Salário mínimo deve ter aumento em maio, diz ministro

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Por Redação Luiz Marinho apontou a retomada da Política de Valorização do Salário Mínimo e a reparação das relações trabalhistas como prioridades de sua gestãoO ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que o salário mínimo, atualmente no valor de R$ 1.302, deve passar por aumento ainda este ano. O último reajuste do piso nacional passou a valer no dia 1º de janeiro. “Nós estamos discutindo a busca de espaço fiscal para mudar o valor do salário mínimo ainda este ano. Se houver espaço fiscal, nós haveremos de anunciar uma mudança para 1º de maio”, afirmou o ministro em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que foi ao ar neste domingo, 12, na TV Brasil. Além do novo reajuste, a retomada da Política de Valorização do Salário Mínimo também é uma das prioridades da pasta. De acordo com o ministro, a política mostrou bons resultados nos governos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando Marinho foi ministro do Trabalho, entre 2005 e 2007. Ministro Luiz Marinho defende revisão de concessões de registros sindicaisLeia também Ministro Luiz Marinho defende revisão de concessões de registros sindicais “Nós conseguimos mostrar que era possível controlar a inflação, gerar empregos e crescer a renda, crescer a massa salarial dos trabalhadores do Brasil inteiro, impulsionado pela Política de Valorização do Salário Mínimo, que consistia em, além da inflação, garantir o crescimento real da economia para dar sustentabilidade, para dar previsibilidade, para dar credibilidade acima de tudo para todos os agentes. É importante que os agentes econômicos, o empresariado, os prefeitos, os governadores, saibam qual é a previsibilidade da base salarial do Brasil, e o salário mínimo é a grande base salarial do Brasil”, explicou. “Veja, se esta política não tivesse sido interrompida a partir do golpe contra a presidenta Dilma e o governo tenebroso do Temer e do Bolsonaro, o salário mínimo hoje estaria valendo R$1.396. Veja só: de R$1.302 para R$1.396 é o que estaria valendo o salário mínimo hoje. Portanto, foi uma política que deu muito certo”, destacou Marinho. ‘Emprego na veia’Durante a entrevista, o ministro do Trabalho falou das expectativas da pasta para esta nova gestão e destacou a reparação das relações trabalhistas como uma das prioridades. “Passamos por um governo que trabalhou um processo de desmonte das relações de trabalho. Então o contrato coletivo, negociações trabalhistas, tudo isso foi atacado de forma feroz, a legislação trabalhista, a proteção ao trabalho, tudo isso foi atacado. Nós precisamos enfrentar esse dilema, rever o que foi prejudicado nesse processo de relações de trabalho, para que nós possamos de novo retomar o processo de negociação, de valorizar o valor do trabalho em si, a massa salarial, geração de emprego e renda. Nossa expectativa é de trabalhar esse processo”, afirmou. Último reajuste do salário mínimo passou a valer no dia 1º de janeiro.Último reajuste do salário mínimo passou a valer no dia 1º de janeiro. Foto: Marcello Casal Jr/Agência BrasilContinua após a publicidade Ainda sobre as expectativas da nova gestão, Marinho destacou a retomada das obras públicas como um impulso para o crescimento da economia e das oportunidades de emprego. “Nós temos a ordem de 14 mil obras paradas no Brasil, isso cria uma nova expectativa, expectativa de gerar emprego. Obra é emprego na veia”, destacou. “Essas obras são retomadas praticamente de forma simultânea no Brasil, eu tenho certeza que isso vai dar um grande impacto na retomada do crescimento da economia”, completou. Novas formas de trabalhoO Brasil vive mudanças aceleradas no mercado de trabalho ocasionadas pelos avanços tecnológicos. Na entrevista, o ministro do Trabalho falou, ainda, sobre essas novas modalidades de serviço, como o trabalho por aplicativos. “Seguramente é uma tendência que vem com muita força. É preciso que seja introduzido nas negociações coletivas, se não nós podemos ter muita gente desprotegida no mercado de trabalho”, afirmou. “E tem neste [cenário] a história dos trabalhadores por aplicativos, que muita gente pensa que é só entregador de pizza, ou que é só o motorista do Uber, das várias plataformas de transporte de pessoas, mas não é, está presente na saúde, na educação, na intermediação até do trabalho doméstico. Portanto, é preciso que a gente compreenda totalmente esse novo momento”, explicou Luiz Marinho. O ministro também abordou a precariedade do mercado de trabalho observada nos últimos anos. “Ocorreu em escala gigantesca e é exatamente o ponto que nós estamos [nos] referindo. É um amadurecimento que nós vamos ter que passar. A minha preocupação é com os trabalhadores e trabalhadoras, são eles que nós queremos proteger, porque as empresas estão é explorando demais essa mão de obra”, concluiu o ministro. “O que não é possível é a desproteção. Hoje existem milhares e milhões de trabalhadores, no mundo inteiro, não só na realidade do Brasil, trabalhando absolutamente sem nenhuma proteção social”, acrescentou. / AGÊNCIA BRASIL https://www.estadao.com.br/economia/salario-minimo-reajuste-1-maio-luiz-marinho-npre/

Veja os 100 cargos que mais criaram e fecharam vagas com carteira assinada em 2022

