Próximo governo deveria propor que salário mínimo seja indexado ao IPCA-15

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Prioridades do País precisam ser ‘engatar uma terceira’ no processo de crescimento e reduzir o desemprego Fabio Giambiagi*, O Estado de S.Paulo Este é o décimo segundo encontro para tratar de propostas para 2023. O tema de hoje é a política do salário mínimo (SM). A despesa com a previdência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é da ordem de R$ 800 bilhões. E em torno de 40% dessa despesa está indexada ao SM: um aumento real de 1% do salário mínimo significa um incremento da despesa de mais de R$ 3 bilhões. Ora, R$ 3 bilhões foi toda a despesa federal com o apoio à Ciência e Tecnologia em 2021, tirando a folha de funcionários da área. Isso dá uma pista do tipo de dilema envolvido em decisões simpáticas aos olhos do público. [Dinheiro]Aumento real de 1% do salário mínimo significa um incremento da despesa de mais de R$ 3 bilhões Foto: Tiago Queiroz/ Estadão Há outros dados relevantes a lembrar: i) entre fins de 1994 e 2021, o poder aquisitivo real do SM teve um aumento acumulado de 161%; ii) nos últimos 25 anos, a despesa com benefícios previdenciários e assistenciais de exatamente um salário mínimo passou de 1,4%, em 1997, para uma estimativa de 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022; e iii) nesse processo, o SM, que no começo da estabilização, em 1995, correspondia a 26% da renda per capita do Brasil, em 2021 representou 35% dessa variável. Se, em meados da década de 1990, elevar o valor real do salário mínimo – de apenas da ordem de US$ 70 quando o Plano Real foi lançado – fazia sentido, hoje, com o SM tendo tido sua capacidade de compra multiplicada por um fator 2,6 desde aquela época, com nossa situação fiscal, com um crescimento que deixa a desejar e com 11 milhões de desempregados, as prioridades do País precisam ser sair da situação difícil em que nos encontramos, “engatar uma terceira” no processo de crescimento e reduzir o desemprego. Por isso, sugere-se que o próximo governo envie ao Congresso uma proposta que, a partir do valor da variável para 2023, indexe o salário mínimo por oito anos, em todo mês de janeiro, à variação acumulada do IPCA-15 entre dezembro de 2022 e o mês de dezembro de cada ano imediatamente anterior ao da vigência do valor, arredondado para o inteiro superior para manter a tradição de o SM ser um valor inteiro e não ter centavos. A indexação ao IPCA-15 se justifica porque assim o valor poderia ser conhecido todo fim de ano, evitando o problema de ter que “adivinhar” a inflação de dezembro presente em anos anteriores. Quanto à diferença entre o IPCA e o INPC, é irrelevante: entre dezembro de 1994 e dezembro de 2021, a variação média anual do primeiro foi de 6,88% e do segundo, de 6,96% – quase a mesma coisa. Daqui a vários anos, o governo a ser eleito em 2030, na próxima década, definiria em 2031, em outro contexto, que política adotar daí em diante.  https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,fabio-giambiagi-salario-minimo,70004115903

