Endurecimento da quarentena alimenta pessimismo após reabertura

A volta das restrições impostas ao comércio e aos serviços nas fases mais duras da quarentena em São Paulo apanhou os empresários de vários segmentos num momento em que acumulavam frustrações com os resultados alcançados no breve período de relaxamento das exigências sanitárias. A percepção geral é a de que as vendas não se recuperaram de forma expressiva após a entrada da capital na fase verde, em outubro. Com o recuo à fase amarela, a situação tende a se agravar.

Tito Bessa Junior, da Ablos, associação de pequenas lojas de shopping centers, calcula que o faturamento da Black Friday foi 35% menor que o do ano passado. A redução do horário em que as lojas podem abrir terá efeito positivo, diz, permitindo economizar com a mão de obra num período de vendas fracas.

Segundo Fernando Blower, diretor da Associação Nacional de Restaurantes, os estabelecimentos estão vendendo 35% menos do que há um ano, além de sofrer com a alta dos preços dos alimentos nos últimos meses.

Para Richard Bilton, da Acad, que representa academias de ginástica, as empresas ainda não conseguiram sair do prejuízo. Muitas já previam dificuldades para pagar o 13º salário dos funcionários, mesmo antes da volta à fase amarela da quarentena.

Ricardo Dias, presidente da Associação Brasileira de Eventos, diz que muitos associados já vinham sentindo efeitos da preocupação com uma nova onda de infecções no estado, com maior número de cancelamentos e adiamentos nas últimas semanas.

A promessa do governo estadual de rever semanalmente as restrições é positiva, diz Jamil Abdala, da União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios. Ele afirma que o ano está praticamente perdido para o setor, mas espera melhora no início de 2021.

FOLHA DE S. PAULO

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