Sem crédito e com insumos caros, 41% das pequenas indústrias estão pessimistas
Quatro em cada dez micro e pequenas indústrias (41%) no Estado de São Paulo estão pessimistas com o desempenho dos negócios neste fim de ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Apenas 24% estão otimistas, segundo dados do 15º Boletim de Tendências das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo. Ainda às voltas com os impactos da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, um quinto (21%) das empresas ainda se diz em situação financeira ruim ou péssima. De forma geral, 37% têm capital de giro insuficiente para manter os negócios, 45% das empresas ainda relatam algum tipo de paralisação de suas atividades mesmo que parcial, e 31% operam hoje com menos funcionários do que no início da pandemia. A coleta de dados para a pesquisa ocorreu entre os dias 10 a 17 de novembro de 2020. O estudo foi encomendado pelo Sindicato de Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi) ao Datafolha. Para Joseph Couri, presidente do Simpi, a pequena indústria tem sido afetada pela falta de acesso das empresas a linhas de crédito, pela elevação dos custos de insumos e pela redução do poder aquisitivo da população, via aumento do desemprego e diminuição do auxílio emergencial. “Apenas 14% das empresas têm acesso a crédito, 80% não têm. O crédito não está chegando à ponta, e 24% das empresas estão usando cheque especial como capital de giro. Isso é insustentável”, ressaltou Couri. Os dados mostram que os problemas no acesso a matérias-primas vêm se agravando desde setembro: 90% dos industriais se queixaram da alta de preços, mas também há relatos de escassez de insumos, mencionada por 77% deles, atraso na entrega (citado por 71%) e baixa qualidade (34%). Em todos os casos houve piora em relação ao mês anterior. A pesquisa registrou aumento também nos relatos sobre fornecedores que faliram ou entraram em recuperação judicial desde o início da pandemia: 37% das empresas perderam algum fornecedor por este motivo, ante uma fatia de 28% na pesquisa feita em setembro. Ao mesmo tempo, avançou para 38% a parcela de micro e pequenas indústrias com algum cliente empresarial que deixou de comprar porque faliu ou entrou em recuperação judicial, segundo maior patamar de relatos sobre clientes perdidos desde que começou o levantamento, no mês de abril. “Houve uma quebra na cadeia produtiva”, disse Couri. Seis entre dez pequenos e médios industriais (59%) relatam que terão dificuldade de pagar o 13º salário dos funcionários neste ano. Quase um quarto dos empresários (23%) afirma que terão muita dificuldade de cumprir com o pagamento. Para 40% dos entrevistados, a situação financeira para quitar o compromisso com o trabalhador está pior neste ano do que no ano passado, e 27% das empresas reconhecem que podem atrasar o pagamento do 13º salário dos funcionários. “A evolução de setembro para cá mostra um quadro extremamente grave e um aprofundamento da crise. As empresas têm clientes, mas não têm como atender, não têm insumos, não têm matérias-primas. Ninguém está contratando. O treinamento de mão de obra qualificada foi deteriorado por causa desse quadro de crise. As medidas do governo não chegaram na ponta. Sem crédito, sem política voltada para o mercado interno, para a volta do emprego e do poder aquisitivo, essa crise será muito pior nos próximos meses”, alertou o presidente do Simpi. VALOR ECONÔMICO
Empresas não investem para LGPD
Trinta por cento das empresas no Brasil não pretendem investir para atender aos requisitos estipulados na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), segundo indica um estudo realizado pelo birô de crédito Boa Vista com mais de 500 organizações do setor privado. O levantamento indica que apenas 25% das companhias iniciaram investimentos para se adequar à LGPD, em vigor desde setembro. “Foi possível perceber que todos estavam esperando ela [a lei] para maio de 2021”, diz o diretor de proteção de dados da Boa Vista, Paulo Watanabe. “Talvez esses 30% sejam uma questão de desconhecimento [da Lei Geral de Proteção de Dados].” Medida provisória publicada em 29 de abril deste ano adiava a vigência da LGPD para 2021, mas o artigo que possibilitaria postergar a entrada em vigor das novas regras acabou removido do texto final aprovado pelo Senado. O repentino início da vigência da Lei Geral de Proteção de Dados pode explicar o provável desconhecimento da LGPD pelas empresas. “O momento da pandemia também dificulta o investimento”, acrescenta Watanabe, numa referência à contração econômica provocada pela covid-19. Paradoxalmente, a pesquisa realizada pelo birô de crédito indica que 81% das empresas brasileiras acreditam que a implementação da LGPD vai colaborar para a geração de novas oportunidades de negócios e desenvolvimento. Os 19% restantes enxergam a lei como uma barreira, por causa das exigências e das normas impostas. Como na Europa e nos Estados Unidos as exigências de proteção de dados estão num patamar superior ao brasileiro, diz Watanabe, a não adequação à LGPD poderá se traduzir na perda de oportunidades no mercado internacional. Nesse contexto, o executivo acredita que a nova lei é uma oportunidade de “aculturamento” da população brasileira com relação à privacidade de seus dados. “Falta informação em relação à questão da privacidade.” Na União Europeia, o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR, na sigla em inglês) foi aprovado pelo parlamento do bloco em 2016. E a adequação ao regulamento passou a ser obrigatória a partir de maio de 2018. Mas a atenção dos europeus para o tema é muito anterior à GDPR. Ainda em 1995, foi criada a Diretiva de Proteção de Dados europeia. A diretiva estabelecia padrões mínimos de privacidade e segurança de dados. A partir desses padrões, os estadosmembros deveriam criar suas próprias leis. A diretiva foi revogada com a implementação do GDPR. VALOR ECONÔMICO