Por que o RH é peça-chave na agenda ESG

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A atuação dos profissionais de Recursos Humanos é crucial para a incorporação da sustentabilidade na cultura organizacional Por Sonia Consiglio Todas as áreas estão procurando sua conexão com ESG (environmental, social e governance – ambiental, social e governança, em português). Afinal, essa é, como costumo chamar, a “sigla mais famosa das galáxias” atualmente. Fortemente impactadas pela pandemia (que mostrou a interligação entre essas dimensões) e pelo interesse crescente e acelerado dos investidores por essa agenda, as lideranças empresariais direcionaram sua atenção para a sustentabilidade como nunca antes. Com isso, vem a reflexão do jurídico, do compliance, do marketing, enfim, de todas as caixinhas do organograma, sobre qual é o seu papel em tudo isso. Com RH não é diferente. E não poderia ser. RH, na verdade, é peça-chave neste contexto. É fácil comprovar a valorização da pauta de pessoas olhando para o mais alto nível de governança das empresas, os conselhos de administração. Em qualquer pesquisa sobre tendências para 2022 nesses colegiados, ela aparece: Quando analisamos as competências que os/as conselheiros/as devem ter, a linha é a mesma. Em levantamento conduzido pela ZRG (consultoria global de gestão de talentos) com conselheiros de 127 empresas globais de grande porte, as habilidades relacionadas a “Gestão de Talentos/RH” estão empatadas em primeiro lugar com “Olhar Estratégico”, com 71% dos entrevistados indicando-as como essenciais para os conselhos nos próximos 5 a 10 anos. Venho de uma escola muito forte em gestão de pessoas: o BankBoston. Quando fui diretora de RH lá, no início dos anos 2000, já falávamos em avaliação por competências, qualidade de vida, diversidade e atendimento por meio de LPOs (line personnel officer), por exemplo. Essa não era a regra – e me arrisco a dizer que, infelizmente, segue não sendo. As áreas de RH, em geral, ainda lutam por espaços mais estratégicos e para serem vistas como parceiras de negócios e não apenas operacionalizadoras de processos de seleção, remuneração, benefícios. E aí chega o ESG. Quando falamos do envolvimento do RH nesta agenda, a conversa tende a enveredar para diversidade. Claro, é isso também. Mas não só. É também sobre cultura, engajamento, desafios, reconhecimento, desenvolvimento. É sobre pessoas e como elas podem ser melhores e tornarem as empresas onde trabalham lugares melhores, mais saudáveis e prósperos. Uma pesquisa que ajuda muito a entender o papel do RH nesse novo mundo aonde ESG chega forte e muda modelos é “Liderança para a Década da Ação”, conduzida por Russell Reynolds e Pacto Global da ONU. Ela indica quatro processos fundamentais para a incorporação da sustentabilidade na cultura corporativa: Seleção, Sucessão, Incentivos e Desenvolvimento. Segundo o estudo, devemos nos certificar de que as questões sociais, ambientais e de governança estão sendo consideradas ao entrevistarmos um candidato, no mapeamento de sucessores, na remuneração variável e ao treinarmos e desenvolvermos o time. Ora, e quem é o responsável por todos esses movimentos na organização? O profissional de Recursos Humanos. Profissional esse que sempre foi desafiado a ir além, a ser estratégico, a propor e antever tendências. Não é de hoje que a sua atuação é discutida, provocada, analisada, dada sua relevância e poder de transformação. Quando inserimos ESG neste cenário, vemos de forma límpida o imenso potencial de implementação de práticas que podem mudar de patamar uma organização. Potencial que só se concretizará com um novo olhar e uma nova forma de fazer. É como diz a CEO da Solvay, Ilham Kadri: “Nós precisamos desaprender o que fizemos no passado e pensar em construir novas competências para os futuros líderes em torno da sustentabilidade no sentido de reinventar novas formas de progresso”. E, para isso, RH é peça-chave. Sonia Consiglio é colunista do Valor Investe, SDG Pioneer pelo Pacto Global da ONU, Vice-presidente do Conselho Consultivo da CDP LA, conselheira de empresas e atua há 20 anos com sustentabilidade. Autora do livro #vivipraver – a história e as minhas histórias de sustentabilidade (Heloísa Belluzzo Editora). https://valor.globo.com/carreira/coluna/por-que-o-rh-e-peca-chave-na-agenda-esg.ghtml

6 em cada 10 empreendedores estão confiantes com o futuro da empresa, aponta pesquisa

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Apesar do otimismo, levantamento do Sebrae e da FGV mostra que donos de pequenos negócios de serviço de alimentação, moda e logística e transporte são os mais preocupados. Por g1 Seis em cada dez empreendedores estão confiantes com o futuro da empresa, aponta a 14ª Pesquisa de Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios, feita pelo Sebrae e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com mais de 13 mil donos de pequenos negócios no Brasil. Mas existem níveis de confiança dentro dessa parcela otimista: 24% dos entrevistados estão conformados com a crise, 19% se sentem aliviados e mantêm esperanças para o futuro e só 16% se sentem animados para os próximos meses. Os mais confiantes são os empreendedores dos setores de indústria de base de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg e do agronegócio, devido à demanda contínua de seus serviços e produtos. Mas é preciso olhar os aflitos Apesar de ser dominante, o otimismo caiu um pouco desde o final de 2021. Os donos de negócio que estão preocupados com o futuro somam 41% dos entrevistados. No fim do ano passado, eles representavam 39%. A pesquisa reflete o cenário incerto para o empreendedor brasileiro, aponta o analista de Competitividade do Sebrae, Alberto Vallim. “É um sinal de que a maioria está em situação melhor do que os tempos difíceis em 2020 e 2021, durante a pandemia. No entanto, é um sinal de alerta porque é um indicador que vinha melhorando ao longo dos últimos dois anos, mas voltou a ter uma piora agora nessa pesquisa”, comentou em nota. Os mais aflitos são os empresários dos ramos de serviço de alimentação (50%), comércio varejista da moda (47%) e logística e transporte (45%). De acordo com Vallim, esses segmentos são os que mais sentem o aumento da energia e dos combustíveis, principalmente o setor de logística. Sai a pandemia, entra a inflação Se nos dois últimos anos a pandemia foi o maior motivo de preocupação dos empreendedores, agora passou a ser o aumento dos custos e a falta de clientes. “Os efeitos diretos da pandemia já não são a maior preocupação, mas os efeitos econômicos oriundos de outros fatores, como inflação, recessão em outros países do mundo, aumento da taxa de juros e impactos da oscilação em algumas cadeias globais de fornecimento”, diz Vallim. https://g1.globo.com/empreendedorismo/noticia/2022/07/14/6-em-cada-10-empreendedores-estao-confiantes-com-o-futuro-da-empresa-aponta-pesquisa.ghtml

