São empreendedores que estavam em atividades informais e hoje conseguem enxergar um benefício na formalização, em emitir nota, na contratação, especialmente com medidas lançadas em 2020. Quando a gente pensa, por exemplo, o Pronampe exigia um certo grau de formalização e contabilidade em dia para que as empresas pudessem acessar os recursos.

Redução no tempo de abertura
Em 2020, o tempo médio para abertura de empresas no país foi de 2 e 13 horas, uma redução de 43% em relação a 2019, quando levava 4 dias e 11 horas para abrir um negócio no Brasil.

No início do ano, com as medidas de distanciamento social, o tempo de abertura de empresas aumentou um pouco, mas a partir do meio do ano teve uma trajetória de queda.

O secretário especial adjunto de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Gleisson Rubin, afirmou que o objetivo do governo é que o tempo médio seja de 1 dia.

— Houve um repique no período de março a maio do ano passado, foi o episódio em que as medidas de isolamento e distanciamento social eram as mais abrangentes, as juntas comerciais suspenderam o atendimento presencial e ainda não estavam plenamente capacitadas para atender de forma remota os empreendedores, mas superado o período mais agudo, a chuva voltou a seu trajetória de queda.

Entre as capitais, Curitiba é a que tem um tempo médio de abertura menor, de apenas 22 horas, seguida de Macapá e de Goiânia, de 1 dia e 1 hora.

As mais lentas são João Pessoa, que leva um tempo médio de 3 dias e 12 horas, Recife, 3 dias e 16 horas, e Salvador, onde se leva 8 dias e 17 horas para abrir uma empresa.

O GLOBO

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