As vendas no comércio varejista subiram 1,8% em abril, após queda de 1,1% em março, na maior alta para o mês desde 2000. Com isso, o varejo ficou 0,9% acima do patamar pré-pandemia, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 8. O setor acumula crescimento de 4,7% no ano e de 3,6% nos últimos 12 meses, segundo os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).
Sete das oito atividades investigadas pela pesquisa tiveram resultado positivo. A maior alta foi a de móveis e eletrodomésticos (24,8%). O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com queda de 1,7%, foi o único a ter retração frente ao mês anterior. Essa queda fez com que o índice geral não fosse maior em abril, uma vez que o setor representa quase metade (49,2%) do volume de vendas pesquisado.
“O consumo das famílias se modificou em termos de estrutura no começo da pandemia. O que tem acontecido é que, em alguns setores, o consumo tem se concentrado em momentos específicos do ano. Antigamente, esses momentos eram muito marcados, como a Black Friday e o Natal, agora o cenário mudou”, analisa o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
De acordo com o pesquisador, essas semanas de promoções, já habituais no calendário do comércio, vêm perdendo força. “São fenômenos que acabam acontecendo porque as compras estão mais digitais e permitem que determinados setores possam ter promoções fora desses momentos e provocar uma determinada onda de vendas em períodos distintos de tempos”. Para ele, isso faz com que parte das famílias deixe de consumir produtos de um determinado setor para fazê-lo em promoções pontuais.
No varejo ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças (20,3%) e material de construção (10,4%), o aumento no volume de vendas foi de 3,8%. Ambas as atividades haviam recuado no mês anterior.
Na comparação com abril do ano passado, o volume de vendas no varejo cresceu 23,8%, enquanto o varejo ampliado registrou 41% de aumento. Nos dois casos, a alta é explicada pela base de comparação baixa. “Em abril de 2020, foi o maior tombo do índice na série histórica da pesquisa”, Santos.
O ESTADO DE S. PAULO