O governo do Estado de São Paulo anunciou ontem a liberação adicional R$ 100 milhões em crédito para socorrer empresas com receitas afetadas pela pandemia. A linha emergencial já está disponível pelo banco da DesenvolveSP – agência de desenvolvimento do Estado. Micro e pequenas empresas serão beneficiadas, disse o governador João Doria.
Os pedidos de empréstimo devem ser feitas exclusivamente por meio digital, no site da instituição, detalhou Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico. Segundo ela, o dinheiro é voltado a empresas com faturamento anual entre R$ 81 mil e R$ 4,8 milhões.
Na semana passada, o governo estadual já havia anunciado um pacote no total de R$ 125 milhões para socorrer atividades econômicas, com foco nos segmentos de turismo, eventos, gastronomia e comércio. Além do socorro financeiro, os donos de estabelecimentos comerciais não vão sofrer cortes de gás e água até o fim de março e poderão renegociar dívidas. “Com o retorno do controle da pandemia, as empresas precisam novamente acelerar a retomada dos seus negócios, e o capital de giro para manter os empregos neste momento é fundamental”, disse ontem Patrícia Ellen.
Para facilitar o acesso ao novo crédito, a DesenvolveSP vai permitir que o empreendedor escolha entre o faturamento de 2019 ou de 2020 na negociação. A captação para capital de giro tem taxa mensal de 0,8%, mais a Selic do Banco Central. O prazo máximo de carência foi estendido para 12 meses, com 60 parcelas mensais para quitação. Doria anunciou projeto que vai imunizar 30 mil pessoas, a partir de 17 de fevereiro, no município de Serrana, interior do Estado. O objetivo é seguir com os estudos de eficácia da Coronavac e verificar também a eficiência da fórmula, que é o desempenho da imunização em massa na evolução da pandemia. O programa vai alcançar moradores da cidade com idade acima de 18 anos, que receberão a vacina desenvolvida pelo Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. “Qual o efeito da vacinação em massa sobre o curso da epidemia? Todo mundo quer saber isso”, afirmou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. “O estudo vai responder isso muito rapidamente. Não vamos ter que esperar o ano que vem para termos essa resposta”, acrescentou Covas.
Segundo ele, é a primeira pesquisa desse tipo no mundo e recebeu o nome de “Estudo Escalonado por Conglomerados”. Covas afirmou ainda que a vacinação na cidade vai avaliar a transmissão, o uso do sistema de saúde, a imunidade de rebanho e os efeitos indiretos, como os de impacto na economia, circulação de pessoas e aceitação da vacinação. O município foi escolhido por apresentar alto índice de prevalência de infecções, entre outros fatores. A reabertura das escolas ontem também foi tema na coletiva. Segundo Doria, a retomada das aulas presenciais nas redes pública e privada de ensino ocorreu de forma gradual e segura. “Sem ser afetada pela paralisação anunciada pelo sindicato dos professores”, disse.
As aulas presenciais tiveram início para 3 milhões dos 3,3 milhões autorizados a voltar, em sistema de rodízio. O esquema vale para em 4,5 mil das 5,3 mil escolas da rede estadual. Na rede estadual, a presença é limitada a até 35% dos alunos matriculados.
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