Em evento da Associação Brasileira de Supermercado, ministro da Economia destacou a geração de 16 milhões de empregos, formais e informais, nos últimos dois anos
Por Lu Aiko Otta e Estevão Taiar, Valor
Antes do fim do ano, teremos a menor taxa de desemprego nos últimos 15 anos, de cerca de 8%, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Ele destacou a geração de 16 milhões de empregos, entre formais e informais, nos últimos dois anos, após atingir o “fundo do poço” durante a pandemia.
O ministro destacou ainda que, este ano, os três níveis de governo registrarão saldos positivos em suas contas. É algo que não ocorre há 13 anos, frisou. Isso ocorrerá apesar de o governo estar cortando impostos. “Somos liberal-democratas: quando imposto aumenta transferimos o ganho para a população”, comentou.
“Já estamos na rota do crescimento, e o crescimento é sustentável”, disse. Como exemplo, ele citou o setor de turismo, que gerou R$ 18 bilhões em julho após sofrer duramente os impactos da pandemia.
“O mais importante neste momento é a confiança na economia brasileira”, afirmou aos empresários do setor. “É muito importante vocês não se perderem nas narrativas políticas.”
Ele pediu aos empresários que “não desanimem, [porque] o período mais difícil já ficou para trás”.
O ministro afirmou que o Brasil “é a economia com maior crescimento do G-7” neste ano e “com a menor inflação das economias avançadas”, com a exceção de China e Japão, que historicamente têm trajetória de preços baixa.
“Sabemos que vamos crescer [mais] até o fim do ano”, afirmou citando “temporadas fortes de vendas”, como Black Friday, Copa do Mundo e Natal. “Os supermercados vão ter essa demanda [pela transferência de renda do Auxílio Brasil].”
Guedes também projetou que os investimentos medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo vão superar 19% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Ele afirmou que decidiu com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, a devolução “ainda neste ano” dos últimos R$ 80 bilhões ou R$ 90 bilhões que a instituição financeira deve à União.
Guedes reforçou que o governo federal terminou a “modelagem de privatização do Porto de Santos” e tentará a privatização ainda em 2022. Ele acrescentou que o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) qualificou as Docas do Rio de Janeiro e do Pará para privatizações.
Segundo o ministro, os compromissos de investimentos já somam R$ 907 bilhões para os próximos 10 anos, com R$ 179 bilhões em outorgas no mesmo período.
Por fim, o ministro afirmou que não compareceu pessoalmente ao evento porque “há algumas questões que seguimos aqui tratando relativas a ajustes que temos que fazer nas programações orçamentárias”. Na quinta-feira, o Ministério da Economia apresenta o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias.
Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.