Gasto com alimentação consome cerca de 60% do salário do trabalhador, diz pesquisa

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Talita Nascimento Consumir uma refeição completa – com prato, bebida, sobremesa e cafezinho – fora de casa nos dias úteis pode comprometer mais de um terço (35%) do salário médio do trabalhador brasileiro. Somado o custo dessas refeições fora do lar com o preço da cesta básica, é possível que os gastos com comida representem 60,6% da renda. Os dados são da pesquisa+Valor, apresentada pela Ticket, marca de benefícios de alimentação e refeição da Edenred Brasil. A conta é feita considerando os trabalhadores que não recebem benefícios de alimentação. Pesquisa se baseou em  dados do IBGE sobre salário A pesquisa se baseou nas informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indicam que o salário médio do trabalhador brasileiro é de R$ 2.548. De acordo com o levantamento, ao desembolsar o valor de R$ 40,64 (preço médio da refeição completa) durante 22 dias úteis ao mês, o consumidor terá um gasto total de R$ 894,08. A Ticket também analisou o valor médio da cesta básica que, em junho, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), era de R$ 652,35. Sendo assim, a soma da alimentação dentro e fora do lar é de R$ 1.546,43, o que corresponde a 60,6% do valor dos rendimentos médios mensais dos brasileiros. Esta nota foi publicada no Broadcast  no dia 12/07/22, às 13h51 O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão. https://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/gasto-com-alimentacao-consome-cerca-de-60-do-salario-do-trabalhador-diz-pesquisa/

Com nova projeção de inflação, salário mínimo pode crescer em 2023 menos do que o previsto, aponta Economia

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Caso se confirme a nova previsão do INPC, de 7,41%, o piso salarial subirá para R$ 1.301,81 a partir de janeiro do ano que vem. Em maio, governo havia estimado salário mínimo em R$ 1.310,17. Por Jéssica Sant’Ana, g1 — Brasília O salário mínimo em 2023 pode ser menor que o inicialmente previsto pelo governo, se for confirmada a nova estimativa de inflação divulgada pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira (14). A previsão da pasta para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPS) passou de 8,10% para 7,41% . O INPC, um índice de inflação, é usado para a correção anual do salário mínimo. Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.212. Caso o INPC avance 7,41%, o piso salarial subirá para R$ 1.301,81 a partir de janeiro do ano que vem — valor menor que os R$ 1.310,17 estimados em maio, quando o governo acreditava que o INPC teria alta de 8,1%. Porém, a nova previsão para o salário mínimo é maior que os R$ 1.294, previstos no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), apresentado pelo governo em abril, quando a equipe econômica calculava um INPC de 6,70% neste ano. O projeto foi aprovado pelo Congresso nesta semana. Congresso aprova texto que prevê correção do salário mínimo em 2023 apenas pela inflação O novo valor estimado nesta quinta-feira é provisório. Se a inflação medida pelo INPC no acumulado de 2022 for diferente da estimativa, o governo terá de rever o valor do mínimo. A Constituição estabelece que o reajuste não pode ser inferior à inflação do ano anterior. O governo tem até o fim do ano para definir o valor do piso para 2023. A gestão do presidente Jair Bolsonaro não tem trabalhado com valorização real (acima da inflação) do salário mínimo, devido ao impacto nas contas públicas. https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/07/14/com-nova-projecao-de-inflacao-salario-minimo-pode-crescer-em-2023-menos-do-que-o-previsto.ghtml