Contratar executivos que façam parte de um amplo espectro de grupos de gêneros, raças, culturas, para exercer funções estratégicas nas companhias está custando mais, observa a ZRG Brasil, consultoria de recursos humanos de alto escalão. Isso porque a diversidade deixou de ser apenas uma recomendação para as companhias e passou a ser uma prática cada vez mais exigida por investidores e clientes.
O aumento nas remunerações desses executivos gira em torno de 30% e, mesmo assim, ainda há dificuldade para preencher vagas, aponta o presidente da ZRG Brasil, Denys Monteiro. Segundo ele, as empresas procuram bastante esses executivos para cargos de liderança, mas, atualmente, há pouca oferta de perfis diversos, além da grande competição entre as companhias na busca desses profissionais, mesmo com essa tendência de alta na remuneração.
Homens brancos na liderança
Embora os salários estejam em alta, esses executivos de perfis diversos – como mulheres, negros e negras, pessoas LGBT+, entre outros – ainda não ganham mais do que seus pares – os homens brancos, perfil dominante nos cargos de liderança. Este fenômeno de melhora na remuneração está contribuindo para redução das diferenças salariais históricas e que ainda são observadas no mercado, pondera Monteiro.
O processo de abertura à diversidade também demanda investimentos na preparação dos colegas de trabalho para receber o profissional nesse perfil. Sem um trabalho de mentoria para a recepção dos novos perfis nos cargos de liderança, especialmente em instituições mais tradicionais e conservadores, fica mais difícil gerar uma mudança real nas empresas, argumenta o fundador da consultoria Condurú, Deives Rezende Filho, especializado em governança corporativa e inclusão racial.
O ESTADO DE S. PAULO