Em reunião na Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), ministro do Trabalho diz que governo tem ‘total simpatia’ por demandas do setor para reindustrialização do país.
Por g1
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), participou nesta segunda-feira (13) de uma reunião com membros da Federação da Indústria do Estado de são Paulo (Fiesp), e pediu apoio para atualização de legislação trabalhista, para a reforma tributária e criação de um programa de capacitação de jovens para o mercado de trabalho.
Marinho disse ainda que o governo tem “total simpatia” para debater medidas para acelerar o processo de reindustrialização do país.
“O emprego de qualidade está na indústria”, afirmou.
Aproveitando a presença dos empresários, Marinho sugeriu colaboração para formatar um programa que reserva algumas horas de trabalho de operários para que eles se dediquem à qualificação e capacitação profissional.
“É preciso atualização e acompanhamento na revolução da inovação tecnológica, dar espaço para oxigenar a força de trabalho”, afirmou Marinho.
O ministro disse ter o “sonho” de ampliar o ensino médio brasileiro para o período integral e que os estudantes saiam da escola com algum grau de capacitação profissional. Segundo Marinho, essa é uma maneira factível de “igualar as condições” de competição para estudantes de classes sociais mais baixas.
“O filho da classe média entra em vantagem. O estudante de renda baixa tem que sacrificar o estudo se ele encontra bicos aqui e acolá para ajudar a sustentar sua família”, disse.
Marinho afirma que faz parte deste plano que, a partir de uma determinada renda familiar, o estudante tenha direito a uma bolsa para que se dedique exclusivamente à formação, aprendizado e capacitação profissional.
Não foram dados detalhes sobre como funcionaria o processo, nem prazos de implementação. Como custeio, o ministro disse apenas que gostaria de usar recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
“O papel do FAT é para incentivar e financiar investimento produtivo e qualificar a mão de obra. (…) sem competitividade, além de a indústria não ter condição de exportar, ainda perde para a importação de produtos”, disse Marinho.
O ministro mencionou também o processo de revisão da Taxa de Longo Prazo (TLP) do BNDES. Para ele, o patamar atual da taxa de referência para empréstimos do banco está próximo da Selic, o que a torna pouco atrativa.
“Estamos estudando como readequar [a TLP] para que se torne atrativa e que as empresas olhem como possibilidade. Hoje, está espantando investimento que viria para geração de emprego.”
Saque-aniversário do FGTS
O ministro também pediu apoio dos industriais para acabar com o saque-aniversário do FGTS.
Segundo ele, muitos trabalhadores o acionaram sobre a medida porque o método trava os recursos no momento de uma demissão e deixa de servir para resgate financeiro do trabalhador.
“Tenho sido atacado pelo dito ‘mercado’, mas aqui somos o mercado também, não? (…) É um engodo, que atrapalha a indústria porque tira investimento de um fundo que beneficia a indústria. A lógica do Paulo Guedes [ex-ministro da Economia] era acabar com o fundo”, disse Marinho.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/02/13/luiz-marinho-reuniao-fiesp.ghtml