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Faxineiro foi a função que mais teve vagas criadas, enquanto operador de telemarketing foi o que mais teve postos fechados. Por Marta Cavallini, g1 Levantamento do g1, com base nos dados do Caged, mostra os 100 cargos que mais tiveram vagas criadas e os que mais perderam postos formais no ano passado. Veja abaixo as listas completas de: Faxineiro foi a função que mais teve vagas criadas, enquanto operador de telemarketing ativo e receptivo foi o que mais teve postos fechados em 2022. https://cc4f65d123eedcec16854f077142f529.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html No caso do faxineiro, esse cargo tem sido o que mais abre vagas nos últimos anos, tendência que se manteve em 2022. Chama a atenção o fato de operador de telemarketing estar no topo do fechamento de vagas, pois trata-se de uma das ocupações que mais criaram vagas em anos anteriores, contratando principalmente jovens em primeiro emprego. LEIA TAMBÉM O setor de telemarketing tem cinco ocupações no ranking do saldo negativo de vagas – além de operador de telemarketing ativo e receptivo, estão na lista operador de telemarketing técnico, monitor de teleatendimento, supervisor de telemarketing e atendimento e operador de telemarketing ativo. Todos os setores da economia tiveram saldo positivo de vagas, com destaque para serviços e comércio. Veja no gráfico abaixo: https://flo.uri.sh/visualisation/12615650/embed https://cc4f65d123eedcec16854f077142f529.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html https://flo.uri.sh/visualisation/12614778/embed https://flo.uri.sh/visualisation/12614925/embed https://cc4f65d123eedcec16854f077142f529.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html Atividades que mais abriram e fecharam vagas As subclasses de atividades que mais abriram e fecharam vagas em 2022 foram, respectivamente, construção de edifícios e atividades de teleatendimento. Veja abaixo os números de vagas abertas e fechadas por setores, segundo levantamento da LCA Consultores. Ranking das 10 subclasses de atividades que mais geraram vagas formais em 2022 Ranking das 10 subclasses de atividades que mais perderam empregos formais em 2022

Falta de renda é o que mais motiva trabalho por conta própria; independência vem depois

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Motivações dos autônomos variam conforme níveis salariais, diz FGV IbreLeonardo VieceliRIO DE JANEIROA falta de emprego e renda é a principal razão que leva brasileiros para o trabalho por conta própria, seguida pelo desejo de independência profissional. As conclusões integram uma sondagem divulgada nesta quinta-feira (26) pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). Conforme a pesquisa, 32,1% dos trabalhadores por conta própria decidiram atuar dessa maneira porque estavam sem emprego e precisavam de uma fonte de rendimento. Outros 22,9% escolheram o trabalho autônomo em busca de independência, enquanto 13,6% optaram pela flexibilidade de horários, e 12,3% necessitavam de uma renda extra. Camelôs vendem produtos em praça no centro de São Paulo – Danilo Verpa – 28.jun.2022/FolhapressA coleta das informações ocorreu em dezembro de 2022. As estatísticas integram a segunda edição da Sondagem do Mercado de Trabalho, que entrevistou 2.000 pessoas com mais de 14 anos espalhadas pelo território nacional. Em torno de 16% da amostra foi composta por trabalhadores por conta própria com ou sem CNPJ. De acordo com o FGV Ibre, a sondagem busca avaliar quesitos que não costumam aparecer em outras pesquisas sobre o mercado de trabalho. Nesta edição, um dos focos é o retrato dos profissionais autônomos, uma categoria que ganhou espaço no Brasil nos últimos anos. GRUPO QUE TRABALHA POR CONTA PRÓPRIA TEM DIFERENÇASOs pesquisadores destacam que as motivações para o trabalho por conta própria variam conforme o poder aquisitivo dos entrevistados. Entre os autônomos que recebiam até dois salários mínimos, a falta de emprego e renda em um período anterior foi o que mais pesou na decisão. Segundo o estudo, 37,5% dos profissionais dessa faixa optaram pelo trabalho por conta própria devido à necessidade de obter alguma remuneração. Entre os autônomos que recebiam mais de dois salários mínimos, o principal motivo citado foi a independência. Uma fatia de 34,5% desses profissionais associou a ida para o trabalho por conta própria ao desejo pessoal. Rodolpho Tobler, um dos pesquisadores do FGV Ibre responsáveis pela sondagem, chamou atenção para as diferenças dentro da categoria. Ele lembrou que o Brasil viveu uma crise econômica de 2014 a 2016, seguida por um período de baixo crescimento e, depois, de pandemia. O contexto de dificuldades forçou a ida de parte dos trabalhadores para funções autônomas em busca de sustento, indicou o economista. Enquanto isso, outra parcela pôde escolher o caminho a seguir. “Tem o cenário das pessoas que perderam ocupação e precisaram de renda, mas também há um percentual que foi por uma escolha”, afirmou Tobler. “É um quadro bem heterogêneo. Há uma necessidade para quem tem renda mais baixa e uma opção para quem tem mais renda”, analisou. Segundo Veloso, ainda é difícil projetar o cenário para o trabalho por conta própria em 2023, mas é possível que o grupo siga em crescimento. O especialista indicou que a desaceleração da atividade econômica devido aos juros altos tende a frear a geração de empregos formais. Ele também destacou que o debate sobre proteção a grupos como o dos trabalhadores por plataformas tende a ganhar força em 2023. No dia 18 de janeiro, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que as condições de quem vive de serviços em aplicativos beiram a escravidão. “Nós acompanhamos a angústia dos trabalhadores de aplicativos, que muitas vezes têm que trabalhar 14h, 16h por dia para poder levar pão e leite para casa. Isso, no meu conceito de trabalho, beira o trabalho escravo”, disse Marinho. O estudo do FGV Ibre ainda apontou que 57,1% dos autônomos estavam empregados com carteira assinada antes de migrarem para a ocupação por conta própria. Outros 16% estavam empregados sem carteira anteriormente, enquanto 15,9% se descreveram como desempregados na fase anterior. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/01/falta-de-renda-e-o-que-mais-motiva-trabalho-por-conta-propria-independencia-vem-depois.shtml

