Mais 900 mil americanos entrara com pedido de seguro-desemprego na semana passada, refletindo o impacto da pandemia de covid-19 pelo país, aumentando o risco de queda no nível de emprego nos EUA em janeiro pelo segundo mês seguido. O dado divulgado ontem mostra que o presidente Joe Biden herdou uma economia em dificuldade neste primeiro trimestre com o aumento dos novos casos de covid-19, o clima frio desestimulando as pessoas a comerem fora de casa e o fim dos benefícios do primeiro pacote de ajuda emergencial do governo federal.
Apesar dos problemas no mercado de trabalho, os setores industrial e de habitação se mantiveram fortes. Outros dados divulgados ontem mostram que a construção de moradias e as autorizações para construções residenciais futuras avançaram em dezembro para níveis não vistos desde 2006. A atividade industrial na região centro-Atlântica acelerou neste mês, com as fábricas vendo um aquecimento das encomendas. Relatório do Departamento do Trabalho divulgado ontem mostrou que 5,1 milhões de americanos continuam recebendo auxílio desemprego, número que era de 5,2 milhões na semana anterior. Economistas afirmam que um fator para o aumento no número de pedidos de auxílio-desemprego nas últimas duas semanas foi o segundo pacote de ajuda financeira do governo aprovado em dezembro. Entre outras coisas, ele proporcionou um auxílio-desemprego federal de US$ 300 semanais, além do auxílio-desemprego regular. O novo benefício, que vai até a metade de março, pode estar encorajando mais americanos a solicitarem auxíliosdesemprego.
Economistas acreditam que assim que a distribuição da vacina for ampliada, o crescimento da economia deverá acelerar no segundo semestre, com os americanos liberando uma demanda reprimida por viagens, refeições fora de casa e visitas a cinemas e salas de concerto. Esses gastos deverão, em tese, estimular as contratações e iniciar a reposição dos quase 10 milhões de empregos perdidos para pandemia. Mas por enquanto a economia está perdendo terreno. As vendas no varejo caem há três meses seguidos. As restrições ao funcionamento de restaurantes, bares e alguns outros estabelecimentos comerciais, juntamente com a relutância da maioria dos americanos em comprar, viajar e comer fora de casa, levaram a um grande corte nos gastos. A receita dos restaurantes e bares caiu 21% em 2020.
A persistente fraqueza do mercado de trabalho significa dificuldades para milhões de famílias americanas. Em dezembro, as empresas eliminaram 145 mil empregos, a primeira perda desde abril e o sexto mês consecutivo em que o número de contratações caiu. A taxa de desemprego continua estacionada em ainda altos 6,7%. Mesmo assim, há sinais de que o pacote federal de ajuda financeira de US$ 900 milhões aprovado no fim do mês passado poderá começar a amortecer os danos, graças em grande parte aos cheques de US$ 600 que estão sendo enviados à maior parte dos americanos adultos. O governo começou a distribuir os novos pagamentos no fim de dezembro.
Esses pagamentos provavelmente ajudaram a promover um aumento dos gastos com cartões de débito e crédito emitidos pelo Bank of America, segundo escreveram economistas do banco na semana passada. Os gastos totais no cartão aumentaram 9,7% na semana encerrada em 9 de janeiro, em comparação ao mesmo período do ano passado. Isso representou um crescimento de 2% ano sobre ano, antes dos pagamentos do pacote de estímulo financeiro, segundo o Bank of America.
VALOR ECONÔMICO