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A classe média é a que proporcionalmente mais vai trabalhar para pagar os tributos: 157 dias, até seis de junho.
Por Jornal Nacional
O dinheiro que os cidadãos e as empresas pagam em impostos é, entre outras coisas, para financiar o sistema público de saúde – e é muito dinheiro. Basta dizer que até domingo que vem, dia 29 de maio, todo o fruto do trabalho de cada cidadão, este ano, terá sido só para pagar impostos, taxas e contribuições.
A lista é de perder de vista; são 63 tipos de impostos, taxas e contribuições pagos pelos brasileiros. Os tributos estão nos produtos e serviços: PIS, Cofins, ICMS, ISS; nos salários, com INSS e Imposto de Renda; e também incidem sobre o patrimônio, para quem tem, por exemplo, um carro ou uma casa.
“R$ 20 do imposto disso, mais R$ 10 do imposto daquilo. Tudo que a gente faz vira imposto. Olha na notinha, né? Cofins, tudo com fins, como diz né? Tudo tem fins, só não tem aumento”, reclama a promotora de vendas Ana Cristina Ribeiro Rocha.
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Este ano, o contribuinte vai trabalhar, em média, até o dia 29 de maio só para pagar os tributos federais, estaduais e municipais. São 149 dias para quitar essa fatura. A classe média é a que, proporcionalmente, mais vai trabalhar para pagar os tributos: 157 dias, até 6 de junho.
“Roupa, comida, principalmente, né? É muita coisa”, lamenta uma mulher.
O levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação considerou o período de maio de 2021 a abril de 2022. O estudo também concluiu que o valor pago em impostos representa 40,82% do rendimento médio do brasileiro que, no ano passado, ficou um pouco acima de R$ 2,7 mil, segundo cálculos do IBGE.
O presidente do instituto afirma que a carga tributária brasileira está entre as maiores do mundo e tem um dos mais baixos retornos em forma de serviços públicos e infraestrutura.
“O problema não está na arrecadação em si, porque o Brasil é um país gigante. O problema é o retorno. O Brasil, entre os 30 países de maior carga tributária do mundo, é aquele que dá o pior retorno em relação àquilo que é arrecadado. E ele não consegue melhorar a qualidade de vida da população”, explica o presidente do IBPT, João Eloy.
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Quem paga a conta já notou. “Poderia aplicar em muito mais coisa, principalmente escola, remédio para quem precisa nos postos”, acredita uma contribuinte. “Você vê que não está havendo um investimento necessário nos pontos básicos – Saúde, Educação e Segurança”, afirma outro.