Companhias contratam profissionais 50 + para suprir gap de qualificação

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Estudo mostra que 4 em cada 10 diretores do Reino Unidos estão mais abertos a empregar funcionários até 64 anosPor Daphinei Straus, Financial Times Um diretor não executivo poliglota e com bons contatos, que passou a carreira dirigindo algumas das maiores empresas europeias de vendas de roupas por catálogo postal é, aos 93 anos, a pessoa mais velha da folha de pagamento da David Nieper, uma empresa de moda de controle familiar com sede em Alfreton, no distrito de Derbyshire, região central da Inglaterra. Sua experiência tem um valor inestimável, segundo Christopher Nieper, diretor-executivo de segunda geração da empresa. O mesmo se diz da experiência de incontáveis outros funcionários mais velhos que trabalham nas fábricas, no call-center e nos escritórios da empresa. Sediada em uma área dotada de um longo histórico da indústria têxtil, a empresa historicamente contrata funcionários qualificados de concorrentes que fecharam as portas, ao mesmo tempo em que enfrenta dificuldades em atrair funcionários novatos mais jovens. Quer envelhecer melhor arranje um pet, diz estudoComo planejar a sucessão no novo mundo do trabalhoBurnout ganha maior visibilidadeEm decorrência disso, a empresa patrocina agora uma escola local e se empenha em reter funcionários mais velhos, oferecendo flexibilidade de horários de trabalho e uma semana adicional de férias anuais para os que trabalham para além da aposentadoria pública. “Tentamos a todo custo segurá-los”, diz Nieper. “Quando alguém se aposenta, olho para aquilo e penso, ‘Ah, não!’. Precisamos de duas pessoas jovens para substituir uma que sai.” Essa atitude não é rara na indústria de transformação, na qual os empregadores lutam há anos com as dificuldades impostas pelo envelhecimento dos quadros de funcionários. Mas é um modo de pensar exótico para muitos empregadores do Reino Unido – que estão atentos à necessidade de criar melhores trajetórias de carreira para mulheres e para funcionários originários de grupos minoritários, ao mesmo tempo em que desconsideram com frequência as necessidades de funcionários mais velhos e negligenciam candidatos a partir de 50 anos ao recrutar pessoal. Pesquisa realizada em novembro pela entidade de classe britânica de credenciamento e capacitação Chartered Management Institute (CMI) detectou que apenas 4 em cada 10 diretores estão abertos a empregar funcionários na faixa dos 50 aos 64 anos, em medida “de grande a moderada”. Outros colocam a questão sem meias-palavras. “No pós-pandemia, uma agência foi sincera o suficiente para dizer que ‘alguém com mais de 60, nem pensar”, diz John, um desenvolvedor “freelancer” de software de sessenta e poucos anos que deixou de trabalhar após esbarrar reiteradamente com atitudes desse tipo. Esse preconceito dá muito errado. Um êxodo de pessoas mais velhas do local de trabalho – no exato momento em que os empregadores britânicos perderam acesso ao mercado de mão de obra da União Europeia (UE) – é um fator-chave das crises de escassez de mão de obra que têm assolado as empresas de setores que vão desde o de logística até o de hospitalidade (que compreende hospedagem, gastronomia e eventos), assistência (cuidado, atenção) e TI. Desde o início da pandemia, houve um aumento de mais de meio milhão no número de adultos em idade ativa que não estão nem trabalhando nem procurando emprego. Essa alta da inatividade econômica é quase singularíssima para o Reino Unido e foi impulsionada por pessoas que não querem mais trabalhar e têm condições financeiras para não trabalhar. O governo está tentando reverter essa tendência, por meio da expansão de sua oferta de requisitos para as pessoas fazerem um levantamento de suas finanças, habilidades e saúde, além de mobilizar uma rede de “mais de 50 paladinos exemplares” da causa a fim de convencer as empresas das vantagens de contratar trabalhadores mais velhos. Mas a capacidade do governo de contatar trabalhadores que optaram por se aposentar e que não buscam ajuda é limitada. Isso deixa aos empregadores o ônus não apenas de abrir mais a cabeça sobre quem contratam, como também para tornar os empregos mais atraentes aos trabalhadores mais velhos – seja pela oferta de expedientes mais flexíveis, de mais apoio para os que sofrem de algum problema de saúde, de programas de avanço na carreira ou simplesmente por tornar os locais de trabalho mais inclusivos para os que são motivados a trabalhar tanto pela interação social quanto pelo salário. “A maioria das pessoas que não trabalha tem opções. Não está contando com os benefícios. A maior responsabilidade está na empresa”, diz Jon Boyes, economista do Chartered Institute of Pesonnel and Development, um grupo de membros para profissionais de RH. Ele aponta para a enorme variação no perfil de trabalhadores empregados em setores diferentes – em hospitalidade e TI, não há mais do que 20% com mais de 50 anos, uma proporção que sobe para 33% ou mais em saúde e assistência, logística ou imóveis. “Cabe aos empregadores reavaliarem suas atitudes”, diz Anthony Painter, dretor de política pública do CMI. Um número crescente está simplesmente fazendo isso – com a idade se tornando um novo foco, em vez de uma esfera negligenciada, da agenda da diversidade e da inclusão. Alguns – como a varejista Halfords e a cadeia de “fast-food” McDonald’s – lançaram campanhas de recrutamento voltadas para as pessoas de mais de 50 anos para cargos como técnicos ou de apoio ao cliente. Mas outros empregadores, em especial os da área administrativa, encaram como ainda mais importante reter os funcionários preexistentes. “O que os impulsiona é a escassez de qualificações e a configuração demográfica”, diz Kim Chaplain, diretor-associado do instituto de análise e pesquisa do Centre for Ageing Better. A única mudança mais importante que os patrões podem fazer para seduzir as pessoas de mais de 50 anos a voltar ou a permanecer no trabalho é ser mais flexível sobre o expediente de trabalho, diz Chaplain, uma vez que muitos fazem acrobacias para conjugar o trabalho com o cuidado aos pais, aos netos ou administrar os próprios problemas de saúde. “Trabalho todo dia com um intervalo para almoço de duas horas, para descansar. Não consigo trabalhar por todo esse tempo, por isso trabalho

