O Brasil desacelerou o ritmo de criação de empregos formais e fechou o mês de março com saldo de 184.140 vagas criadas. O resultado positivo veio na esteira de um forte desempenho no primeiro bimestre do ano, que teve saldo de 659.780 empregos, mas dá indícios dos efeitos do recrudescimento da pandemia da Covid-19 no país.
Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério da Economia, mesmo dia em que começam a valer as medidas que permitem suspensão de contratos de trabalho e redução de jornada e salários.
O resultado de março ainda traz reflexos da primeira edição do programa de manutenção do emprego e renda (BEm), viabilizado inicialmente pela MP 936. Até este mês, cerca de 3 milhões de trabalhadores guardavam algum tipo de estabilidade por causa do BEm.
No mês, foram registradas 1.608.007 admissões e 1.423.867 desligamentos. No acumulado do primeiro trimestre de 2021, o saldo é de 837.074 empregos formais.
Setor de serviços puxou alta
Os cinco setores analisados no Caged registraram desempenho positivo em março, com destaque para serviços. O setor teve desempenho robusto e registrou a criação de 95.553 postos de trabalho. Na sequência veio a indústria, com 42.150 novas vagas.
Os setores de construção e comércio contribuíram com mais 25.020 vagas e 17.986 postos, respectivamente. Por último, a agricultura fechou março com saldo positivo de 3.535 vagas.
Em relação aos estados, 23 dos 27 encerraram o mês de março gerando empregos formais. Os destaques foram São Paulo (50.940 postos), Minas Gerais (35.592 vagas) e Santa Catarina (20.729 empregos).
Os quatro estados que tiveram resultados negativos estão na região Nordeste. Houve mais demissões do que admissões em Alagoas (-8.310 postos), Pernambuco (-2.762 postos), Ceará (-1.564 postos) e Sergipe (-1.457 postos).
Nova metodologia do Caged
O Caged teve uma mudança de metodologia em 2020, e passou a usar dados mais abrangentes. A nova versão do cadastro é realizada com base em informações do eSocial que, segundo nota técnica do Ministério da Economia, capta um volume de dados mais amplo.
Outra diferença, ainda de acordo com o documento, é que, desde 2020, é obrigatório declarar a contratação de temporários. No Caged antigo, o cadastro era opcional.
O GLOBO