A produção de celulares, computadores e monitores da LG, na fábrica de Taubaté (SP), está parada desde ontem, quando os funcionários da manufatura decidiram entrar em greve até que a empresa melhore sua proposta de indenização por desligamento. A gigante sul-coreana de eletroeletrônicos informou, na semana passada, que vai encerrar não só a produção de celulares em Taubaté, refletindo a decisão global de deixar o setor após prejuízos de US$ 4,1 bilhões, como também a fabricação notebooks, computadores de mesa e monitores na unidade. As três linhas serão transferidas para a fábrica da empresa em Manaus.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), que negocia com a LG o pacote de indenizações aos funcionários demitidos, embora a extensão do plano médico até 2022 tenha sido bem recebida, os trabalhadores “esperam uma proposta melhor da LG, principalmente quanto aos valores financeiros.” Na mesa de negociação, segundo o sindicato, a LG disse que a proposta atual era o máximo que a empresa poderia oferecer. Procurada pelo Valor, a LG disse, em comunicado que “respeita o direito à greve de seus trabalhadores e lamenta a rejeição da proposta, sendo que buscará os meios legais.”
A empresa emprega mais de mil pessoas na região, incluindo 400 na produção de monitores, notebooks e computadores de mesa, 300 pessoas em call center e 430 na produção de celulares, de acordo com o sindicato. Na semana passada, a LG informou que continuaria produzindo smartphones por mais dois meses na região por ainda contar com insumos locais. No entanto, a produção foi interrompida no fim de março, quando os colaboradores, que produzem os aparelhos em três fábricas terceirizadas, entraram em greve. Na quinta-feira, funcionários das empresas BlueChip e 3C, em Caçapava (SP), fizeram uma carreata para pedir apoio à prefeitura local contra as demissões. A equipe da SunTech, fornecedora de São José dos Campos (SP), também aderiu à greve. O time de call center, único que será mantido em Taubaté, segue trabalhando sem paralisações. Na sexta-feira, a LG anunciou que projeta uma alta global de 39% no lucro operacional do primeiro trimestre, para US$ 1,36 bilhão – um resultado recorde decorrente da alta nas vendas de aparelhos de TV e eletrodomésticos durante a pandemia.
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