Indústria fecha 2022 com queda em oito dos 15 locais pesquisados

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As maiores quedas do ano foram no Pará (-9,1%) e no Espírito Santo (-8,4%).Por g1 A produção da indústria nacional teve queda em 8 dos 15 locais no ano de 2022. Já na passagem de novembro para dezembro, houve expansão em 10 locais. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), divulgada nesta sexta (10) pelo IBGE. As maiores quedas do ano foram no Pará (-9,1%) e no Espírito Santo (-8,4%). No primeiro caso, o recuo se deu com o desempenho das indústrias extrativas de minério de ferro. No segundo, com as indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo, minérios de ferro pelotizados ou sinterizados e gás natural), produtos de minerais não metálicos e metalurgia. O setor de derivados do petróleo foi o que mais contribuiu negativamente, com queda na produção de óleo diesel e óleos combustíveis, aponta o analista da pesquisa, Bernardo Almeida. A principal influência negativa veio do Pará, seguido do Paraná e de Santa Catarina – neste último caso, o setor de têxteis (roupas de banho e fitas de tecido) foi o principal fator. Ceará (-4,9%), Pernambuco (-2,3%), Minas Gerais (-1,3%) e Região Nordeste (-1,0%) também registraram queda na produção no ano de 2022. “A indústria começou o ano de 2022 com taxas positivas em sequência, depois há um resfriamento da produção nacional a partir do segundo semestre. A aceleração da inflação e o consequente aumento dos juros afetaram diretamente o poder de compra das famílias. A geração de empregos com baixa remuneração também impactou nisso. Houve ainda, em grau menor, o desabastecimento de alguns insumos e o aumento de preços de matérias-primas”, explica Almeida.Veja a variação da produção industrial no ano de 2022: Amazonas: 3,8%Pará: -9,1%Região Nordeste: -1,0%Ceará: -4,9%Pernambuco: -2,3%Bahia: 2,4%Minas Gerais: -1,3%Espírito Santo: -8,4%Rio de Janeiro: 4,6%São Paulo: 0,2%Paraná: -4,2%Santa Catarina: -4,3%Rio Grande do Sul: 1,1%Mato Grosso: 19,4%Goiás: 1,4% A produção industrial brasileira teve variação nula (0,0%) na passagem de novembro para dezembro e encerrou o ano de 2022 com queda de 0,7%. De acordo com o IBGE, o resultado anual deixou o setor operando 2,2% abaixo do patamar pré-pandemia e 18,5% abaixo do nível recorde da série, registrado em maio de 2011. Em 2021, a indústria fechou o ano com alta de 3,9%, interrompendo dois anos seguidos de queda. A queda em 2022 foi, portanto, a terceira em quatro anos. Mato Grosso é destaque positivoPor outro lado, Mato Grosso (19,4%) registrou o avanço mais expressivo em 2022, sobretudo pelo comportamento positivo dos setores de produtos alimentícios (carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas e tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (álcool etílico). Rio de Janeiro (4,6%), Amazonas (3,8%), Bahia (2,4%), Goiás (1,4%), Rio Grande do Sul (1,1%) e São Paulo (0,2%) mostraram as demais taxas positivas. “A maior influência positiva no resultado do Rio de Janeiro veio do setor de derivados do petróleo, muito atuante na indústria fluminense. Houve aumento na produção de óleos combustíveis, óleo diesel, gasolina automotiva e querosene de aviação. Já no Amazonas, terceiro colocado no ranking de influência positiva, o setor de bebidas se destacou”, diz Almeida. Segundo ele, São Paulo, maior parque industrial do país, teve crescimento tímido, com um ritmo moderado de produção. “A indústria paulista teve altos e baixos durante o ano, não existiu uma trajetória de crescimento sustentado, assim como no resultado nacional”. Expansão em 10 locais na passagem de novembro para dezembroNa série com ajuste sazonal, na passagem de novembro para dezembro de 2022, 10 dos 15 locais pesquisados mostraram taxas positivas. As expansões mais acentuadas foram em Mato Grosso (5,8%) e Amazonas (5,6%) – ambos marcando o segundo mês seguido de crescimento na produção, período no qual acumularam ganhos de 8,9% e 5,8%, respectivamente. Ceará (4,3%), Paraná (3,9%), Pernambuco (2,7%), Rio Grande do Sul (1,0%), Rio de Janeiro (0,8%), Santa Catarina (0,7%), Região Nordeste (0,6%) e Pará (0,5%) completaram o conjunto de locais com índices positivos em dezembro de 2022. Por outro lado, Espírito Santo (-6,8%) e Minas Gerais (-4,9%) apontaram as reduções mais intensas, com o primeiro local eliminando o crescimento do mês anterior (7,3%) e o segundo interrompendo dois meses consecutivos de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 3,8%. Goiás (-3,7%), São Paulo (-1,2%) e Bahia (-0,6%) mostraram os demais resultados negativos em dezembro de 2022. https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/02/10/industria-fecha-2022-com-quedas-em-oito-dos-15-locais-pesquisados.ghtml

