Brasil perde duas posições em ranking de competitividade
Estadão País fica em 59.º lugar, à frente apenas de Venezuela, Argentina, Mongólia e África do Sul, e bem distante da Dinamarca, a líder Eduardo Laguna O Brasil perdeu duas posições e agora está à frente de apenas quatro países – África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela – no ranking anual desenvolvido pela escola de educação executiva suíça IMD que avalia a competitividade de 63 países. Da 57.ª posição no levantamento de 2021, o Brasil caiu para a 59.ª no ranking deste ano, que tem a Dinamarca como o lugar que oferece as melhores condições para uma empresa prosperar e concorrer em mercados internacionais. O resultado se deve, sobretudo, à pior percepção dos empresários em temas como economia doméstica, sistema tributário, produtividade, infraestrutura básica, oferta de mão de obra qualificada e acesso ao ensino superior no País. Pela dificuldade em superar fragilidades – entre elas, o complexo sistema tributário –, o Brasil, exceto uma curta interrupção da tendência entre 2018 e 2020, vem perdendo posições na lista desde 2010, quando estava entre as 38 economias mais competitivas. Em geral, os países mais competitivos do mundo têm em comum um desempenho relativamente estável em produtividade, educação e https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg. Entre os países da América Latina, o Chile é o melhor colocado, na 45.ª posição. Em função da guerra, Rússia e Ucrânia foram excluídas do ranking. Os indicadores econômicos, a maioria relativa ao ano passado, têm maior peso no levantamento (2/3). Porém, a posição dos países também leva em conta, com peso de 1/3 no resultado final, pesquisas de opinião, realizadas entre fevereiro e maio, com gestores de alto escalão das empresas nos mercados analisados. No Brasil, as coletas de dados econômicos e a pesquisa foram realizadas pela Fundação Dom Cabral (FDC). Segundo o professor Carlos Arruda, do núcleo de inovação e empreendedorismo da instituição, o rebaixamento do Brasil aconteceu mais pela piora na avaliação do empresariado do que propriamente pelos últimos resultados da economia. “Há um certo desânimo dos empresários com o contexto brasileiro”, comenta. Ranking de Competitividade IMD (2022) 1º – Dinamarca 2º – Suíça 3º – Singapura 4º – Suécia 5º – Hong Kong 6º – Holanda 7º – Taiwan 8º – Finlândia 9º – Noruega 10º – Estados Unidos 11º – Irlanda 12º – Emirados Árabes 13º – Luxemburgo 14º – Canadá 15º – Alemanha 16º – Islândia 17º – China 18º – Qatar 19º – Austrália 20º – Áustria 21º – Bélgica 22º – Estônia 23º – Reino Unido 24º – Arábia Saudita 25º – Israel 26º – República Tcheca 27º – Coreia do Sul 28º – França 29º – Lituânia 30º – Bahrein 31º – Nova Zelândia 32º – Malásia 33º – Tailândia 34º – Japão 35º – Letônia 36º – Espanha 37º – Índia 38º – Eslovênia 39º – Hungria 40º – Chipre 41º – Itália 42º – Portugal 43º – Cazaquistão 44º – Indonésia 45º – Chile 46º – Croácia 47º – Grécia 48º – Filipinas 49º – Eslováquia 50º – Polônia 51º – Romênia 52º – Turquia 53º – Bulgária 54º – Peru 55º – México 56º – Jordânia 57º – Colômbia 58º – Botsuana 59º – BRASIL 60º – África do Sul 61º – Mongólia 62º – Argentina 63º – Venezuela Baixa qualificação Enquanto a produtividade da força de trabalho no Brasil segue abaixo da média internacional, a disponibilidade de mão de obra qualificada, assim como o número, baixo, de graduados em ciência e https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg, não acompanha as novas habilidades e competências demandadas. A avaliação entre empresários é de que a educação universitária no Brasil não é compatível com as necessidades das empresas. O avanço do desmatamento em biomas nacionais, que prejudica a imagem do País e a presença de empresas brasileiras em mercados internacionais, é outro motivo por trás da piora da competitividade brasileira, assim como o atraso do Brasil, se comparado a outros países, em realizar mudanças significativas do sistema tributário. Para Arruda, embora o País tenha reduzido a burocracia na abertura de empresas e avançado na digitalização de serviços públicos, a defasagem em áreas como legislação empresarial, educação e infraestrutura segue pesando, tornando ainda mais urgente avançar nas reformas, principalmente a tributária e a administrativa. “Fica claro que o Brasil precisa de ajustes com certa urgência. Apesar de alguns avanços, o Brasil ainda é visto como um país pouco competitivo”, observa o professor. https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-perde-duas-posicoes-ranking-competitividade,70004093297
