Desemprego é, ao mesmo tempo, causa e efeito. Explico: é, obviamente, a razão da queda da renda das famílias e, consequentemente, do consumo, da arrecadação de impostos, e do aumento da desigualdade social e da pobreza extrema.
Mas desemprego também é consequência da falta de uma política econômica digna deste nome, da paralisação das reformas do País, e da péssima gestão (indigestão?) da pandemia de coronavírus, sem distanciamento social, leitos de UTI nem vacinas para todos.
Lamentavelmente, até aumento do emprego informal já seria uma boa notícia, temporária, mas que aliviaria a dificuldade dos mais pobres até para fazer duas refeições por dia.
A partir de agora, teremos uma ligeira sensação de melhora da situação econômica, com o pagamento de quatro parcelas do auxílio emergencial, com valores entre R$ 150 e R$ 375, para aproximadamente 45 milhões de pessoas.
Vão poder fazer algum tipo de refeição.
Mas a solução, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sabe bem disso, é um programa de investimentos de médio e longo prazos, que dê segurança aos empreendedores para gerar empregos. Isso nós não temos nem no horizonte.
O consumo mais amplo, portanto, continuará restrito aos brasileiros que tenham emprego formal, a alguns empresários e aos funcionários públicos.
A redução efetiva e mais consistente do desemprego ficará para depois, quando (e se) houver alguma política econômica no Brasil.
O ESTADO DE S. PAULO