Volume de serviços cresce 3,1% em dezembro e encerra 2022 com alta de 8,3%, diz IBGE

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Com o resultado, o setor de serviços teve o maior crescimento anual de toda a série histórica, iniciada em 2011.Por Bruna Miato, g1 O volume de serviços no Brasil teve uma forte alta de 3,1% em dezembro de 2022, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10). Com o resultado, o setor acumulou alta de 8,3% em todo o ano passado. Esse foi o maior resultado anual registrado pelo IBGE desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, em 2011. Em 2022, inclusive, o setor teve uma alta acumulada em 12 meses 14,4% superior aos níveis pré-pandemia de Covid-19, em fevereiro de 2020. Em novembro passado, o setor de serviços teve uma variação nula, depois de recuar 0,5% em outubro. A queda daquele mês interrompeu uma sequência de cinco altas consecutivas do setor. No ano passado, o avanço acentuado do setor pode ser explicado, principalmente, pela retomada mais intensa das atividades depois de dois anos de medidas restritivas de circulação por conta da pandemia, segundo Luiz Almeida, analista da pesquisa do IBGE. A principal influência positiva para o ano veio do grupo de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que cresceu 13,3%. “O setor de transportes cresce desde 2020, mas com dinâmica diferente: inicialmente, por causa da área de logística, com alta nos serviços de entrega, em substituição às compras presenciais. Já em 2022, há a manutenção da influência do transporte de carga, puxado pela produção agrícola, mas também pela reabertura e a retomada das atividades turísticas, impactando o índice no transporte de passageiro”, afirma Almeida. https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/02/10/volume-de-servicos-cresce-31percent-em-dezembro-e-encerra-2022-com-alta-de-83percent-diz-ibge.ghtml