Aumentam as denúncias feitas por funcionários nas empresas. Conheça as principais queixas
Valor Econômico Levantamento mostra que os relatos de fraude financeira são os menos comuns Por Jacilio Saraiva As denúncias feitas por funcionários nas empresas brasileiras aumentaram em 2021, em relação a 2020. Entre os tipos de notificações, as que sinalizam assédio moral, sexual, agressão e discriminação são mais de quatro vezes maiores, em número de relatos, do que o indicador sobre fraudes financeiras. É o que mostra uma pesquisa realizada pela Aliant, plataforma de soluções digitais da consultoria de gestão de riscos e compliance ICTS Protiviti. O relatório registra um avanço de 18% nas queixas feitas no ano passado, em comparação a 2020, que já havia apontado uma elevação de 6% nas declarações, ante 2019. O estudo, obtido com exclusividade pelo Valor, é baseado em 125.412 registros feitos nos canais de denúncias de 563 empresas de diferentes portes e segmentos, em todos os estados. A maioria é do setor de serviços (44,2%) e da indústria (22,3%), mas o maior volume de indícios, por amostra de mil funcionários, foi observado no varejo (19,4%), com uma participação de 6,4% nas delações. Outro dado que chama a atenção na análise é que para cada reclamação de fraude há pelo menos quatro sobre assédio. Dentro do tópico “relacionamento interpessoal”, categoria do levantamento que inclui falhas de comportamento e práticas abusivas, estão 52,6% dos reportes em 2021 – os desvios de comportamento (não agir de acordo com as normas ou tudo que vai contra o código de conduta da companhia) marcaram 21,6%, enquanto os atos abusivos (assédio moral, sexual, agressão e discriminação), chegaram a 31%. As delações sobre fraudes somam apenas 6,9%. “O crescimento expressivo dos relatos de assédio é um reflexo do que a sociedade vive hoje, com mais consciência sobre a temática e mais segurança de trazer os casos à tona”, diz Fernando Fleider, CEO da ICTS Protiviti. “Os canais de denúncias, que nasceram com incentivos de governos e mercados, tornam-se, a cada dia, mecanismos de acolhimento aos funcionários.” Fleider considera que os dados servem como um pedido de atenção às organizações para um maior cuidado com as equipes. “Historicamente, as corporações buscam indicadores financeiros para analisar as denúncias, em especial nos casos de fraude, diz. “Mas o fator financeiro pode estar ligado também aos assédios, por conta das condenações judiciais trabalhistas.” A perda de valor em imagem das corporações com as denúncias, continua o executivo, também é financeiramente danosa, sem falar que as ocorrências podem levar ao aumento do turnover e dos problemas de saúde dos profissionais. O CEO da ICTS Protiviti afirma ainda que, nos casos de assédio, diminuíram as estatísticas com notas como “dados insuficientes ou não conclusivos”, em relação à pesquisa anterior. “Isso prova que os denunciantes estão mais confiantes em detalhar o ocorrido”, destaca. Ao mesmo tempo, subiu o volume de medidas disciplinares como “orientação e transferência de funcionários de setores”. “É uma demonstração de que as chefias estão mais voltadas às ações preventivas, apostando em educação, do que em movimentos punitivos, como suspensões e advertências.” https://valor.globo.com/carreira/noticia/2022/06/14/aumentam-as-denuncias-feitas-por-funcionarios-nas-empresas-conheca-as-principais-queixas.ghtml
Setor da construção empregou 2 milhões de pessoas em 2020, diz IBGE
Agência Brasil Neste período foram pagos R$ 58,7 bilhões em salários Por Alana Gandra Em sua trigésima edição, divulgada hoje (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) revela que, em 2020, primeiro ano da pandemia do novo coronavírus, o setor da construção envolveu um total de 131,8 mil empresas ativas que empregaram 2 milhões de pessoas, às quais foram pagos R$ 58,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. Foram gerados R$ 325,1 bilhões em valor de incorporações, obras ou serviços da construção, naquele ano. A sondagem indica que os resultados do valor de incorporações, obras ou serviços da construção somaram R$ 147,3 bilhões para o segmento de Construção de edifícios; R$ 106,4 bilhões para Obras de infraestrutura; e R$ 71,4 bilhões para Serviços especializados para construção. De acordo com os dados apurados pelo IBGE, houve mudança estrutural no setor da construção, nos últimos dez anos: o segmento de maior participação em valor de incorporações, obras ou serviços