Analistas do mercado reduzem estimativa de inflação em 2022 para 7,30% e veem alta maior do PIB

Esta é a quarta queda semanal seguida na estimativa divulgada pelo Banco Central. Previsão de alta do PIB passou de 1,75% para 1,93%.

Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

25/07/2022 08h27  Atualizado há 35 minutos

Os economistas do mercado financeiro, ouvidos pelo relatório Focus, do Banco Central, reduziram a estimativa de inflação para 2022 de 7,54% para 7,30%. Esta foi a quarta queda seguida do indicador.

Os dados foram colhidos na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras, e divulgados nesta segunda-feira (25).

A redução da estimativa de inflação coincide com o corte de impostos cobrados sobre itens essenciais, como combustíveis e energia elétrica. Além de serem produtos que, por si só, impactam a inflação, também afetam indiretamente os preços de outros itens.

A diminuição de impostos foi uma estratégia do governo e do Congresso para tentar segurar os preços neste ano eleitoral. No entanto, apesar de reduzirem a inflação em 2022, essas medidas pressionam os preços para 2023 .

Meta da inflação

Em 2022, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%. Mesmo com a queda na última semana, a previsão do mercado segue acima do teto da meta.

Para o próximo ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. Mas, de acordo com o boletim Focus, a previsão para 2023 passou de 5,20% para 5,30%.

A meta da inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para atingir o alvo, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, a Selic.

Produto Interno Bruto

O mercado financeiro também passou a prever uma alta maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, mas reduziu levemente a expectativa de crescimento para o próximo ano.

A previsão dos economistas dos bancos é que a economia brasileira cresça 1,93% em 2022, contra 1,75% previsto anteriormente. Já para 2023, a previsão de alta alta passou de 0,50% para 0,49%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Taxa de juros

O mercado financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75% ao ano no fim de 2022.

Atualmente, a taxa Selic está em 13,25% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, responsável por definir a taxa, sinalizou uma nova alta em agosto, para 13,5% ou 13,75%. O Copom também vem sinalizando de que os juros vão se manter altos por um período significativo.

Já para o fechamento de 2023, a expectativa do mercado para a taxa Selic permaneceu estável em 10,75% ao ano. Deste modo, o mercado financeiro segue estimando queda dos juros no ano que vem.

Outras estimativas

Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2022 subiu de R$ 5,13 para R$ 5,20. Para 2023, avançou de R$ 5,10 para R$ 5,20.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção subiu de US$ 68,18 bilhões para US$ 68,50 bilhões de resultado positivo em 2022. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado ficou estável em US$ 60 bilhões de superávit.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano subiu de US$ 57,20 bilhões para US$ 57,85 bilhões. Para 2023, a estimativa subiu de US$ 60,50 bilhões para US$ 60,75 bilhões de ingresso.

https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/07/25/analistas-do-mercado-reduzem-estimativa-de-inflacao-em-2022-para-730percent-e-veem-alta-maior-do-pib.ghtml

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