Resultado negativo acontece após o setor registrar recorde histórico em setembro.
Por g1 — Rio de Janeiro
O setor de serviços no Brasil registrou queda de 0,6% em outubro, na comparação com setembro, interrompendo uma sequência de cinco meses seguidos de crescimento. É o que apontam os dados divulgados nesta terça-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já na comparação com setembro do ano passado, o volume de serviços registrou a 20ª taxa positiva consecutiva na base de comparação interanual.
Com o resultado, o setor acumula alta de 8,7% no ano e de 9% no indicador acumulado dos últimos 12 meses. Com isso, o patamar do volume de serviços prestados no país ficou 10,5% acima do período pré-pandemia (fevereiro de 2020), e 0,6% abaixo do pico, registrado em setembro deste ano.
Queda disseminada
De acordo com o IBGE, o resultado negativo foi disseminado, já que três das cinco atividades de serviços investigadas registraram queda na passagem de setembro. Todavia, a maior influência negativa partiu do segmento de transportes.
“Observamos uma disseminação de taxas negativas no setor de transportes, seja em uma análise por modais, com queda de terrestres, aquaviários e aéreos, e a parte de armazenamento, serviços auxiliares ao transporte e correio, assim como em uma análise entre os tipos de uso, com quedas tanto no transporte de passageiros quanto no transporte de cargas”, apontou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Veja o resultado por segmento de atividades de serviços:
Serviços prestados às famílias:-1,5%
Serviços de alojamento e alimentação: -1,9%
Outros serviços prestados às famílias: -1%
Serviços de informação e comunicação: 0,7%
Serviços de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC): 0,8%
Telecomunicações: -2,5%
Serviços de Tecnologia da Informação: 6,8%
Serviços profissionais, administrativos e complementares: -0,8%
Serviços técnico-profissionais: -3,7%
Serviços administrativos e complementares: 0,3%
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: -1,8%
Transporte terrestre: -1%
Transporte aquaviário:-0,6%
Transporte aéreo: -10,1%
Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: -1,2%
Outros serviços: 2,6%
O pesquisador destacou que a queda no transporte aéreo “ocorreu em função do aumento nas passagens aéreas observado no mês de outubro, de 27,38%”
Outra queda relevante foi do segmento de serviços prestados às famílias que, segundo Lobo, ainda não conseguiu se recuperar das intensas perdas registradas em decorrência da pandemia.
“Esse é um segmento que vinha mostrando uma sequência maior de taxas positivas no pós-pandemia, mas como a queda foi muito brusca no período entre março e abril de 2020, a maior frequência de taxas positivas ainda não foi suficiente para superar o nível pré-pandemia, de maneira que o segmento ainda se encontra 6,0% abaixo de fevereiro de 2020”, enfatizou.
Queda do índice de atividades turísticas
O índice de atividades turísticas também registrou queda em outubro, de -2,8% frente a setembro, o que eliminou quase todo o ganho acumulado de 3% entre julho e setembro.
“Com isso, o segmento de turismo se encontra 2,5% abaixo do patamar de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 9,6% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014”, destacou o IBGE.
O IBGE destacou que oito das 12 localidades pesquisadas acompanharam a queda verificada na atividade turística nacional. A influência negativa mais relevante ficou com São Paulo (-3,6%), seguido por Rio de Janeiro (-3,4%), Distrito Federal (-7,8%), Rio Grande do Sul (-3,6%) e Paraná (-3,2%). Já Minas Gerais (1,4%) registrou o principal avanço regional.