da construção no ano de 2011, que foi o de obras de infraestrutura, que caiu de 41,7% para 32,7% do total, em 2020. Em contrapartida, o segmento de construção de edifícios teve a participação ampliada de 39,9% para 45,3%, no período. Da mesma forma, o segmento de serviços especializados para construção aumentou sua participação de 18,5% para 22,0%, de 2011 para 2020. Na década pesquisada, o setor formal da construção passou a se caracterizar por empresas de menor porte e pagando salários mais baixos. No primeiro ano da pandemia do novo coronavírus, o valor adicionado bruto da construção sofreu queda de 6,3% em relação ao ano anterior, segundo o Sistema de Contas Nacionais (SCN), do IBGE. Também em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) caiu, em volume, 0,9%, em decorrência dos impactos produzidos pela pandemia na economia como um todo. Da mesma forma, a produção física industrial de insumos típicos da construção civil enfrentou retração de 0,2%, em 2020, sendo a queda mais acentuada nos primeiros meses daquele ano, revela o SCN. Setor privado A Paic mostra que, em 2020, o setor privado teve sua maior participação na década, respondendo por 70,2% do valor de obras ou serviços da construção, contra 61,5%, em 2011. Segundo o IBGE, o aumento foi influenciado, principalmente, pelo segmento de construção de edifícios e dos serviços especializados para construção, nos quais a participação do setor privado atingiu 82% e 79,4%, respectivamente, em 2020, contra 75,6% e 78%, em 2011. Já no segmento de obras de infraestrutura, que tem no setor público seu principal contratante historicamente, o valor de obras ou serviços da construção foi dividido com a esfera privada. Com isso, a participação do setor público sofreu retração de 7,9 pontos percentuais em dez anos, caindo de 57,9%, em 2011, para 50%, em 2020, enquanto o setor privado ampliou sua fatia de 42,1% para 50%. Ainda de acordo com a PAIC, a participação do setor público como demandante de obras ou serviços da construção caiu 8,7 pontos percentuais (p.p.) no período de 2011 a 2020. O grupo das oito maiores empresas da construção reduziu o valor, caindo de 11% do total do setor, em 2011, para 4,8%, em 2020, queda de 6,2 pontos percentuais. Por segmentos, houve queda no valor das empresas de construção de edifícios, de 8,7% para 7% na década, e no segmento de obras de infraestrutura, de 25,3%, em 2011, para 10% em 2020 (queda de 15,3 p.p.). No sentido contrário, o segmento de serviços especializados para construção apresentou expansão da concentração, subindo de 4,7%, em 2011, para 7,2%, em 2020. Emprego A Paic 2020 evidencia redução do número de pessoas ocupadas de 2,7 milhões, em 2011, para 2 milhões, em 2020. Isso significou perda de 680,7 mil empregos. Embora essa queda tenha ocorrido nos três segmentos da construção, o destaque foi para a construção de edifícios, que respondeu por 46,1% da retração registrada. Em ternos de distribuição do pessoal empregado, a construção de edifícios se manteve como o principal segmento empregador, com 35,3% de participação em 2020, seguido por serviços especializados para construção, com 33%, e obras de infraestrutura, com 31,8%. O levantamento do IBGE registra que, entre 2019 e 2020, o volume de emprego na indústria da construção aumentou em 71,8 mil pessoas. O segmento que mais contribuiu para esse resultado foi o de obras de infraestrutura, que empregou 61,6 mil pessoas a mais no período, seguido por construção de edifícios, com mais 32,7 mil pessoas. Por outro lado, o segmento de serviços especializados para construção mostrou queda de 22,5 mil pessoas nesse período. Do ponto de vista do emprego formal, a pesquisa constatou que os impactos da pandemia do novo coronavírus não puderam configurar um resultado negativo para o setor da construção em 2020, frente o ano anterior. O segmento de obras de infraestrutura, em especial, já vinha retomando o ritmo das atividades e não enfrentou graves problemas de abastecimento em termos de materiais para construção no primeiro ano da pandemia. Soma-se a isso o porte maior das empresas, que teria representado “maior estabilidade dos vínculos formais de trabalho em 2020 relativamente a 2019”. A pesquisa destacou ainda que os vários decretos federais, estaduais e municipais incluíram a construção no rol de atividades essenciais, o que permitiu a continuidade das obras durante a pandemia. A pesquisa mostra que, em 2020, comparativamente a 2019, houve incremento de 3,8% no número de pessoas ocupadas. Já os salários, retiradas e outras remunerações pagas foram ampliadas em apenas 0,2%, o que sinaliza uma estabilidade real. Isso quer dizer que mesmo em um ano de pandemia da covid-19, o setor da construção demonstrou relativa estabilidade no montante de salários, retiradas e outras remunerações. Custos e despesas Considerando o número total de pessoas ocupadas dividido pelo número de empresas, notou-se queda na ocupação de 28 para 15 pessoas, entre 2011 e 2020. Essa tendência foi observada nos três segmentos, destacando obras de infraestrutura, que ocupava 98
