Confiança dos profissionais tem pequena melhora

Pessimistas, mas com um leve aumento de confiança em relação à situação do mercado de trabalho e à economia. É o que mostra a 15ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), divulgado em março de 2021, sobre a percepção de profissionais.

Ainda que permaneça no campo do pessimismo – abaixo dos 50 pontos, segundo a metodologia do estudo – o indicador registra 33,3 pontos, ligeira alta ante os 32,5 registrados em novembro de 2020. “As incertezas sobre os avanços das variantes do coronavírus e o lento ritmo de vacinação da população são dois aspectos que influenciaram novamente no recuo da confiança dos profissionais em relação aos próximos seis meses, o que já havia acontecido no último trimestre”, analisa Mário Custódio, diretor da área de recrutamento executivo da consultoria Robert Half. O ICRH é um indicador que varia de 0 a 100 pontos. Esta 15ª edição do medidor é resultado de sondagem conduzida entre os dias 09 e 28 de fevereiro, com 1.161 profissionais, igualmente divididos entre recrutadores e profissionais empregados e desempregados do setor privado, com 25 anos de idade ou mais, com formação superior. “Mesmo com o recuo da confiança que os dados mostram, a expectativa se mantém em um patamar otimista, acima dos 50 pontos, indicando que o mercado acredita que a situação vai melhorar”, avalia o executivo.

Além do índice de confiança, o relatório reúne informações sobre o comportamento dos profissionais nos últimos meses. A pesquisa mostra que 76% dos entrevistados passaram a trabalhar de forma remota por conta do isolamento social e, hoje, mais de um ano depois do início da pandemia, quase metade (48%) afirma que o equilíbrio entre qualidade de vida e trabalho melhorou. “A redução do estresse por conta da ausência dos deslocamentos, a possibilidade de passar mais tempo com a família e a diminuição da pressão vivida no ambiente presencial de trabalho são os principais motivos para essa melhora”, diz Custódio. Os dados fortalecem a tendência das jornadas híbridas com o fim da crise sanitária, diz.

Segundo o especialista, um dos pontos que mais chamou a atenção no levantamento foi a leve redução da desconfiança dos executivos em relação ao horizonte profissional. Isso revela que o mercado segue se adaptando, aposta na transformação digital e se apresenta resiliente para absorver, da melhor forma, os impactos da pandemia, analisa. “O mundo das profissões caminha para a construção de uma força de trabalho mais ágil e flexível, com processos produtivos orientados por análises de dados”, diz. A maioria ou 95% dos executivos, segundo o relatório, enxerga o modelo híbrido como parte permanente do cenário de empregos e, por conta da evolução do teletrabalho, há um fortalecimento do conceito de “trabalhar de qualquer lugar”. Na pesquisa, 48% dos recrutadores afirmam que o principal desafio com relação à atração de bons currículos e talentos é conseguir oferecer uma política de remuneração mais atraente, antes da dificuldade de encontrar perfis qualificados (39%).

VALOR ECONÔMICO

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