Salário fica sem aumento real e benefícios recuam

As negociações de acordos e convenções coletivas entre empregados e patrões completaram em junho um ano sem que houvesse aumento real nos salários, quando considerada a mediana dos reajustes do período, de acordo com o Salariômetro, indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que acompanha mensalmente essas negociações. Além da perda de salário em termos reais, os trabalhadores também viram reduzidos benefícios como auxílio alimentação e plano de saúde, ao longo do primeiro semestre deste ano.

Nos últimos 12 meses até junho, em cinco deles a mediana dos reajustes sequer repôs a inflação do período. Foi o caso de junho, em que a mediana do reajuste negociado ficou em 8,3%, 0,6 ponto percentual abaixo da inflação do período, de 8,9%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Tomados individualmente, segundo a Fipe, apenas 27,4% das negociações resultaram em ganhos reais para os trabalhadores em junho, percentual abaixo da média dos últimos 12 meses, de 37,2%. Segundo o Salariômetro, caiu pela metade o número de acordos e convenções firmados no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período em 2020. Foram 11.788 contra 23.572. Esse recuo, segundo a Fipe, se deve à demora no envio dos instrumentos negociados para registro na página Mediador, da Secretaria do Trabalho federal.

O item mais frequentemente negociado nos acordos e convenções tem sido o abono por tempo de serviço, presente em 25% das negociações. Mas a presença dos benefícios de alimentação caiu no primeiro semestre de 2021, de 21,5% dos acordos para 17,5%, e o seu valor mediano ficou abaixo da variação do INPC. Outros benefícios também estão menos frequentes, como auxílio funeral (de 28,3% para 26,8%), seguro de vida (26,7% para 22,9%), plano de saúde (18,9% para 15,5%) e odontológico (12,6% para 11,2%).

VALOR ECONÔMICO

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