Empresas esperam retornar a lucro pré-pandemia somente em 2022
Trinta por cento das empresas no Brasil não pretendem investir para atender aos requisitos estipulados na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), segundo indica um estudo realizado pelo birô de crédito Boa Vista com mais de 500 organizações do setor privado. O levantamento indica que apenas 25% das companhias iniciaram investimentos para se adequar à LGPD, em vigor desde setembro. “Foi possível perceber que todos estavam esperando ela [a lei] para maio de 2021”, diz o diretor de proteção de dados da Boa Vista, Paulo Watanabe. “Talvez esses 30% sejam uma questão de desconhecimento [da Lei Geral de Proteção de Dados].” Medida provisória publicada em 29 de abril deste ano adiava a vigência da LGPD para 2021, mas o artigo que possibilitaria postergar a entrada em vigor das novas regras acabou removido do texto final aprovado pelo Senado. O repentino início da vigência da Lei Geral de Proteção de Dados pode explicar o provável desconhecimento da LGPD pelas empresas. “O momento da pandemia também dificulta o investimento”, acrescenta Watanabe, numa referência à contração econômica provocada pela covid-19. Paradoxalmente, a pesquisa realizada pelo birô de crédito indica que 81% das empresas brasileiras acreditam que a implementação da LGPD vai colaborar para a geração de novas oportunidades de negócios e desenvolvimento. Os 19% restantes enxergam a lei como uma barreira, por causa das exigências e das normas impostas. Como na Europa e nos Estados Unidos as exigências de proteção de dados estão num patamar superior ao brasileiro, diz Watanabe, a não adequação à LGPD poderá se traduzir na perda de oportunidades no mercado internacional. Nesse contexto, o executivo acredita que a nova lei é uma oportunidade de “aculturamento” da população brasileira com relação à privacidade de seus dados. “Falta informação em relação à questão da privacidade.” Na União Europeia, o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR, na sigla em inglês) foi aprovado pelo parlamento do bloco em 2016. E a adequação ao regulamento passou a ser obrigatória a partir de maio de 2018. Mas a atenção dos europeus para o tema é muito anterior à GDPR. Ainda em 1995, foi criada a Diretiva de Proteção de Dados europeia. A diretiva estabelecia padrões mínimos de privacidade e segurança de dados. A partir desses padrões, os estadosmembros deveriam criar suas próprias leis. A diretiva foi revogada com a implementação do GDPR. VALOR ECONÔMICO
Empresas esperam retornar a lucro pré-pandemia somente em 2022
Um grupo representativo de empresas brasileiras estimam que somente em 2022 retomarão os níveis de lucratividade registrados antes da pandemia. Mas é no ano que vem, que muitos investimentos serão feitos em busca de recuperar o terreno perdido em 2020, quando toda a cadeia produtiva do brasil e do mundo foi abalada pela inesperada pandemia do covid-19. Para não perder o trem. A pesquisa global navigator, patrocinada pelo HSBC e conduzida pelo Kantar, identificou que entre 200 empresários tomadores de decisão no brasil, 88% pretendem fazer investimentos em 2021, com foco no bem-estar dos funcionários (74%) e melhoria na experiência do cliente (71%). Os porcentuais superam o resultado das entrevistas com empresários de mais de 10 mil empresas no mundo, entre as quais a inclinação a investir em 2021 está na casa de 67%. Destinar recursos para canais de vendas e na segurança cibernética também são prioridade para mais de 70% dos empresários brasileiros. Foco no ESG. A pesquisa revelou ainda que as empresas brasileiras pesquisadas acreditam mais do que as estrangeiras que os negócios de sucesso do futuro serão definidos por inovação (57% versus 44% globalmente), responsabilidade social (46% versus 32% globalmente) e responsabilidade ambiental (46% versus 30% globalmente). Nada menos do que 96% das empresas brasileiras esperam que suas vendas cresçam no próximo ano a partir de um foco maior na sustentabilidade. O ESTADO DE S. PAULO
Endurecimento da quarentena alimenta pessimismo após reabertura
A volta das restrições impostas ao comércio e aos serviços nas fases mais duras da quarentena em São Paulo apanhou os empresários de vários segmentos num momento em que acumulavam frustrações com os resultados alcançados no breve período de relaxamento das exigências sanitárias. A percepção geral é a de que as vendas não se recuperaram de forma expressiva após a entrada da capital na fase verde, em outubro. Com o recuo à fase amarela, a situação tende a se agravar. Tito Bessa Junior, da Ablos, associação de pequenas lojas de shopping centers, calcula que o faturamento da Black Friday foi 35% menor que o do ano passado. A redução do horário em que as lojas podem abrir terá efeito positivo, diz, permitindo economizar com a mão de obra num período de vendas fracas. Segundo Fernando Blower, diretor da Associação Nacional de Restaurantes, os estabelecimentos estão vendendo 35% menos do que há um ano, além de sofrer com a alta dos preços dos alimentos nos últimos meses. Para Richard Bilton, da Acad, que representa academias de ginástica, as empresas ainda não conseguiram sair do prejuízo. Muitas já previam dificuldades para pagar o 13º salário dos funcionários, mesmo antes da volta à fase amarela da quarentena. Ricardo Dias, presidente da Associação Brasileira de Eventos, diz que muitos associados já vinham sentindo efeitos da preocupação com uma nova onda de infecções no estado, com maior número de cancelamentos e adiamentos nas últimas semanas. A promessa do governo estadual de rever semanalmente as restrições é positiva, diz Jamil Abdala, da União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios. Ele afirma que o ano está praticamente perdido para o setor, mas espera melhora no início de 2021. FOLHA DE S. PAULO