A tragédia do Major e a pressão sobre Pacheco

A insensibilidade do comando do Senado diante da tragédia pessoal de seus membros causou indignação em conversas reservadas de parlamentares após a morte cerebral de Major Olimpio. Eleito por São Paulo, ele foi o terceiro senador vítima do novo coronavírus, sem falar dos muitos que se recuperaram após árduas batalhas e amplamente amparados pelo ótimo plano de saúde da Casa. Ainda assim, o presidente Rodrigo Pacheco (DEM-MG) insiste em não instalar a CPI da Covid-19. A pressão, porém, não para de aumentar.

In memoriam. Simone Tebet (MDB-MS) homenageou Olimpio e fez um apelo: “Precisamos soltar o grito de indignação que nunca lhe faltava. Vacina, auxílio emergencial e CPI já”.

Libera. “Não cabe ao presidente do Senado segurar ou não a instalação, a avaliação é técnica e é um direito das minorias. Há fato determinado. A pressão pela abertura da comissão está se generalizando”, diz Renan Calheiros (MDB-AL).

Salão verde. A pressão por uma CPI também cresceu na Câmara, onde o assunto foi escanteado até pela oposição. Porém, o recrudescimento da crise sanitária no País e a falta de liderança do governo federal movimentaram os grupos de parlamentares.

Pera. Apesar de ter aberto a contagem de tempo para o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), diz que o momento ainda não é propício para uma investigação parlamentar.

Veja bem. “Eu sou dos que estão sem paciência. Mas, hoje, não defendo CPI. Defendi todo esforço para enfrentar a pandemia. Fico imaginando no pico da crise o Ministério da Saúde tendo que se dividir entre cuidar da pandemia e responder a uma CPI que sempre é longa”, disse.

O ESTADO DE S. PAULO

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