IPCA-15 sobe 1,20% e é o maior para outubro desde 1995

Valor Econômico – 26/10/2021 –

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) acelerou a alta para 1,20% em outubro, após marcar 1,14% em setembro, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em outubro de 2020, o IPCA-15 teve variação de 0,94%. A elevação de 1,20% é a maior para um mês de outubro desde 1995 (1,34%). É também a maior taxa mensal desde fevereiro de 2016 (1,42%).

O resultado ficou acima das 28 projeções de analistas de consultorias e instituições financeiras consultados pelo Valor Data, que estimavam avanço de 0,98% em outubro. O intervalo das estimativas era de 0,74% a 1,25%.

A energia elétrica foi a principal influência para a alta do IPCA-15 em outubro. O preço do item subiu 3,91% e respondeu por 0,19 ponto percentual da taxa de 1,20% do índice.

No resultado acumulado em 12 meses, o IPCA-15 ficou em 10,34% em outubro, ante 10,05% até setembro, também em 12 meses. É o maior resultado acumulado em 12 meses desde fevere

O IPCA-15 é uma prévia do IPCA, calculado com base em uma cesta de consumo típica das famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos, abrangendo nove regiões metropolitanas, além de Brasília e do município de Goiânia. A diferença em relação ao IPCA está no período de coleta e na abrangência geográfica.

Regiões
Oito das 11 regiões pesquisadas pelo IBGE registraram aceleração no IPCA-15 na passagem entre setembro e outubro. A maior taxa em agosto foi registrada em Curitiba, com alta de 1,58%, repetindo a variação de 1,58% de setembro. A alta foi puxada pelos preços da energia elétrica (4,15%) e da gasolina (3,47%).

Foram observadas acelerações nas taxas do IPCA-15 em São Paulo (de 1,13% para 1,34%), Rio de Janeiro (de 0,96% para 1,22%), Belo Horizonte (de 1,12 para 1,17%), Salvador (de 0,89% para 1,10%), Recife (de 0,95% para 1,04%), Fortaleza (de 0,68% para 1,03%) e Goiânia (de 0,93% para 1,00%).

Por outro lado, o menor resultado ocorreu em Belém (0,51%), após alta de 1,33% em setembro. O IPCA-15 da região em outubro reflete a queda nos preços do açaí (-4,74%), das carnes (-0,98%) e dos itens de higiene pessoal (-0,64%).

Além de Belém, houve desaceleração do IPCA-15 na passagem entre setembro e outubro em Brasília, que tinha registrado alta de 1,45% em setembro e ficou em 0,87% em outubro.

Difusão

A inflação se espalhou menos pelos produtos e serviços que compõem o IPCA-15 em outubro. O chamado Índice de Difusão, que mede a proporção de itens que tiveram aumento de preços no período, caiu para 63,8% neste mês, vindo de 68,9% no anterior, segundo cálculos do Valor Data considerando todos os itens da cesta. Com isso, o percentual da cesta com com inflação positiva voltou a níveis próximos dos de julho (62,4%).

Sem alimentos, um dos grupos considerados mais voláteis, o indicador também mostrou menor abrangência das altas de preços, de 67,8% para 64,4%, também retornando a nível similar ao de julho (62,9%).

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