Coligação de Lula tira revogação de reforma trabalhista de plano de governo
Estadão Novo texto deve ser divulgado até dia 21; prévia de programa também faz aceno a policiais Os partidos que formam a coligação de apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegaram a um acordo sobre a prévia do programa de governo do petista. A decisão foi por remover o termo “revogação” da reforma trabalhista feita no governo Temer, como o próprio Lula já havia sinalizado em discursos. Além disso, os partidos decidiram ampliar o aceno aos policiais e o trecho que trata da proteção do meio ambiente – este último, movido pela repercussão e comoção do desaparecimento do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, na Amazônia. Na semana passada, o documento com 90 propostas iniciais para o programa, tratou da revogação da reforma trabalhista. Apoiadores da campanha de Lula, no entanto, demonstraram descontentamento com a previsão, que foi incluída para atender pressões internas do PT e do PSOL. Agora, a nova redação do projeto usa como base um documento elaborado pelas centrais sindicais durante a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) deste ano. Além de falar em abrir mesa de negociação e fortalecer sindicatos, os partidos optaram por tratar o assunto como revogação das “medidas regressivas” da reforma trabalhista – e não da reforma como um todo. Na última semana, petistas se reuniram com sindicatos e aliados para receber sugestões de emendas e substitutivos do texto. O texto final deve ser divulgado no dia 21. Então, passará por uma plataforma online para sugestões da sociedade. Gleisi Hoffmann: ‘O verbo usado é o que menos importa’ A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, minimizou a polêmica sobre a questão trabalhista. Segundo a dirigente, “o verbo usado é o que menos importa”. “Revogar ou revisar são verbos equivalentes. Para rever uma legislação ao final tem de revogar as disposições em contrário. Essa celeuma em relação à reforma trabalhista é fumaça. Não ajuda na solução do problema que temos hoje, desemprego e baixa renda”, disse Gleisi no domingo, antes, portanto, do acordo entre os partidos da coligação. A nova prévia do programa também avançou no debate sobre segurança pública. A valorização de policiais já era prevista no texto anterior, mas agora incorporou sugestões de profissionais de segurança, apresentadas pelo PSB. As diretrizes incluirão previsões para a modernização das instituições de segurança e das carreiras policiais. Durante a campanha, Lula cometeu uma gafe ao falar que Bolsonaro “não gosta de gente, ele gosta de policial”. Criticado por adversários e cobrado pela corporação, corrigiu-se no dia seguinte e pediu desculpas. Lula disse que, na verdade, queria dizer que Bolsonaro gosta “de milicianos” e afirmou que policiais “salvam muita gente” e devem ser tratados como trabalhadores. Os partidos também aderiram sugestões da Rede, PSOL e PV para ampliar a proteção ambiental no projeto. “O desaparecimento do Bruno e do Dom impactou muito no debate”, disse o representante da Rede na reunião desta terça-feira, 14, Pedro Ivo Souza Alcântara, sobre as alterações na área ambiental. Petistas e aliados, segundo ele, querem criar uma Força Nacional, ou um órgão dentro da Força Nacional para o combate a crimes ambientais. “Está muito presente, inclusive retomar, porque estão sendo desmontados o sistema do meio ambiente e a Funai”, afirma. Uma das propostas que devem ser levadas adiante é a promessa de alcançar um índice zero de “desmatamento líquido” da Amazônia. “Isso quer dizer que vai recompor e reflorestar, coibindo o desmatamento, vai zerar progressivamente o desmatamento”, diz. Marina declara apoio a Haddad em São Paulo Além de ter uma cadeira na coordenação e na costura do plano de governo de Lula, a Rede tem buscado um alinhamento maior com petistas. Neste fim de semana, a ex-ministra Marina Silva declarou apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) ao