Quarta revolução industrial pede formação multidisciplinar

Folha de S.Paulo – 29/10/2021 –

O diálogo entre https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg e demais áreas do conhecimento foi apontado por especialistas como uma competência importante para os profissionais da chamada indústria 4.0, ou quarta revolução industrial. O conceito envolve a aplicação de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg de dados e de automação para aumentar a eficiência e a produtividade nas empresas.

Para José Renato Sátiro Santiago Júnior, professor e consultor da Fundação Vanzolini, é necessário que profissionais da área de humanas e da saúde dialoguem com engenharia de dados e computação aplicada. “Há muitas questões humanas que contribuem com a indústria 4.0”, afirma.

Isso porque, além de compreender a linguagem técnica necessária para manejo da https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg, será preciso aplicar conhecimentos específicos de cada área ou empresa.

De acordo com levantamento feito pela Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), até 2024, a procura por profissionais na área de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg da informação será de 420 mil pessoas. No entanto, segundo a entidade, o Brasil forma 46 mil profissionais da área por ano.

Além de conhecimento técnico, habilidades analíticas e criativas farão parte das novas demandas. Formação e capacitação para a quarta revolução industrial foram temas debatidos pelos especialistas que participaram do seminário Indústria 4.0. O evento, promovido pela Folha, foi realizado na última quarta-feira (27), com mediação da jornalista Alexa Salomão.

Responsável pela Coordenadoria de Ensino Tecnológico do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Eduardo Luiz Machado afirma que a formação multidisciplinar deve começar na educação básica e estimular a criatividade.

“Muitas das profissões que vamos ter em dez anos ainda não existem e vão exigir profissionais cada vez mais criativos”, diz ele.

Machado aponta falhas no sistema educacional, que carece de investimento para estimular o interesse e o desenvolvimento integral dos alunos.

Uma pesquisa do Sesi (Serviço Social da Indústria) e do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) realizada com 2.000 estudantes do ensino médio mostra que 17% dos alunos já consideraram abandonar os estudos.

O principal motivo apontado foi a necessidade de trabalhar. O emprego pesa mais na decisão de sair da escola para 36% dos meninos e para 21% das meninas. O levantamento foi executado pelo Instituto FSB Pesquisa.

Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai, vê na reforma do ensino médio uma oportunidade para estimular competências técnicas e socioemocionais nos adolescentes. A proposta aumenta a carga horária na escola e inclui ensino profissionalizante no currículo.

Na visão do especialista, a formação para o futuro passa pela criação de políticas públicas com investimento em pesquisa e inovação, que mantenham diálogo com o setor privado. “O Brasil precisa ir para o divã e descobrir o que é moderno”, diz.

Neste mês, o Congresso Nacional aprovou projeto que retira recursos previstos para o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações). O corte afeta em 99% o orçamento de programas de ciência e https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg, que seria de R$ 655,4 milhões e caiu para R$ 7,2 milhões.

Diretor industrial na Robert Bosch Ltda, Julio Monteiro afirma que o diálogo entre indústria e ensino profissional, universitário e técnico pode ter bons resultados.

“Os alunos vêm com ideias diferentes de como nós pensamos no nosso dia a dia. Temos ali ideias que podem ser transformadas em projetos para resolução de problemas complexos”, diz o executivo.

Quando questionados sobre quais profissões indicariam para seus filhos, Eduardo Luiz Machado, do IPT, e Julio Monteiro, da Bosch, sugeriram engenharia mecatrônica. Já Santiago, da Fundação Vanzolini, diria ao filho para ser “estudante a todo momento”.

O conselho de Lucchesi​, do Senai, é seguir a vocação e trilhar um caminho que preze pelo protagonismo, independentemente da área de atuação escolhida.

Compartilhe