Sem auxílio emergencial e sem trabalho, consumo das classes C e D despenca quase 30%

Sem auxílio emergencial, ao mesmo tempo em que as medidas de restrição à circulação para o combate à pandemia se intensificam com a redução de atividades informais, as classes C e D cortaram forte o consumo. Pesquisa da Superdigital, fintech do Santander, aponta que os gastos dos dois grupos caíram 28% em relação a janeiro.

Exceto por combustíveis (+7%), todos os segmentos caíram, inclusive os de consumo mais básico. Supermercados, por exemplo, amargaram baixa de 18%. O Carnaval cancelado e o fim dos recursos do 13º e da última parcela do auxílio emergencial, pagos em dezembro, contribuíram para os resultados. No setor de serviços, motor do PIB, os gastos caíram pela metade.

Supermercados representaram um terço do gasto
Com a alta da inflação, os supermercados abocanharam uma fatia maior dos gastos – foram 33% do total, ante 30% em janeiro. Entre um mês e outro, o grupo de alimentação e bebidas, um dos componentes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e um dos principais no carrinho de compras do brasileiro, subiu 0,27% em relação a janeiro.

Mais caros, os combustíveis também abocanharam uma fatia maior dos gastos. Passaram de 5% para 7% das despesas do mês. A alta da gasolina levou ao maior IPCA para fevereiro em cinco anos, e resultou na queda do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. De todas as regiões pesquisadas, o gasto com combustível caiu em apenas duas – Rio de Janeiro (-10%) e Bahia (-1%).

O ESTADO DE S. PAULO

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