Segundo dados do Sebrae, em 2021, comércio de roupas e acessórios foi a categoria que mais teve fechamento de MEIs, cerca de 71.640, alta de 32% em relação ao ano anterior.
Por Aline Macedo, g1
Seja pelo aquecimento do mercado de trabalho, pela segurança dos benefícios trabalhistas ou pelo negócio não ter dado certo, muitos empreendedores vêm encerrando o registro de Microempreendedor Individual.
Segundo dados do Sebrae, em 2021 os comércios de roupas e acessórios formaram a categoria que mais fechou registros de MEI – cerca de 71,6 mil, uma alta de 32% em relação ao ano anterior, quando foram 48.457.
Lucas Vaz, de 23 anos, foi um dos empreendedores que encerrou o negócio próprio e voltou para o emprego com carteira assinada, no chamado regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Na pandemia, ele perdeu o emprego como administrador de vendas e abriu com a mãe a loja Hot Dog da Galega em Brasília.
Mas, segundo Lucas, com a alta dos preços dos alimentos: (pão, carne e tomate), seus principais produtos, já não compensava financeiramente continuar com o negócio – que foi fechado em dezembro de 2021.
“Com o faturamento em média de R$ 4 mil a R$ 5 mil por mês, já não era o bastante para pagar fornecedores, ter dinheiro para o capital de giro e ainda ter lucro”, diz Lucas.
Empreendedorismo por necessidade
Rubens Massa, professor de empreendedorismo e novos negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que a situação de Lucas é o chamado empreendedorismo por necessidade, que veio acompanhando a alta do desemprego. E, com a retomada do pós-pandemia, foi natural a criação de vagas CLT, diminuindo, assim, a demanda dos trabalhos autônomos.
Uma pesquisa do Sebrae Nacional mostra que aumentou o número de brasileiros que estão empreendendo por necessidade nos últimos três anos – uma saída para ter renda e resolver os problemas financeiros.
Sócia da empresa e mãe de Lucas, Waléria diz que abriu o registro de MEI como forma de completar a renda da família já que, com a crise, teve sua jornada de trabalho e o salário reduzidos em 50%.
“Para não demitir as pessoas, eles diminuíram o salário e o tempo de trabalho para seis horas. Foi então que resolvi trabalhar na loja”, conta.