Prévia da inflação chega a 0,93% em março, maior resultado para o mês em seis anos

O IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial do país, acelerou e chegou a 0,93% em março, segundo dados divulgados pelo IBGE. Em fevereiro, o indicador registrou alta de 0,48%. Com o resultado apresentado nesta quinta-feira, o IPCA-15 tem o maior resultado para um mês de março desde 2015, quando o índice foi de 1,24%.

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 aponta alta de 5,52%. O resultado ultrapassa o teto da meta estabelecida pelo Banco Central para 2021, que é de 5,25%.

O resultado veio levemente abaixo do esperado pelo mercado. Segundo analistas ouvidos pela Reuters, era esperado uma alta de 0,96% em março.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito tiveram alta em março. O grupo dos Transportes apresentou a maior taxa (3,79%), com aceleração em relação a fevereiro (1,11%).

Alta da gasolina pressiona índice
De acordo com o instituto, a gasolina ficou mais cara pelo nono mês seguido e registrou alta de 11,18% em março. A alta no produto é reflexo dos reajustes promovidos pela Petrobras. O item foi o que mais pressionou a prévia da inflação no mês, contribuindo com 0,56 ponto percentual do IPCA-15.

Também houve avanço nos preços do etanol (16,38%), óleo diesel (10,66%), e do gás veicular (0,39%).

A segunda maior pressão no resultado veio do grupo Habitação, com alta de 0,71%. Os destaques foram o gás de botijão, que aumentou 4,60% e registrou o décimo mês consecutivo de alta, e o gás encanado, que subiu 2,52%.

Preço das carnes sobe
O grupo alimentação e bebidas, que vinha pressionando a inflação no primeiro ano de pandemia, vem desacelerando. A alta em março foi de 0,12%, após aumento de 0,56% no mês anterior.

Após sete meses seguidos de alta, os alimentos para consumo no domicílio caíram 0,03%. Queda nos preços do tomate (-17,50%), a batata-inglesa (-16,20%), o leite longa vida (-4,50%) e o arroz (-1,65) puxaram para baixo o indicador. O destaque de alta, porém, foram as carnes, que subiram 1,72% em março e ainda pressionam o bolso do consumidor.

O GLOBO

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