Trabalho remoto ainda resiste após pandemia

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Por Sarah Kessler Pesquisa aponta que expediente em casa nos EUA saltou de 5%, em 2019, para 30%, no ano passadoTHE NEW YORK TIMES – Durante quase três anos, desde que as precauções provocadas pela pandemia tornaram regra o trabalho remoto, as empresas vêm negociando um “novo normal” num contexto que, segundo alguns, beneficia os trabalhadores: contratar tem sido difícil, pedir demissão virou tendência e os empregadores estavam em uma posição favorável para atender as preferências dos funcionários. Esse tempo acabou. Apesar do número de vagas continuar sendo superior ao de candidatos, e embora muitos prevejam que os Estados Unidos vão entrar em recessão, a maioria dos economistas espera mais demissões e menos vagas de emprego nos próximos meses, conforme as empresas repensam a forma como operam. Na semana passada, a Amazon disse que cortaria 18 mil postos de trabalho, ou cerca de 6% de seu quadro de funcionários, e a Salesforce afirmou planejar demitir 10% de seus empregados, ou aproximadamente oito mil profissionais. O Goldman Sachs está se preparando para dispensar até 4 mil pessoas. Carreira em https://sindeprestem.com.br/wp-content/uploads/2020/10/internet-cyber-network-3563638-1.jpg continua promissora apesar de onda de demissões, mas salários podem cair À medida que o local de trabalho muda, alguns CEOs famosos enxergam uma oportunidade de trazer os funcionários de volta ao escritório. Em maio de 2021, David Solomon, CEO do Goldman Sachs, disse para os profissionais do banco se prepararem para voltar ao escritório no mês seguinte, a fim de incentivar uma maior colaboração presencial e a vivência da cultura da empresa. Elon Musk acabou com a “política de trabalho de qualquer lugar” do Twitter em seu primeiro e-mail aos funcionários depois de adquirir a empresa no ano passado, dizendo que exigiria deles pelo menos 40 horas por semana no escritório. Bob Iger quase fez a mesma exigência em seu retorno como CEO da Disney em novembro, mas teria dito aos funcionários que se preocupava ” com o impacto negativo a longo prazo sobre as pessoas que decidiram não passar tanto tempo no escritório”. Mas será que o experimento do trabalho remoto provocado pela pandemia está prestes a terminar? Economistas que estudam a mudança para locais de trabalho mais flexíveis dizem que provavelmente não, apesar da pressão de alguns dos CEOs mais conhecidos do mundo. CrescimentoNo ano passado, o trabalho remoto ficou bem acima dos níveis anteriores à pandemia, de acordo com dados compilados por um grupo de pesquisadores da Universidade Stanford, da Universidade de Chicago e do Instituto Tecnológico Autônomo do México. Em 2019, cerca de 5% de todos os expedientes em dias úteis pagos nos Estados Unidos foram trabalhados de forma remota, segundo os dados do censo. Mas quando o grupo começou a coletar os dados para a Pesquisa de Acordos e Condutas de Trabalho dos EUA (SWAA, na sigla em inglês), uma consulta mensal com trabalhadores, essa proporção pulou para mais de 60%, em maio de 2020. No ano passado, a porcentagem ficou em torno de 30%. “Estamos todos de volta às tendências anteriores à pandemia nas compras online, mas permanentemente em alta com o trabalho online”, disse Nick Bloom, professor de economia em Stanford e coautor da pesquisa mensal. A situação de trabalho remoto mais comum, de acordo com a SWAA e uma série de outras pesquisas, é agora o esquema de trabalho híbrido, com os funcionários trabalhando alguns dias no escritório e outros remotamente. As empresas, as indústrias e as situações individuais variam muito quanto às preferências e à viabilidade do trabalho remoto, mas, em média, ambos os lados têm ideias semelhantes a respeito da quantidade de tempo ideal para se passar no escritório. Na pesquisa SWAA de dezembro, os trabalhadores que conseguem executar suas tarefas de casa disseram que preferiam trabalhar remotamente cerca de 2,8 dias por semana. Seus empregadores planejavam permitir que eles trabalhassem mais ou menos 2,3 dias por semana. Não é uma diferença grande entre as expectativas. DeslocamentosHá razões óbvias pelas quais os funcionários dizem gostar de trabalhar remotamente: querem evitar o tempo e o dinheiro gastos com o deslocamento; concentram-se mais sem as conversas do escritório; sentem que é melhor para o seu bem-estar ficar em casa. Quando a consultoria McKinsey perguntou a 12 mil candidatos a emprego no ano passado por que estavam em busca de um novo emprego, “flexibilidade no trabalho” ficou logo atrás de “melhores salários ou horários de expediente” e “melhores oportunidades de carreira”. O que muitas vezes passa despercebido – e é uma das razões pelas quais alguns economistas acreditam que uma recessão teria pouco impacto na mudança nos acordos de trabalho – é que permitir aos funcionários trabalhar fora do escritório também pode beneficiar as empresas. Em uma pesquisa realizada pelo ZipRecruiter, site de vagas de emprego, os candidatos disseram, no geral, que aceitariam um corte salarial de 14% para trabalhar remotamente. Embora o mercado de trabalho continue forte, a economia está desacelerando e as empresas estão em busca de saídas para tornar suas vagas melhores sem aumentar os salários. E muitas delas dizem que estão recorrendo ao trabalho remoto para isso. “Não é que não vá haver alguma perda do poder de barganha por parte dos trabalhadores”, disse Steven Davis, professor da Universidade de Chicago e coautor da SWAA. “Apenas muitos empregadores têm suas próprias razões para pensar que a mudança, a mudança parcial, para o trabalho remoto é benéfica para eles também.” Segundo um artigo publicado pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA (NBER, na sigla em inglês), Bloom, Davis e outros perguntaram às centenas de executivos seniores entrevistados todos os meses pelo Federal Reserve de Atlanta se eles haviam ampliado o trabalho remoto como uma forma de “manter os funcionários felizes e aliviar as pressões para aumento salarial”. Trinta e oito por cento disseram ter feito isso nos últimos 12 meses, incluindo metade dos executivos que trabalham em setores como finanças, seguros, imóveis e serviços profissionais; e 41% disseram que planejavam fazer isso no próximo ano. Os autores usaram as estimativas dos executivos sobre quanto eles economizaram com salários

Brasil é 20% mais pobre por causa de ‘distorções tributárias’, diz Appy ao defender reforma

