O ano que terminou ficará na memória como o mais desafiador da história recente. No campo econômico, enfrentamos uma retração profunda. Vimos empresas falindo e o aumento do desemprego. Em 2021, não teremos a surpresa da covid-19 – mas sim a esperança da vacina. Mesmo assim, os desafios não devem ser menores.
Como mostram os especialistas convidados pelo Estadão, o Brasil entra neste ano com muitos e graves problemas a serem solucionados. Mas o encaminhamento dessas soluções não está claro. O desemprego tende a crescer, após o fim do pagamento do auxílio emergencial, em dezembro. E a desigualdade deve subir ainda mais. As tentativas de se criar um novo programa de apoio, em substituição ao Bolsa Família, acabaram fracassando.
As reformas estruturais são apontadas como fundamentais para a melhora do ambiente econômico, mas o que se antevê são muitas dificuldades para essa agenda – que nunca foi uma prioridade do presidente Bolsonaro.
O País continuará tendo de lidar com as pressões externas em relação à questão ambiental, que devem aumentar ainda mais com a posse de Joe Biden na presidência dos EUA. O cenário global até pode ser bom: o mundo voltará a crescer, os preços de commodities devem subir, o dólar deve se enfraquecer. Há espaço para o Brasil aproveitar esse quadro. Mas, para isso, será preciso solucionar os problemas internos, que não são poucos.
O ESTADO DE S. PAULO