O retorno de Lula ao jogo político chacoalhou também o universo das centrais sindicais, eleitoralmente cindidas nos últimos pleitos. Representantes das maiores delas, como CUT, UGT, Força Sindical e CTB, compareceram ao evento de quarta-feira (10) e foram citados pelo ex-presidente. Eles são unânimes em dizer que, diferentemente das alternativas que estavam no tabuleiro, Lula é capaz de congregar as centrais e de construir um projeto viável para além da esquerda.
O apelo de Lula para além do espectro da oposição é considerado fundamental por líderes sindicais. Em reunião na semana passada, o petista ouviu de Paulinho da Força, líder da Força Sindical e presidente do Solidariedade, o conselho de não repetir em 2022 a chapa de 2018 —esquerdista e para marcar posição.
Em 2002, o ex-presidente teve o empresário José Alencar como vice. Em 2018, a chapa foi Fernando Haddad e Manuela D’Ávila, do PCdoB.
“Melhor pingar do que secar”, disse o grupo da Força Sindical a Lula. “Tem que fazer uma chapa como a de 2002, que possa unir com o centro”, afirma João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário da Força que participou da reunião. “Tem que ter gente conservadora na chapa, para que a gente consiga ganhar do Jair Bolsonaro.”
Paulinho disse que, se for assim, trabalhará para ajudar Lula na Força e no Solidariedade. Em seu discurso dias depois, o petista fez acenos aos partidos de centro.
FOLHA DE S. PAULO