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Por Adriana Fernandes Secretário de Haddad que distorções reduzem a produtividade e renda dos brasileiros, além de travarem os investimentos e o crescimento do PIB ; saiba o que ele pensa sobre os principais pontosBRASÍLIA – Em defesa da urgência da aprovação da proposta pelo Congresso ainda em 2023, o secretário extraordinário de reforma tributária do Ministério, Bernard Appy, disse que o Brasil é hoje 20% mais pobre do que poderia ser em razão das distorções do sistema tributário, que reduzem a produtividade e renda dos brasileiros e travam os investimentos e o crescimento do Produto do Produto Interno (PIB) do Brasil. Em debate organizado pela escola de formação de lideranças políticas RenovaBR, com a presença de deputados e senadores, num restaurante em Brasília, Appy procurou mostrar, com um discurso mais simples do que o usual, a necessidade de revisão dos impostos sobre consumo para o Brasil crescer mais e melhor. Bernard Appy disse que o Brasil é hoje 20% mais pobre do que poderia ser em razão das distorções do sistema tributárioBernard Appy disse que o Brasil é hoje 20% mais pobre do que poderia ser em razão das distorções do sistema tributário Foto: Gabriela Biló/Estadão“Aqui no Brasil é melhor ter um bom benefício fiscal do que ser mais eficiente. A economia cresce menos assim”, disse Appy. A intenção é aprovar a reforma tributária o mais rápido possível até o final do primeiro semestre. Carga tributáriaDiante das preocupações dos parlamentares de que a reforma seja usada para aumentar a arrecadação, Appy disse garantir que não haverá aumento da carga tributária com o desenho da reforma que está sendo feito. “Eu posso garantir que essa reforma é feita para não ter aumento de arrecadação durante a transição”, disse o secretário. O secretário afirmou que a alíquota terá de ser calibrada para manter a carga neutra (ou seja, sem aumento de impostos). Ele citou a alíquota de 25% para o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) – sendo 9% para União, 14% para Estados e 2% para os municípios; mas ponderou que a discussão ainda está em aberto. Appy não antecipou muitos detalhes da discussão técnica que o Ministério da Fazenda está fazendo para a votação da proposta, mas deixou claro que o governo terá a função de “apoio” ao Congresso. Resistências setoriaisUm ponto relevante apontado pelo secretário é que o enfrentamento das resistências setoriais “está em aberto” no Congresso, sinalizando que ficará a cargo das negociações políticas. “Está em aberto e vai ser feito pelo Congresso do ponto de vista técnico e político”, disse. Na prática, isso significa que o debate sobre alíquotas diferenciadas para os setores será feita no Congresso. Entre as resistências está a do setor de serviços e do agronegócio. O secretário disse que os setores não serão prejudicados e que o resultado final será de “ganha-ganha” com os efeitos positivos da reforma sobre o crescimento. Ele reconheceu que a indústria será mais beneficiada, porque segundo ele, hoje é mais prejudicada pelas distorções do sistema tributário. Se dirigindo diretamente ao setor de serviços, Appy negou que as empresas do segmento perderão com a reforma. “Não é verdade que o setor de serviços será prejudicado. Com a não cumulatividade (ou seja, pagar imposto em mais de uma etapa da produção), as empresas pagarão menos impostos”, disse o secretário. De acordo com ele, as empresas do Simples não serão afetadas pela reforma. “E quando a economia cresce e a renda aumenta, o setor de serviços é o mais beneficiado pelo aumento da demanda”, afirmou. Folha de saláriosNo debate, a CEO do RenovaBR, Patrícia Audi, defendeu que a reforma tem que ser a agenda número um do Congresso. No início do debate, Appy fez uma pergunta direta, que segundo ela, “não quer calar”: que reforma é essa que o governo vai apresentar? O secretário disse que a reforma tributária terá duas etapas: dos impostos do consumo (PIS- COFINS – IPI – ICMS e ISS) e da renda. E antecipou que a segunda etapa “possivelmente” tratará de mudanças para desonerar folha de salários, ou seja, reduzir os encargos cobrados sobre os salários dos funcionários. Esse ponto é uma demanda do setor de serviços. “A ideia é trabalhar em conjunto com Congresso Nacional na construção da melhor reforma tributária”, afirmou. Segundo ele, será aproveitado o trabalho acumulado das Propostas de Emenda à Constituição (PECs) 45 (da Câmara) e 110 (do Senado). “Muitas vezes acham que existe uma oposição entre a PEC 45 e 110. Existe é muito mais convergência”, ponderou. “A função (nossa) é de apoiar o debate e construção do Congresso”, acrescentou. Conheça os principais pontos da reforma adiantados por AppyIVANão antecipou se a reforma será com um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) nacional, o IBS, ou dual (um IVA federal e outro dos Estados e municípios) Imposto seletivoSerá criado para tributar os produtos que têm efeitos negativos, como nocivos ao meio ambiente, por exemplo Base de tributaçãoA base ampla de incidência para a situação em que na nova economia é cada vez mais difícil definir a fronteira entre o que é produto e o que é serviço, segundo o secretário. De acordo com ele, a vantagem do IVA é que não distorce a forma de organização da economia. A base hoje é fragmentada e acaba gerando distorções, como problemas de classificação. AlíquotaAppy disse que a alíquota terá que ser calibrada para manter a carga neutra (ou seja, sem aumento de impostos). Ele citou a alíquota de 25% para o IVA, sendo 9% para União, 14% para Estados e 2% para os municípios. Mas ponderou que a discussão está em aberto ainda. Zona Franca de Manaus Segundo o secretário, haverá alternativas para manter a competitividade da Zona Franca de Manaus após a reforma tributária. Ele disse estar aberto para debater uma transição para o polo industrial do Amazonas e que a transição não será de forma abrupta. CobrançaAppy disse que haverá migração da tributação da origem (onde o produto ou serviço é feito ou oferecido) para o destino (onde é vendido).

Reforma tributária terá 2 momentos, consumo e renda e folha de salários, diz Appy

