Economista da fundação pede cautela, pois a alta do mês compensa apenas cerca de 15% do que foi perdido nos meses anteriores e o ano encerra com viés negativo com o resultado do trimestre.
Por Valor Online
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), subiu 1,6 ponto em dezembro, para 74,7 pontos, após dois meses seguidos de queda, encerrando o ano passado com saldo negativo de 7,1 pontos. Em médias móveis trimestrais, o IAEmp caiu 3,0 pontos, para 75,9 pontos.
“O IAEmp voltou a subir em dezembro, mas é preciso de cautela para interpretar esse resultado. A alta desse mês compensa apenas cerca de 15% do que foi perdido nos meses anteriores e o ano encerra com viés negativo com o resultado do último trimestre. O patamar baixo do indicador se mantém e parece refletir o cenário macroeconômico negativo e desafiador para o ano de 2023. Com a expectativa de uma desaceleração da economia, o mercado de trabalho tende a reagir de maneira negativa e dificilmente voltará, no curto prazo, à trajetória ascendente que teve em parte do ano de 2022”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre, em comentário no relatório.
Em dezembro, três dos sete componentes do IAEmp contribuíram positivamente para o resultado do indicador, com destaque para os indicadores que medem a Situação Atual e Tendência dos Negócios da Indústria, que contribuíram com 1,7 e 0,5 ponto, respectivamente e do indicador que mensura o Emprego nos próximos meses do Consumidor, que contribuiu com 0,9 ponto.
Do lado negativo, o principal destaque ficou com indicador de Emprego Previsto da Indústria, que contribuiu com -0,9 ponto. Os demais indicadores – Emprego Previsto, Tendência dos Negócios e Situação Atual do Negócios de Serviços – contribuíram 0,2 ponto negativo cada um.