Cerca de 1,4 milhão de pessoas não movimentaram os recursos do auxílio emergencial, e R$ 1,3 bilhão foi devolvido aos cofres públicos. O prazo para movimentar o dinheiro a partir do crédito na conta social digital é de 90 dias, de acordo com o decreto do ano passado que regulamentou o benefício. No caso dos beneficiários do Bolsa Família que receberam o auxílio, o prazo foi de 270 dias.
O Ministério da Cidadania explicou que, ao longo de 2021, ainda serão realizados pagamentos resultantes de contestações de benefícios negados e que forem considerados elegíveis. O governo também está fazendo reavaliações decorrentes de atualização da base de dados. No dia 28 de janeiro, já houve um pagamento de auxílios após essas análises e revisões. O auxílio emergencial foi criado em abril do ano passado pelo governo federal para atender pessoas vulneráveis afetadas pela pandemia de covid-19. Ele foi pago em cinco parcelas de R$ 600 ou R$ 1,2 mil para mães chefes de família monoparental e, depois, estendido até 31 de dezembro em até quatro parcelas de R$ 300 ou R$ 600 cada. A volta do auxílio voltou a ser tema de discussão dentro do governo Jair Bolsonaro e nas discussões com o Congresso Nacional.
Os novos presidentes da Câmara e do Senado já anunciaram que pretendem discutir um auxílio emergencial dentro dos limites do teto de gastos. Se essa definição for adiante, porém, é dado como certo que o alcance do programa será bem menor do que foi ao longo do ano passado, mesmo em sua segunda fase, quando estava sendo pago metade do valor inicial para um universo de 56 milhões de pessoas. Com um eventual auxílio, o governo teria que fazer um corte de alguns bilhões de despesas para conseguir se manter dentro das regras. Com R$ 300 e sendo pago para cerca de 56 milhões de pessoas, o custo da política oscilou na faixa de R$ 20 bilhões por mês (incluindo o orçamento do Bolsa Família nessa conta) em novembro e dezembro, segundo estimativas da Instituição Fiscal Independente (IFI).
VALOR ECONÔMICO