A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) cobrou a revisão das medidas anunciadas nesta segunda-feira, 11, de fechamento de agências e desligamento de 5 mil funcionários no plano de reestruturação. Em carta encaminhada hoje ao presidente do BB, André Guilherme Brandão, a ANABB diz que as medidas transmitem uma percepção de “cortina de fumaça” para encobrir “intenções privatistas” em torno do BB.
Para a entidade, o esvaziamento do BB e o enfraquecimento de sua atuação em áreas chave de negócios comprometem sua solidez e seu papel de banco público. Em comunicado ao mercado hoje, o BB anunciou que serão desativadas 361 unidades, sendo 112 agências, sete escritórios e 242 postos de atendimento. O comunicado informa, também, sobre uma reestruturação dos quadros e desligamento de pessoal.
“Uma forma de se desfazer de patrimônio público é ir, gradativamente, enfraquecendo as empresas e comprometendo seu desempenho”, acusa o presidente da ANABB, Reinaldo Fujimoto, na carta encaminhada ao BB em que cobra transparência no processo.
Fujimoto alerta que a medida trará reflexo negativo para milhões de clientes do banco, desconsiderando a realidade brasileira, a dimensão geográfica do País e a necessidade de manter atendimento presencial para milhares de brasileiros.
Para a ANABB, em meio à maior crise econômica do País, as medidas anunciadas prejudicam diretamente os recursos humanos do BB e sobrecarregam a rede de funcionários. “A atuação em plataformas digitais é estratégica, mas não pode ser realizada com prejuízos para a rede física e para o atendimento presencial, considerando a diversidade de perfis dos mais de 70 milhões de clientes do BB”, diz o presidente da ANABB.
“O anúncio pode satisfazer expectativas do mercado de curtíssimo prazo, mas estão na contramão do papel histórico e institucional do Banco do Brasil na economia brasileira, sobretudo em situações de estagnação econômica e de desafios para a retomada do desenvolvimento”.
O ESTADO DE S. PAULO