Brasileiros gostariam de testar a semana de trabalho de 4 dias. E as empresas?

Reino Unido, Islândia e Japão estão entre os países que analisam o novo formato de jornada

Por Adriana Fonseca, Para o Valor

O debate sobre a semana de trabalho de 4 dias serviu de base para uma nova pesquisa realizada pela Empregos.com.br, plataforma de anúncios de vagas, obtido com exclusividade pelo Valor. Segundo o estudo, que ouviu 2.552 pessoas em agosto, trabalhar quatro dias e folgar três é o desejo de 81% dos profissionais brasileiros. Outros 13% ainda têm dúvidas em relação ao modelo de trabalho e 6% acreditam que a semana de 4 dias não funciona.

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Mesmo que o assunto seja novidade no mercado brasileiro, a modalidade já foi testada em outros países. Entre 2015 e 2019, a Islândia reduziu a jornada semanal para 35 horas em quatro dias úteis para 2,5 mil funcionários. O resultado mostrou empregados mais produtivos, engajados e motivados.

O Reino Unido está testando, atualmente, a semana de 4 dias de trabalho – no maior experimento do tipo que já se fez no mundo. São 70 empresas envolvidas, e 3,3 mil funcionários. O teste de seis meses começou em junho e visa entender como fica a produtividade dos empregados.

Já existe, inclusive, o movimento 4 Day Week Global, que defende que a semana mais curta melhora a qualidade de vida e desempenho do trabalhador, uma vez que ele está mais descansado e consegue focar melhor nas suas atividades. No Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, este ano, especialistas discutiram os benefícios de uma semana de trabalho de quatro dias, destacando como o trabalho flexível pode ajudar a reter talentos e levar a uma maior produtividade.

Mas no Brasil as empresas parecem resistir à iniciativa. Apenas 4,9% das empresas são a favor da jornada reduzida, segundo o levantamento da Empregos.com.br, enquanto 25% se posicionam contra e 71,1% ainda não têm um posicionamento definido sobre o tema. Foram ouvidas 251 empresas cadastradas na base da Empregos.com.br.

Dessas, 76% trabalham atualmente de forma presencial, 5,3% no formato híbrido e 4,6% em home office. 82,5% exercem a jornada de trabalho de 40 horas semanais previstas na CLT, 15,6% possuem políticas de horários flexíveis e 1,9% realizam o short-friday – benefício que consiste em oferecer aos funcionários a possibilidade de sair mais cedo às sextas-feiras.

Vale ressaltar que a redução na jornada de trabalho não prevê cortes nos salários dos funcionários. Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho, o valor só pode ser reduzido em casos de acordos coletivos.

https://valor.globo.com/carreira/noticia/2022/09/13/brasileiros-gostariam-de-testar-a-semana-de-trabalho-de-4-dias-e-as-empresas.ghtml

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