A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, afirmou ontem que não deve ser liberada no Brasil a compra direta de vacinas contra a covid-19 pela iniciativa privada para que empresas façam a imunização de seus empregados. “Acho que a iniciativa privada tem tido um papel muito importante não só na questão das vacinas. Há uma grande mobilização positiva, nós temos colaborado muito próximos, mas eu creio que esse caminho da compra de vacinas para uso nos próprios funcionários não é um caminho adequado por razões, inclusive, epidemiológicas e sanitárias”, disse Nísia em audiência pública da Comissão da Covid-19 do Senado.
Para ela, a melhor estratégia é seguir o plano de vacinação do governo. “O Programa Nacional de Imunizações definiu uma ordem de prioridades, e é muito importante que ela seja seguida.” O vice-presidente da Fiocruz, Mario Santos Moreira, reforçou: “Se fossem vacinas extras, a gente poderia até considerar, mas, como não há oferta, aquelas vacinas que são registradas na Anvisa podem ser compradas pelo SUS. E não tivemos, até o momento, nenhum problema orçamentário nem de burocracia impedindo a compra dessas vacinas”. O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, também tratou do assunto. “Diante de uma oferta ampla, eu penso que até haveria algo positivo, mas a oferta é tudo, menos ampla. É uma oferta de monta restrita”, afirmou. E acrescentou: “Nós estamos agindo junto ao setor privado, que tem se mostrado muito solícito e solidário no esforço da Fiocruz de ampliar sua capacidade de produção”.
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