Habilidades digitais e em nuvem desafiam qualificação de profissionais

O Estado de S.Paulo – 28/11/2021 –

A automação já anuncia há décadas uma mudança da força de trabalho. Mas a transformação digital foi acelerada com a pandemia, e a alta demanda exigiu que grupos de diversas áreas focassem em programas de treinamento para funcionários. Uma pesquisa global da Amazon Web Services (AWS), divulgada com exclusividade pelo Estadão, ouviu 16 mil trabalhadores em 12 países, incluindo o Brasil, e revelou que 85% das pessoas sentem a necessidade de se atualizar com as mudanças de seus empregos.

“Passa a ser um aspecto quase de revolução, de sustentação para o futuro. Mas a gente enxerga que os trabalhadores não estão preparados”, diz o diretor geral para Setor Corporativo da AWS no Brasil, Cleber Morais.

De acordo com a pesquisa, apenas 45% dos entrevistados treinaram ou estão treinando em ferramentas baseadas em nuvem. Essa lacuna também deixa uma brecha para o desemprego. Dois em cada três trabalhadores podem ficar desatualizados pela lentidão em obter qualificação digital, diz o estudo.

Essas habilidades não são apenas da área da https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg. Também representam serviços sob demanda, aplicativos ou outros recursos que são acessados via internet. Como por exemplo, representante de vendas, telemarketing e profissionais da área de saúde.

Os treinamentos online são uma alternativa para a qualificação da mão de obra que não necessariamente trabalha com https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg. Fernanda Scali, de 44 anos, começou a realizar cursos de programação durante a faculdade de Enfermagem. O trabalho de conclusão do curso foi sobre reprodução humana assistida. Com esse pé na https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg, ela decidiu migrar de profissão. Hoje, ela se prepara com treinamentos mais avançados, como o AWS re/Start, curso gratuito voltado para pessoas que querem iniciar uma carreira em computação em nuvem.

“No começo eu fiquei meio perdida. Mas depois eu vi que o desenvolvedor pode fazer softwares, aplicativos, é uma gama na https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg”, relata Fernanda. Ela já fez cursos sobre diferentes linguagens da programação, como Python e JavaScript. As novas habilidades possibilitaram à estudante desenvolver um chatbot que simulava um atendente virtual.

Essas informações só fizeram sentido para Fernanda quando ela compreendeu como o armazenamento de nuvem está presente no dia a dia. Ela faz uma comparação com o antigo formato padrão em que as fotografias e os documentos eram guardados. “Hoje, você não precisa ficar mais andando com HD nem guardar um monte de DVD. Em qualquer lugar que você estiver, você acessa a nuvem.”

Aproximar pessoas comuns das novas https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpgs para perder o medo de entender um sistema é o primeiro passo para garantir uma requalificação maior dos trabalhadores. “Com isso, você aumenta o fluxo de tomada de decisão de adoção ou não de novas https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpgs que vai dar uma melhoria de performance na sua empresa ou instituição”, afirma Paulo Cunha, gerente geral para Setor Público da AWS no País.

O trabalho online
No Brasil, essa realidade ficou ainda mais palpável. Segundo dados do Ipea, cerca de 8 milhões de pessoas trabalharam de forma remota entre maio e novembro de 2020. Teresa Leonel, de 52 anos, foi uma delas. Professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e doutoranda da Federal de Pernambuco, ela precisou cultivar o interesse por https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg para se adaptar às aulas online, que começavam pela manhã e só tinham fim no turno da noite.

A principal dificuldade foi estrutural: o currículo do curso de jornalismo não foi pensado para aulas a distância. Preparar professores e estudantes para lidar com ferramentas digitais se tornou uma necessidade não só na Uneb, como também em outras faculdades do País. “A gente teve esse ganho, mas precisava estar acessível para quem não é nativo digital”. No caso de Teresa, a universidade ofereceu cursos da Microsoft Teams, plataforma empregada para aulas e armazenamento de materiais.

O envolvimento trouxe novas propostas. “Você pode marcar horários, envolver o aluno em um seminário de forma mais dinâmica, isso dá um up na produção do conteúdo”, destaca. O Google drive também foi utilizado para compartilhar materiais com as turmas, mas nem todos se adaptaram com a interface. “Ainda existe a resistência de alguns professores. Nós temos que ter cursos de menor duração a distância para pessoas que estão em outros lugares se capacitarem”, defende.

Futuro próximo
Empresas preocupadas em seguir com cursos online mesmo após o contexto pandêmico já é uma realidade. “Nós tivemos que migrar para uma plataforma de treinamentos digitais, que antes não era tão utilizada”, conta Gisele Pelarim, gerente de talentos na Trimble Brasil. Com 370 colaboradores, a empresa concentrada em https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg contratou no último ano funcionários de diferentes regiões do País.

Ferramentas digitais representam uma chave para otimizar o modelo híbrido, mas as empresas precisam investir nessas habilidades para os trabalhadores estarem alinhados, a exemplo de reuniões online. “O Google Meet representa muito bem essa demanda por conectividade colaborativa. No Brasil, de janeiro a abril deste ano, o uso da plataforma cresceu cerca de 275%”, ressalta Alberto Zafani, gerente de Google Workspace no Brasil.

A força do trabalho móvel qualificado é uma aposta para as próximas décadas. “As empresas estão disputando esse profissional que domina https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg e que sabe trabalhar com modelos ágeis”, reforça Leandro Figueira Neto, diretor de Pessoas e Cultura do Grupo Marista.

Os negócios que conseguirem se ajustar com facilidade não terão automaticamente benefícios garantidos, mas provavelmente vão estar mais preparados para a transformação digital. “Todas as empresas que não nasceram nesse período digital estão tendo que se adaptar e mudar a mentalidade dos seus colaboradores”, afirma Leandro Figueira Neto.

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