governo estadual de São Paulo. O petista quer que Marina seja sua vice, mas ela pode acabar disputando a Câmara em São Paulo. A comissão formada por representantes do PT, PCdoB, PV, PSB, PSOL, Rede e Solidariedade fechou o acordo nesta terça-feira, depois de analisar 124 emendas apresentadas ao texto original, divulgado há uma semana. Lula e Alckmin ainda analisarão o novo documento, com as propostas atualizadas, para lançar oficialmente na semana que vem as diretrizes programáticas da campanha. A ideia do PT é fazer a divulgação com um evento com participação dos dois, além de presidentes de partidos, representantes da sociedade civil, movimentos sociais, centrais sindicais e ambientalistas. https://www.estadao.com.br/politica/coligacao-de-lula-tira-revogacao-de-reforma-trabalhista-de-plano-de-governo/
Decisão do STF reforça contribuição bilionária sobre terço de férias
Folha de S.Paulo Supremo definiu que voto de ministro aposentado vale em novo julgamento; empresas poderão ter de pagar R$ 80 bi Cristiane Gercina SÃO PAULO A decisão tomada pelo plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) na última quinta-feira (9), de que votos de ministros aposentados são válidos em novos julgamentos sobre um mesmo tema, reabre um debate que pode fazer com que empresas desembolsem cerca de R$ 80 bilhões para pagar contribuição previdenciária sobre o terço de férias de seus funcionários. O plenário da corte definiu que quando houver pedido de destaque em julgamento virtual com voto de ministro que já se aposentou, o posicionamento é válido e não deve ser descartado em novo julgamento no plenário físico. A decisão terá impacto sobre o julgamento da revisão da vida toda, que tem voto favorável do ministro Marco Aurélio de Mello, já aposentado, e com a modulação do tema 985, que trata da incidência de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) sobre o terço constitucional de férias. Há outros 19 processos com relatoria de Marco Aurélio, cujos votos serão considerados nos novos julgamentos. O cálculo de gastos que vão de R$ 60 bilhões a R$ 80 bilhões a serem desembolsados pelas empresas é da Abat (Associação Brasileira de Advocacia Tributária). A associação busca no Supremo a suspensão da cobrança enquanto o julgamento não chega totalmente ao final. O impasse começou em 2020, quando o STF decidiu que o terço constitucional de férias tem natureza trabalhista e, portanto, incide contribuição previdenciária de 20% sobre ele. A decisão foi de encontro ao que já havia sido definido pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), em 2014, de que não há natureza trabalhista na verba e, portanto, não há pagamento de INSS. “O número que trazemos é baseado na remuneração do terço de férias, levando em consideração a folha de pagamento de todas as empresas, incluindo a parte de terceiros, e um percentual de 28,5%”, explica Halley Henares Neto, presidente Abat e sócio do Henares advogados. Segundo ele, a associação pediu ao STF que suspenda todos os processos em andamento na Justiça até que haja modulação sobre o tema. A modulação teve início em 2021, no plenário virtual do Supremo, mas o debate foi interrrompido após pedido de destaque do ministro Luiz Fux, que levará o julgamento a recomeçar no plenário virutal, agora com um voto contrário de Marco Aurélio. A dívida bilionária calculada pela Abat se refere ao período entre 2014 e 2021, data de publicação do julgamento, quando as empresas deixaram de pagar a contribuição com base na decisão judicial do STJ e voltaram a ser obrigadas após decisão do Supremo. “A partir daquele momento, as empresas acabaram voltando a recolher. Se não modular, baseado na segurança jurídica, haverá uma quebra do princípio da proteção da confiança do contribuinte no poder Judiciário”, diz Henares Neto. Para o advogado Rodrigo Prado Gonçalves, sócio nas áreas de reestruturação e insolvência e tributário do Felsberg Advogados, a modulação é necessária para garantir segurança jurídica. “Se não houver essa modulação após uma decisão que reverte outra, aqueles contribuintes que deixaram de contribuir aquilo que era um crédito, ficam com uma dívida muito alta, especialmente neste momento de crise, inflação e guerra da Ucrânia.” Ele defende o julgamento presencial. “É de extrema importância para se chegar a um consenso. É louvável e salutar que esse tema seja discutido de forma ampla”, afirma. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/06/decisao-do-stf-reforca-contribuicao-bilionaria-sobre-terco-de-ferias.shtml