Durante o evento anual da Conferência Mundial de Emprego realizado este ano em Lisboa, Bettina Schaller, Presidente da World Employment Confederation (WEC), abordou temas críticos relacionados ao mercado de trabalho global e a influência da política sobre as questões trabalhistas, destacando ainda a importância das reuniões do G20 que serão realizadas ao longo de 2024 no Brasil.
Na ocasião, Schaller abordou também a relevância das federações, que devem se posicionar como solução para esses desafios. Nesse cenário, a Presidente da WEC ressaltou o trabalho da Fenaserhtt nessa direção, incluindo o papel que a entidade assumirá como organizadora de um evento em grande escala que deve ser realizado no Brasil posteriormente.
A Presidente da WEC destacou que muitas regiões do mundo enfrentam conflitos, onde a ideia de um mercado de trabalho bem regulamentado é um desejo distante em meio à busca por paz. Além disso, a incerteza econômica está afetando os ciclos econômicos e causando impactos negativos no mundo dos negócios.
A pandemia de COVID-19 também foi mencionada. Segundo ela, apesar das maravilhas que surgiram com o trabalho remoto e flexível, muitas pessoas estão insatisfeitas, desengajadas e enfrentando desigualdades, além de problemas mentais.
Neste cenário, Schaller enfatizou a importância das empresas em construir o melhor pool de talentos e da busca de orientação pelos governos para maximizar a ligação entre os marcos regulatórios do mercado de trabalho e a competitividade das regiões.
Eleições ao redor do globo
Com as eleições acontecendo em 76 países, Schaller ressaltou que as decisões políticas terão efeitos significativos nos mercados de trabalho à medida que um quarto dos países do mundo redefine sua agenda política de emprego.
Entre as questões urgentes estão as leis salariais, transparência salarial, igualdade de gênero, regulamentação do tempo de trabalho e a questão da semana de trabalho de quatro dias. Além disso, Schaller destacou a importância de abordar a situação dos trabalhadores de plataformas digitais e a necessidade de habilidades para a digitalização da economia.
Por fim, no evento, que teve como principal lema “O trabalho que queremos”, a Presidente da WEC ressaltou que o vínculo empregatício direto não é a única forma de trabalho e, em muitos casos, não é a mais vantajosa. Portanto, os países precisam desenvolver frameworks de mercado de trabalho que ofereçam alternativas de trabalho e contratos variados.