Haddad monta força-tarefa para cuidar de reforma tributária

Por Adriana Fernandes

Ideia é que técnicos fiquem de prontidão para responder a dúvidas sobre o tema; governo quer aprovar mudanças neste ano
BRASÍLIA – Com a missão de aprovar a reforma tributária no primeiro ano do governo Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, montou um núcleo especial voltado para a elaboração da proposta com representantes de todas as áreas da pasta.

A orientação do comando da equipe econômica é a de que o time esteja preparado para dar resposta ágil para qualquer demanda sobre detalhes técnicos da proposta e suas implicações – além de desconstruir “mitos” que o Ministério da Fazenda considera equivocados sobre o impacto da reforma. A missão dada ao grupo é que nada fique sem resposta.
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A força-tarefa da reforma está sendo reforçada por especialistas da área tributária de fora do ministério, que vão integrar a equipe do secretário extraordinário de Reforma Tributária, Bernard Appy. A maioria ainda não foi empossada.

Bernard Appy.
Grupo
Segundo apurou o Estadão, fará parte do time direto de Appy o auditor da Receita Federal Nelson Leitão Paes, especialista em modelagem econômica e avaliação de gastos tributários e política fiscal.

Ele já atuou, principalmente, em temas ligados à reforma tributária, Imposto de Renda Pessoa Física, carga tributária, análise de progressividade e distribuição de renda e tributação sobre o consumo. Tem vários artigos na área e foi secretário no Ministério da Economia da área que cuidava da avaliação de gastos tributários, como subsídios e benefícios fiscais.

Rodrigo Orair, ex-diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado e servidor do Ipea, também estará na equipe. Ele tem vários estudos sobre a tributação do consumo e também da renda. É defensor da volta da tributação de lucros e dividendos e coautor junto com o economista Sergio Gobetti de um estudo que é referência sobre o tema.

Rodrigo Orair.
O auditor fiscal de Minas Gerais Manoel Procópio, especialista em ICMS, também será assessor da secretaria extraordinária; Camilla Cavalcanti, da equipe do relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110 da reforma tributária dos impostos sobre consumo, do senador Roberto Rocha (PTB-MA), também fará parte do núcleo. Ela coordenou os trabalhos para a elaboração do parecer de Rocha, que não chegou a ser votado pelo Senado, mas que será encampado em parte pelo Ministério da Fazenda junto com o parecer da PEC 45 que tramita na Câmara.

Camilla Cavalcanti.
Professora de economia da Universidade Federal de Minas Gerais, Débora Freire fará parte do núcleo. Uma das suas áreas de estudo é o aumento da chamada progressividade do sistema tributário brasileiro – ou seja, fazer com que os que ganham mais paguem proporcionalmente mais impostos. Hoje, o sistema brasileiro é regressivo. Débora será subsecretaria de Política Fiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE), comandada pelo economista Guilherme Mello, que também faz parte da força-tarefa.

Débora Freire.

Embora nem todos tenham sido empossados em seus cargos, reuniões técnicas já estão ocorrendo com a participação de técnicos da Receita e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

https://www.estadao.com.br/economia/fernando-haddad-reforma-tributaria-forca-tarefa/

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