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O secretário extraordinário do Ministério da Fazenda para a Reforma Tributária, Bernard Appy, disse nesta quarta-feira, 8, que, após a reforma dos tributos de consumo, o governo irá tentar reformar também os impostos sobre a renda, incluindo a folha de salários.“Do ponto de vista do Ministério da Fazenda, a reforma tem dois momentos: a discussão da tributação do consumo agora e, em um segundo momento, a tributação da renda e da folha de salários. A reforma dos impostos de consumo já está muito mais avançada no Congresso Nacional. Vamos trabalhar pela melhor reforma possível”, afirmou, em evento promovido pelo RenovaBR. Appy repetiu que o governo pretende usar o trabalho acumulado na tramitação das PECs 45 e 110 que, segundo ele, têm mais convergências que divergências. “A Fazenda terá a função de apoio ao Congresso. É lá que entendemos que esse debate será feito”, completou. Complexidade tributáriaO secretário destacou que a não cumulatividade do IVA proposto para substituir os impostos de consumo ajudará a alavancar os investimentos. “O tributo que é pago ao longo da cadeia e não é recuperado onera o investimento. Quando se investe menos, isso reduz o crescimento do País”, afirmou. Appy também criticou a complexidade do sistema tributário brasileiro, com 27 legislações de ICMS, além de dezenas de regimes especiais de PIS/Cofins e IPI. “Um bom IVA é o mais simples, com menos regras. No Brasil não temos regras, só temos exceções. Essa complexidade tributária no Brasil tem consequência, como o custo elevado para as empresas cumprirem suas obrigações”, completou. Período de transiçãoO secretário defendeu que haverá um período de transição para a mudança do sistema tributário brasileiro. “Haverá uma mudança inevitável de preços relativos, algumas coisas ficarão mais baratas e outras mais caras. Além disso, muitas empresas fizeram investimentos conforme o sistema atual, por isso é importante haver essa transição”, afirmou. Ele lembrou que a PEC 45 prevê uma transição de seis anos e PEC 110 uma transição de cinco anos para que as empresas se adaptem de maneira suave ao novo sistema. “E há outra transição muito mais lenta, de 40 a 50 anos, para o efeito total sobre as receitas de Estados e municípios”, completou. Questão setorialO secretário admitiu que a questão setorial na reforma será a mais debatida no Congresso. Segundo ele, não há ponto de partida para cada setor já definido na proposta. “O objetivo da reforma tributária é garantir que todos os setores sejam beneficiados. Queremos um jogo de soma positiva, não é uma conta de soma zero. Se nem todos ganharem, não há motivo para fazer uma reforma tributária”, afirmou Appy. Ele avaliou que o aumento do potencial de crescimento pós reforma virá ao longo do tempo, embora também haja efeitos de curto prazo. Lembrou ainda que a proposta deverá incorporar uma devolução de tributos para as famílias menos favorecidas. “Os dois projetos no Congresso preveem cashback de imposto a famílias de baixa renda”, apontou. Ideia de reforma tributária é migrar de sistema disfuncional para IVABernard Appy repetiu que o atual sistema tributário brasileiro é disfuncional e defendeu a criação de um imposto sobre valor agregado (IVA) para substituir os impostos sobre consumo. “Um IVA bem desenhado é um tributo com base ampla de incidência e totalmente não cumulativo com tributação no destino. A tributação na origem gera diversas distorções, como guerra fiscal entre Estados”, afirmou. Appy disse ainda que a criação do IVA deve ter o mínimo possível de exceções, embora tenha admitido que serão necessárias algumas regras especiais. “Hoje a fronteira entre bens tangíveis e intangíveis é muito difusa. Uma das vantagens do IVA é que é neutro dentro da organização econômica. Como ele não distorce a forma de organização da economia, evitamos a perda de produtividade da economia”, explicou. “O Brasil ganha enorme aumento no potencial de crescimento com IVA”, completou. Distorções do sistema tributárioO secretário disse ainda que o atual sistema tributário brasileiro, com uma série de regimes especiais de tributação, gera distorções competitivas. “Para muitas empresas, é mais importante conseguir um bom benefício fiscal do que ser mais eficiente. O resultado é que a economia cresce menos e se organiza de forma ineficiente”, afirmou. Appy considerou que há uma perda enorme do produto interno bruto (PIB) potencial do Brasil por causa do atual sistema. “Somos mais pobres do que deveríamos ser por causa da forma como tributamos no País”, acrescentou. “Cada brasileiro é em média 20% mais pobre por causa dessas distorções”, completou. Transição longaO secretário argumentou que os Estados e municípios não perderão receitas com a reforma porque a economia crescerá para todos. Ele garantiu que a transição para os entes regionais levará de 40 a 50 anos, para que a mudança seja suave para os cofres desses governos. “Temos a proposta de criar um fundo de desenvolvimento regional para substituir a política de criação de benefícios fiscais e haverá alternativas para ajudar empresas com débitos dos tributos atuais”, afirmou Appy. https://exame.com/economia/reforma-tributaria-tera-2-momentos-consumo-e-renda-e-folha-de-salarios-diz-appy/

Empresas de entrega por app sugerem ao governo melhorar estatística para regular trabalho

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Ministério tem se reunido com representantes de companhias do setor SÃO PAULORepresentantes de empresas de entrega por aplicativo levaram ao Ministério do Trabalho nesta terça (7) uma proposta para a modelagem de política pública para os entregadores. Uma das sugestões é a criação de um banco de dados com as informações básicas dos entregadores, segundo o MID (Movimento Inovação Digital), que reúne mais de 170 empresas como Rappi, Loggi e Zé Delivery.O MID, que participou da reunião com o ministério, afirma que sem esse desenho social, será difícil formular um pacote de benefícios que atenda entregadores e não provoque fuga das empresas. A avaliação é que ainda é necessário incluir informações como endereço e telefone nos cadastros oficiais, além de fazer um pente fino para identificar os trabalhadores que estão ativos nos apps. “Acreditamos que vamos conseguir construir uma regulação que atenda os trabalhadores por aplicativo, governo e empresas. Partimos do diálogo democrático, algo que precisamos constantemente ressaltar como única saída para termos políticas públicas eficientes. E este governo é a esperança que temos para retomarmos essa premissa no Brasil. O primeiro passo é o poder público ouvir entregadores e motoristas que realmente estão nas ruas trabalhando”, disse Vitor Magnani, presidente do MID. Movimentação de entregadores de aplicativo em São PauloMovimentação de entregadores de aplicativo em São Paulo – Mathilde Missioneiro – 16.mar.2021/FolhapressO governo vem fazendo encontros com o setor. No mês passado, em Davos (Suíça), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conversou com o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, voltou a se reunir com executivos da empresa nesta quarta (9). O iFood também já participou de conversas com a pasta. As duas gigantes do setor defendem publicamente a inclusão dos trabalhadores no regime previdenciário, mas a solução ainda é considerada insuficiente por representantes da categoria. Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/2023/02/empresas-de-entrega-por-app-sugerem-ao-governo-melhorar-estatistica-para-regular-trabalho.shtml