Mais da metade (58%) dos líderes de recursos humanos do Brasil enfrentam escassez de talentos para preencher vagas disponíveis. É o que revela um novo estudo da multinacional de soluções de RH Randstad. Para efeitos de comparação, em escala global, essa parcela cai para 40%. “Há falta de currículos para preencher posições que exigem novas habilidades em tempos de pandemia”, explica Diogo Forghieri, diretor da unidade de negócios para atração de talentos da Randstad no Brasil.
A pesquisa “Talent Trends Report 2021” ouviu 850 diretores e gestores de pessoal em 17 países sobre as principais tendências de captação profissional no ano, quando mais organizações deverão começar planos de recuperação em resposta à pandemia.
O levantamento mostra que 42% das chefias de RH no Brasil alegam falta de profissionais qualificados na área de https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg da informação, uma das mais requisitadas entre as empresas, enquanto 9% não conseguem encontrar candidatos para os departamentos de recursos humanos. No resto do mundo, os índices são de 40% e 28%, respectivamente – mostrando uma escalada na ausência de opções para posições no RH.
Na opinião de Forghieri, para escapar dessa situação no Brasil, os líderes estão investindo em ferramentas de identificação de talentos, como o assessment, além de programas de qualificação e de retenção de funcionários. Pelo menos 36% das empresas recorrem à análise de perfis para entender melhor os recursos que têm “dentro de casa”. Para 96% dos diretores brasileiros, a classificação de currículos internos é fundamental na busca e retenção da mão de obra, e um em cada três executivos de RH afirma que começou a investir no método na pandemia – no mundo, essa participação cai para um em cada cinco gestores. A partir dessa avaliação, é possível levantar informações que vão contribuir para a aquisição de outros profissionais, diz o consultor.
Sobre ações de qualificação, 92% dos dirigentes no exterior afirmam que as empresas devem ser responsáveis pela capacitação dos funcionários, mas a maioria também acredita que o governo (68%) e as universidades (65%) podem fazer mais. No Brasil, os números são maiores: 100% dos diretores acreditam que as companhias e iniciativas públicas deveriam ter essa tarefa, e 89% deles apontam as instituições de ensino. Oferecer formatos flexíveis de trabalho também pode contribuir para não perder funcionários para a concorrência. A pesquisa com líderes globais mostra que 70% reconhecem que a equipe é tão ou mais produtiva trabalhando em casa, enquanto, no Brasil, esse grupo representa 53%.
Quando questionados se veem os arranjos maleáveis de trabalho como importantes para atrair candidatos, a maioria responde positivamente nos dois cenários – 64% dos entrevistados no exterior e 84% dos brasileiros. O relatório indica que empregados mais experientes ficaram mais valorizados na pandemia. Setenta e três por cento dos respondentes internacionais acreditam que currículos com anos de janela são mais valiosos em um ambiente pós-surto, média percebida também no Brasil, onde 70% disseram o mesmo. Por tudo isso, o papel da área de RH nas empresas está mudando completamente, diz Forghieri. “Para entregar melhores resultados em tempos de pandemia, as chefias desse setor estão entre as mais demandadas nas organizações.”
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