O avanço da vacinação e a reabertura da economia devem fazer o Brasil ter forte recuperação neste ano e o Produto Interno Bruto (PIB) crescer 4,9%, prevê a agência de classificação de risco Moody’s. Para além de 2021, porém, a média de expansão deve cair para a casa dos 2,5%, baixa para o País e fraca em relação a outros emergentes.
Para conseguir um PIB mais robusto, o Brasil precisa avançar nas reformas estruturais, que estimulem o investimento privado, recomendam os analistas da Moody’s, em relatório divulgado ontem e assinado pela vice-presidente e analista sênior, Samar Maziad, e sua equipe.
A Moody’s avalia que a decisão do governo de excluir despesas adicionais com a pandemia do teto de gastos é negativa para o perfil de crédito do Brasil. Ao mesmo tempo, os analistas esperam que o Planalto vá manter compromisso de médio e longo prazos com ajuste fiscal, influenciado, entre outros fatores, pela aprovação de emendas constitucionais que exigem que despesas obrigatórias fiquem dentro do teto no médio prazo.
O ambiente de ruídos políticos persistentes deve limitar a capacidade do governo de fazer progressos substanciais nos pontos principais das reformas, como na administrativa e na tributária, ambas com medidas impopulares e que exigem amplo debate.
“O governo enfrenta pressão política sobre sua má gestão da pandemia, o que pode pesar sobre as perspectivas para as reformas estruturais, especialmente antes das eleições presidenciais do próximo ano”, ressalta o relatório.
Ao mesmo tempo, a Moody’s afirma não esperar reversões ou mudanças maiores na intenção do governo de liberalizar a economia brasileira e estimular o investimento privado em infraestrutura. Na política monetária, a Moody’s observa que a crescente pressão inflacionária está fazendo o Banco Central elevar os juros.
O ESTADO DE S. PAULO